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BepiColombo tem falha no propulsor e desvia trajetória rumo a Mercúrio

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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ESA/ATG medialab
ESA/ATG medialab

Os cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) passaram os últimos meses tentando resolver a falha nos propulsores da sonda BepiColombo. A missão continua em operação — com a diferença de que, agora, segue em uma trajetória que vai deixá-la a apenas 135 km da superfície de Mercúrio nesta quarta (4). No entanto, a mudança vai causar um atraso na sua chegada ao planeta.

Esta visita vai levar a BepiColombo para mais perto de Mercúrio do que nunca, permitindo que ela reduza sua velocidade e mude de direção. A aproximação máxima está prevista para 18h48 no horário de Brasília. Este vai ser o quarto sobrevoo da nave por Mercúrio, ficando 35 km mais perto que o planejado originalmente devido à mudança de rota.

Tal falha foi detectada em maio e fez com que os propulsores da sonda operassem com eficiência menor que o planejado. “Após meses de investigações, concluímos que o Módulo de Transferência de Mercúrio (MTM) vai continuar operando abaixo da propulsão mínima necessária para a inserção na órbita de Mercúrio em dezembro de 2025”, disse Santa Martinez, gerente da missão na ESA.

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Para contornar a diminuição de propulsão, a equipe da ESA criou uma nova trajetória. Agora, a missão de base científica continua em Mercúrio, mas a espaçonave pode usar a propulsão menor durante a fase de cruzeiro da missão. Com a mudança, a nave deve chegar ao planeta somente em novembro de 2026. 

Apesar do adiamento, o restante da missão deve permanecer conforme planejado, e os objetivos científicos não devem ser afetados. A Agência Espacial Europeia espera que obter os mesmos dados científicos dos 16 instrumentos presentes nos orbitadores da BepiColombo.

Lançada em 2018, a BepiColombo é uma missão composta por dois orbitadores que prometem investigar os mistérios de Mercúrio. Um é o Orbitador Planetário de Mercúrio, da ESA, e o outro é o Orbitador Magnetosférico de Mercúrio, da agência espacial japonesa JAXA. Ambos se mantêm unidos pelo MTM, e quando chegarem ao planeta, vão se separar para coletar dados durante um ano.

Entre setembro e outubro, o MTM vai acionar seus propulsores para posicionar a BepiColombo em sua nova trajetória. O quatro sobrevoo nesta quarta vai deixar a espaçonave ainda mais perto do planeta, ajudando-a a diminuir a propulsão necessária para o quinto sobrevoo. Depois, o sexto vai ser usado para inseri-la em uma nova trajetória. A etapa científica da missão vai começar somente quando ela entrar na órbita de Mercúrio.

Fonte: ESA