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China vai começar a estudar ondas gravitacionais com observatório espacial

Por| Editado por Patricia Gnipper | 28 de Setembro de 2021 às 15h23

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NASA/Goddard Space Flight Center
NASA/Goddard Space Flight Center

Após cinco anos de trabalho na construção de infraestruturas, a China finalmente inaugurou seu projeto de estudo das ondas gravitacionais, o TianQin. O anúncio foi feito no último domingo (26) pelo pela Administração Espacial Nacional da China (CNSA). Ao contrário dos detectores baseados em solo, como LIGO e Virgo, o TianQin é um observatório espacial.

De acordo com o CNSA, o centro de pesquisa de ondas gravitacionais desenvolverá ainda uma série de plataformas experimentais de satélites para aprimorar cada vez mais a detecção de ondas gravitacionais a partir do espaço. Essa abordagem terá a vantagem de obter os sinais antes que eles sofram a interferência da nossa atmosfera, além de evitar ruídos de fundo causados pela tecnologia humana.

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Na cerimônia inaugural, Wu Yanhua, vice-diretor do CNSA, disse que o novo centro de pesquisa seria uma fronteira internacional para detecção de ondas gravitacionais, o que provavelmente significa um convite para a comunidade internacional para utilizar os dados do TianQin em estudos sobre os eventos mais cataclísmicos do universo.

As ondas gravitacionais, previstas pela teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein e comprovadas com a primeira detecção em 2016, são ondulações no espaço-tempo criadas pelo impacto de objetos incrivelmente massivos, como as colisões entre estrelas de nêutrons e entre buracos negros. Assim como nossos tímpanos podem detectar e interpretar as ondulações no ar causadas pelo martelar de um prego, as ondas gravitacionais viajam pelo universo e podem ser detectadas pelos instrumentos científicos.

O TianQin, que começou a ser projetado em 2015, teve suas construções iniciadas em 2016. O projeto inclui um edifício de pesquisa (que foi a estrutura inaugurada no dia 26), um laboratório ultrassilencioso e o centro de observação. Em dezembro de 2019, a China lançou o primeiro dos três satélites, chamado Tianqin-1.

O programa TianQin tem um nome poético, que significa "harpa no céu", porque a configuração dos satélites forma um triângulo ao redor da Terra. Assim como uma harpa vibra para criar notas musicais, o TianQin vibrará ao receber as ondulações no espaço-tempo, e enviará esses sinais para os cientistas em solo. "O TianQin ouvirá os sons do céu", disse Luo Jun, presidente da Sun Yat-sen University.

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Luo observou que o novo centro reunirá mais especialistas para promover avanços tecnológicos e inovação na detecção espacial ondas gravitacionais, mas ainda há outros avanços que o TianQin deve trazer, como contribuições para o desenvolvimento da indústria espacial chinesa, detecção de buracos negros binários, e poderá até mesmo ser usado para testar o teorema dos buracos negros sem cabelo ou para contribuir com as pesquisas sobre uma nova teoria da gravidade.

Embora o centro de pesquisa tenha sido inaugurado, ainda levará algum tempo até que o TianQin tenha os três satélites em órbita e esteja operacional. A previsão é que tudo esteja pronto em 2035.

Fonte: Xinhua, China Daily