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"Chivito do Drácula" | Estrela inusitada é encontrada na Via Láctea

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Berghea et al CC 4.0
Berghea et al CC 4.0

Uma estrela jovem foi descoberta na Via Láctea por astrônomos do Observatório Naval dos Estados Unidos. Ela está cercada por um disco de gás e poeira, e quando é observada na lateral — junto de um toque de imaginação —, sua aparência lembra a de um sanduíche. Assim, a coautora uruguaia Ana Mosquera sugeriu o apelido de Chivito de Drácula, nome de um prato típico do Uruguai. 

No entanto, este não é o único motivo por trás do apelido. Localizada a cerca de 900 anos-luz da Terra, a estrela aparece para nós em uma perspectiva que mostra o disco de gás e poeira atravessado por um raio de luz, como se fosse o recheio do sanduíche. Assim, o objeto proporciona uma visão privilegiada do processo de formação estelar

Segundo os autores, esta parece ser uma estrela quente, com temperatura de aproximadamente 7.727 ºC. Seu disco mede cerca de 1.650 unidades astronômicas, ou seja, se estende por 1.650 vezes a distância entre a Terra e o Sol. 

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Em relação ao “recheio”, a Chivito de Drácula tem dois filamentos que se projetam do que seriam os "pães", seguindo na analogia do sanduíche. Para os pesquisadores, os filamentos lembram presas — é daí que vem o nome que a relaciona a Drácula, personagem do romance de terror homônimo escrito por Bram Stoker.

Com modelos da formação estelar, os autores concluiram que os filamentos sugerem que o envelope ao redor da estrela está sendo dissipado. Esta bolha de material desaparecendo pode ajudar os autores a descobrir em qual etapa ela está no processo de evolução das estrelas. 

As estrelas recém-formadas costumam liberar ventos e jatos fortes, que repelem os excessos de matéria ao redor delas. Por isso, a presença do envelope fino indica que a estrela é bastante jovem. 

"Os aglomerados mais densos entram em colapso pela gravidade até o início da fusão [nuclear]", disse Dr. Ciprian Berghea, autor principal do estudo. “Se o envelope é muito fraco, você vê só as ‘bordas’ mais brilhantes do envelope, as ‘presas’”, observou. 

Novas observações vão ser necessárias para a equipe conseguir mais detalhes do envelope. Por isso, eles planejam estudar a estrela novamente com o telescópio Hubble, ou quem sabe, com o James Webb.

O artigo com os resultados foi enviado para a revista The Astrophysical Journal Letters, e também pode ser acessado no repositório arXiv.

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Fonte: arXiv; Via: IFLScience