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Buracos negros mais próximos da Terra podem estar a 150 anos-luz

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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kall1st0/Envato
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Três objetos no aglomerado de estrelas Hyades podem ser os buracos negros mais próximos da Terra já descobertos. Os atuais candidatos estão a distâncias de 1.000, 1.550 e 1.570 anos-luz, mas os novos corpos estariam apenas a 150 anos-luz de nosso planeta.

O Hyades é um aglomerado aberto na constelação de Touro e mede 75 anos-luz de diâmetro, contendo dezenas de estrelas, apelidadas de Híades, que nasceram de uma única nebulosa de gás e poeira. As estimativas são de que elas nasceram há 625 milhões de anos e devem partilhar das mesmas características entre si.

A pesquisa que levantou a suspeita de haver buracos negros por ali foi conduzida sob a liderança de Stefano Torniamenti, da Universidade de Pádua. Com sua equipe, ele criou uma simulação dos movimentos e evolução das estrelas Híades, incluindo modelos de buracos negros.

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Em seguida, os autores comparou os resultados da simulação com observações reais do aglomerado, com dados obtidos pelo telescópio espacial Gaia. Assim, a equipe observou que as velocidades e posições da população estelar do aglomerado estão de acordo com a simulação que conta com os buracos negros.

Do mesmo modo, eles criaram outra simulação, dessa vez com buracos negros fora do aglomerado, como se tivessem sido expulsos pela ação gravitacional das estrelas — algo que realmente pode acontecer. O resultado foi o mesmo, ou seja, as características combinam com aquelas observadas pelo Gaia.

Isso não é uma prova definitiva de que há buracos negros tão perto de nós, mas é uma boa maneira de começar as buscas naquela região. Uma vez que algumas estrelas de um mesmo aglomerado sejam massivas o suficiente para explodir em supernova e colapsar em buraco negro, o local pode se tornar um bom laboratório.

Em seu trabalho, os autores mencionam um estudo de 2021 que analisou um fenômeno estranho no aglomerado Hyades: ele está sendo dividido em duas ou mais partes. A pesquisa naquele ano trabalhou com a hipótese de que isso estaria ocorrendo graças a uma nuvem de matéria escura.

Será preciso realizar novos testes e observações para saber se os efeitos gravitacionais que estão rompendo o aglomerado são causados por buracos negros ou por matéria escura. ​​Mark Gieles, coautor do estudo disse que “estes resultados também nos dão uma ideia de como estes objetos misteriosos estão distribuídos pela galáxia".

O artigo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: MNRAS, EurekAlert

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