Com missão THEMIS, da NASA, cientistas solucionam enigma de aurora misteriosa
Por Danielle Cassita | 17 de Agosto de 2020 às 12h41
Um tipo especial de aurora vinha intrigando cientistas: as auroral beads (ou "contas aurorais", em tradução livre). Elas costumam iluminar o céu antes das conhecidas auroras boreais. Assim, com modelos computacionais combinados à missão THEMIS, da NASA, os pesquisadores puderam encontrar as primeiras evidências dos eventos espaciais que causam o fenômeno. Os resultados da pesquisa foram publicados nas revistas Geophysical Research Letters e Journal of Geophysical Research: Space Physics.
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A missão Time History of Events and Macroscale Interactions during Substorms (THEMIS) foi lançada em 2007 e, desde então, vem registrando detalhes da magnetosfera para os pesquisadores compreenderem a relação entre subtempestades e auroras. Então, os novos modelos mostraram que, na verdade, esse fenômeno diferente é causado por uma turbulência no plasma que envolve a Terra.
Evgeny Panov, autor que liderou um dos estudos, explica que as observações da THEMIS revelaram turbulências no espaço. Essas turbulências causam fluxos que iluminam o céu como pérolas - ou contas - brilhando em um "colar de aurora". "Essas turbulências no espaço são inicialmente causadas por elétrons mais leves e mais ágeis. Eles se movem com o peso de partículas muito mais pesadas, que podem se tornar subtempestades aurorais completas", explica. "Agora sabemos com certeza que a formação dessas contas é parte do processo que causa uma subtempestade no espaço", diz Vassilis Angelopoulos, principal investigador da THEMIS.
Este processo ocorre devido às nuvens de plasma que saem do Sol, passam pela Terra e interagem com o campo magnético do nosso planeta. Então, ocorre um processo que cria bolhas de plasma que se comportam quase como uma lâmpada de lava: as diferenças de peso das bolhas e do plasma faz com que eles flutuem de diferentes formas, e essa diferença gera formações que se parecem "dedos de plasma" na magnetosfera. Esses dedos se estendem em direção à Terra e criam essas estruturas curiosas na aurora.
Agora que descobriram que as contas aurorais vêm antes das subtempestades, os astrônomos querem entender o que e como elas podem causar as subtempestades. "Agora que podemos usar modelos globais para caracterizar e investigar as pequenas estruturas presentes nas auroras, várias portas novas podem se abrir", finaliza Kareem Sorathia, autora líder de um dos artigos e cientista do Center for Geospace Storms, da NASA.
Fonte: Phys.org