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[ATUALIZADO] Colisão de satélites desativados pode acontecer nesta quarta (29)

Por| 29 de Janeiro de 2020 às 18h40

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Analytical Graphics Inc
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ATUALIZAÇÃO: No final da noite de quarta-feira (29), a LeoLabs publicou em seu Twitter uma nota dizendo que não foram encontradas evidências de novos detritos na órbita da Terra, indicando que a colisão não aconteceu. O Comando Espacial dos Estados Unidos também declarou, na mesma rede social, que os dois satélites não chegaram a se chocar, ainda que tenham passado bastante perto um do outro.

Astrônomos amadores e entusiastas da exploração espacial munidos de câmeras e telescópios observaram o céu para acompanhar a possível colisão, e confirmaram em redes sociais, com imagens, que os dois objetos passaram intactos um pelo outro, como você pode ver no tweet abaixo:

Abaixo, você confere a notícia original na íntegra:

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Na noite desta quarta-feira (29), existe 1 chance em 10 de que dois satélites desativados entrem em colisão acima do solo estadunidense — e, se isso acontecer, as pessoas que estiverem em Pittsburgh, na Pensilvânia, poderão ver tudo acontecendo acima de suas cabeças. A colisão aparecerá no céu como uma breve explosão luminosa, como se fosse uma "estrela cadente".

O objeto de maior dimensão é, na verdade, um telescópio espacial da NASA chamado Infrared Astronomical Satellite (IRAS), que ficou sem combustível e "morreu" em 1983, mas permanece na órbita do planeta até os dias de hoje. O outro objeto é um satélite chamado GGSE-4, lançado pela Força Aérea dos EUA em 1967 e, hoje, se encontra igualmente desativado.

Pouco antes das 20h40 (horário de Brasília), os dois satélites passarão muito próximo um do outro nesta noite, segundo estimativas da LeoLabs, empresa que conta com radares para rastrear satélites e detritos na órbita da Terra. De acordo com os cálculos, os dois objetos estarão a uma distância de 15 a 30 metros, o que é "alarmante" segundo a empresa, que estimou a chance de colisão, então, de 1 em 100. Contudo, especialistas da Aerospace Corporation fizeram sua própria simulação, encontrando uma chance ainda mais perigosa, de 1 em 10.

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A problemática maior aqui é que a Força Aérea, responsável por rastrear satélites do governo dos EUA, não havia notificado a NASA quanto a uma potencial colisão com o telescópio espacial. Caso a colisão aconteça mesmo, uma nuvem de detritos será gerada na órbita da Terra, o que tem potencial de ameaçar não somente outros satélites em funcionamento, como representa riscos à Estação Espacial Internacional (ISS). Qualquer pedaço de satélite, por menor que seja, é um risco em potencial caso atinja objetos em funcionamento no espaço.

O IRAS tem dimensões consideravelmente grandes (3,6 metros de comprimento por 3,2 metros de largura), e os dois satélites estão se movendo em alta velocidade (14,7 quilômetros por segundo), o que significa que uma colisão, considerando todos esses fatores, é algo bastante preocupante. A energia gerada pelo choque, ao avaliar as dimensões e velocidades dos objetos, será tão intensa que detritos se espalharão por outras altitudes na órbita e, com isso, o perigo de afetar instrumentos em funcionamento é ainda maior.

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Cálculos estimam que uma colisão frontal produziria cerca de 290 mil pedaços com pelo menos 1 centímetro de largura, tamanho que já é considerado perigoso. E, ainda que essa chance de 0,1% a 10% de que a colisão aconteça pareça baixa, ela não pode ser desconsiderada. Mais de 10 milhões de detritos estão ao redor da Terra neste momento, e cada um desses pedaços, por menor que seja, viaja a velocidade altas o suficiente para causar danos catastróficos a equipamentos essenciais para a manutenção da sociedade atual, incluindo sistemas de GPS. Ainda, um único "golpe" na ISS pode significar a morte dos astronautas que estão vivendo ali neste momento.

Fonte: Business Insider, Spacenews, LeoLabs, NASA Spaceflight.com, U.S Space Command