Simulação mostra o que acontece em colisões planetárias gigantes; veja vídeo!
Por Danielle Cassita | 01 de Agosto de 2020 às 09h30
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Durham e Universidade de Glasgow, ambas do Reino Unido, utilizaram o supercomputador COSMA - sigla para Cosmology Machine - para um estudo a fim de mostrar o que aconteceria se enormes objetos, viajando a diferentes velocidades e ângulos, colidissem com um planeta parecido com a Terra. Assim, eles concluíram que essas colisões gigantescas poderiam causar graves consequências para planetas jovens, como perda atmosférica.
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Nas simulações, eles observaram que um impacto lento poderia causar menor perda atmosférica do que uma colisão rápida e direta - que, inclusive, teria potencial para destruir também uma parte do manto do planeta, a camada que fica abaixo da crosta. Para Vincent Eke, co-autor do estudo, isso indica que a quantidade de atmosfera que pode ser perdida na colisão depende da "sorte" que o planeta terá no momento do impacto.
No vídeo abaixo, você confere a simulação em 3D:
"Sabemos que colisões planetárias podem causar efeitos dramáticos na atmosfera de um planeta, mas essa é a primeira vez que pudemos estudar as variações desses eventos violentos detalhadamente", explica Jacob Kegerreis, autor líder da pesquisa. Ele aponta, ainda, que essa é a forma simples que encontraram para prever quanta atmosfera seria perdida em um evento catastrófico como esse.
Na verdade, colisões do tipo fazem parte do histórico do nosso próprio planeta: acredita-se que a Lua se formou há 4,5 bilhões de anos devido à colisão de um planeta do tamanho de Marte com a Terra. Assim, a simulação realizada pelos pesquisadores sugere que isso pode ter tirado até 50% da atmosfera inicial da Terra, naquela época longínqua.
Essa pesquisa deverá permitir a realização de previsões sobre a erosão atmosférica causada pelo impacto de grandes objetos, e poderia fornecer dados para modelos da formação de planetas. "Esses modelos poderão nos ajudar a entender tanto o histórico da Terra como planeta habitável quanto a evolução de exoplanetas em volta de outras estrelas", comenta Kegerreis. Agora, nos próximos passos, eles realizarão outras simulações para mostrar o que poderia acontecer em colisões planetárias com objetos de massas e composições variadas.
Fonte: Space.com, Eurekalert