Brasileiro registra possível impacto na região equatorial de Júpiter; confira!
Por Wyllian Torres • Editado por Patricia Gnipper |
O registro de impactos de objetos espaciais em Júpiter é um acontecimento tão raro que, desde 1994, apenas sete foram observados — mas recentemente um brasileiro parece ter tido a grande sorte. Por volta das 19h39 (horário de Brasília) do último dia 13 de setembro, o astrônomo amador José Luis Pereira descobriu um possível candidato a novo impacto no gigante gasoso.
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Na noite em que José Luis Pereira observava Júpiter, as condições do tempo não eram favoráveis. Mesmo assim, ele decidiu procurar por possíveis pontos luminosos em seu registro com o auxílio do programa DeTeCt — plataforma gratuita usada para verificar eventos transitórios, como impactos planetários.
O programa, então, acusou uma grande probabilidade de que a alteração na imagem anteriormente percebida por Pereira poderia ser uma colisão planetária. Agora, novas análises serão realizadas para confirmar se, de fato, trata-se de um impacto. Em caso positivo, este pode ser o oitavo registrado em Júpiter desde 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 atingiu o planeta.
Júpiter é um gigante gasoso que gira rapidamente, completando uma volta em torno de seu eixo a cada 10 horas. Por isso, sua taxa de rotação varia de acordo com a latitude do planeta — na faixa equatorial, a velocidade de rotação é maior que a velocidade dos polos. Para saber exatamente onde o possível impacto ocorreu, é necessário o uso de três sistemas para determinar também a longitude do evento.
O Sistema I compreende 10° acima ou abaixo do equador; o Sistema II considera todas as latitudes altas; e o Sistema III leva em conta a rotação magnetosfera e a taxa de rotação oficial de Júpiter — normalmente, essas três informações são consideradas para se chegar a um resultado mais certo. O possível impacto registrado por Pereira aconteceu na seguinte posição: latitude 5,5 ° e longitude 105,7 ° (Sistema I), 83,3 ° (Sistema II) e 273,4 ° (Sistema III).
Os astrônomos amadores estão sendo incentivados a analisarem qualquer vídeo ou imagem registrados em até 5 minutos após o possível impacto. Afinal, com mais informações, torna-se mais fácil a identificação do evento. De todo modo, é mais um exemplo bacana de como os cientistas cidadãos contribuem de maneira significativa para a ciência.
Fonte: Sky & Telescope