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Este é o buraco negro mais próximo de nós, ao lado de estrela visível a olho nu

Por| 06 de Maio de 2020 às 15h06

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 ESO/Digitized Sky Survey
ESO/Digitized Sky Survey

Se você olhar para o céu em uma noite estrelada e encontrar a Constelação de Telescópio, vizinha da Constelação de Sagitário, estará olhando para o buraco negro mais próximo da Terra já encontrado - até agora. Ele está situado a apenas 1.000 anos-luz de distância, e sua descoberta foi anunciada nesta quarta-feira (6) em um estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Uma equipe de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) notou evidências de um objeto invisível ao observar duas estrelas “irmãs”. Então, descobriram que se trata de um buraco negro que, com essas estrelas, forma um sistema triplo de objetos. “Ficamos bastante surpresos quando percebemos que este é o primeiro sistema estelar com um buraco negro que podemos observar a olho nu,” disse Petr Hadrava, co-autor da pesquisa.

Este sistema, chamado HR 6819, era até então conhecido por ser formado por apenas duas estrelas. No entanto, as observações mostraram que uma delas estava orbitando um objeto invisível em um período de 40 dias, enquanto a outra se mantinha a uma distância maior desse par misterioso.

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Foi necessário coletar dados durante vários meses para saber o que estava no centro da órbita dessa estrela mais interna do sistema. O buraco negro estava bem escondido porque ele não interage com objetos ao seu redor e, com isso, não há uma atividade ou emissão de qualquer tipo de radiação que chame a atenção dos astrônomos. É um dos primeiros buracos negros estelares conhecidos que não interagem com o meio que os circunda.

Apesar disso, a equipe conseguiu não apenas encontrá-lo, como também calculou a sua massa ao estudar a órbita da estrela que gira ao seu redor. “Um objeto invisível com uma massa de pelo menos 4 vezes a massa do Sol, só pode ser um buraco negro,” conclui Rivinius, que trabalha no Chile.

Embora haja bastante entusiasmo ao encontrar o buraco negro mais próximo da Terra, ainda por cima em um sistema que podemos enxergar sem a ajuda de telescópios ou binóculos, essa descoberta pode ser apenas a ponta do iceberg. “Deve haver centenas de milhões de buracos negros, mas nós apenas conhecemos alguns. Saber o que procurar nos dá agora uma melhor oportunidade de os encontrar,” disse Rivinius. E há um novo candidato: o sistema LB-1, que também pode ser um sistema triplo deste tipo.

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Mas para comprovar a existência de outro buraco negro dessa natureza, é preciso mais observações. Para Marianne Heida, pós-doutoranda no ESO e co-autora dessa nova pesquisa, encontrar esses buracos negros e estudá-los dará aos cientistas “a oportunidade de aprender bastante sobre a formação e evolução das estrelas raras que começam as suas vidas com mais de cerca de 8 vezes a massa do Sol e terminam as suas vidas numa explosão de supernova, deixando como resto um buraco negro”.

De acordo com o ESO, a descoberta de sistemas triplos como este também nos dá pistas sobre a fonte de ondas gravitacionais fortes o suficiente para serem detectadas aqui na Terra. Essas ondas podem ser causadas por fusões que, talvez, ocorrem em sistemas semelhantes ao HR 6819, com a diferença de que haveria dois buracos negros, ou pelo menos uma estrela de nêutrons com um buraco negro.

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Fonte: ESO, Bad Astronomy