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Astroscale lança missão para demonstrar limpeza de lixo espacial com satélites

Por| Editado por Patricia Gnipper | 23 de Março de 2021 às 16h20

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Reprodução/Astroscale
Reprodução/Astroscale

Nesta segunda-feira (22), a missão ELSA-d (End-of-Life Services by Astroscale-demonstration), da empresa japonesa Astroscale, foi lançada com sucesso com o foguete russo Soyuz, junto de outras cargas úteis — entre elas, estava também o nanossatélite brasileiro NanoSatC-Br2, que estudará a ionosfera. A ideia é que a missão realize uma “dança orbital” com duas pequenas espaçonaves, em uma demonstração de tecnologia para remover detritos espaciais privados da órbita terrestre. Esta é a primeira missão comercial para demonstrar tecnologias voltadas para este fim.

A empresa, cujas atividades são voltadas para a remoção de detritos espaciais, vem se preparando para lançar este satélite desde 2019. Agora, o ELSA-d entra na próxima fase da missão para demonstrar as tecnologias e capacidades necessárias para a captura e remoção de detritos. Os satélites da missão eram alguns dos maiores a bordo do foguete, e foram alguns dos últimos liberados pelo estágio superior do veículo. Segundo informações da empresa, tudo correu bem e os painéis de energia solar foram abertos com sucesso após a separação do estágio.

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Essa missão pode ajudar a liberar o caminho das órbitas em torno da Terra, que possui grandes quantidades de detritos de diversos tamanhos. Para ajudá-los a voltar para a atmosfera terrestre e se queimarem, a missão usará dois pequenos satélites conectados, que vão funcionar a cerca de 550 km acima do nosso planeta. O maior deles, chamado de “Servicer”, foi lançado ligado ao outro, que é menor e chamado de “Client”. Ambos vão se separar antes de iniciar os experimentos e, como possuem sistemas de navegação, vão se acoplar e desacoplar algumas vezes ao longo dos seis meses da missão, para simular a aproximação de um pedaço de lixo espacial estável. Posteriormente, eles vão praticar a acoplagem com um objeto na órbita.

Mike Lindsay, diretor de tecnologia da Astroscale, explica que a missão será a primeira de demonstração a apresentar a capacidade de remoção de detritos de ponta a ponta, desde a captura, desintegração e mudança da órbita do objeto do cliente: “é algo muito grande para nós, estamos bastante animados”, comentou. Serão feitas três demonstrações complexas: durante a primeira, o satélite Servicer será liberado, e irá se acoplar magneticamente ao Client. Depois, a ELSA-d irá fazer mais duas demonstrações adicionais; uma irá capturar o cliente tombando, e outra vai soltá-lo de propósito, para depois reencontrá-lo, se aproximar e recapturá-lo mesmo à distância.

Demonstrar que o Servicer será capaz de se acoplar a uma espaçonave tombando é uma parte bastante crítica da missão já que, deixando de lado algumas exceções, todos os satélites que falharam e estágios de foguete em órbita não foram criados para receber manutenções ou visitas de espaçonaves — tanto que eles não têm portas de acoplagem, e grande parte deles está fora de controle. Segundo a Astroscale, cada uma dessas demonstrações vai ajudar a levar a empresa mais perto de prestar serviços de remoção de detritos comerciais, entre outras atividades na órbita.

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Fonte: Spaceflightnow, Astroscale