Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Após adiamento, nanossatélite brasileiro NanoSatC-Br2 é lançado com sucesso

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Março de 2021 às 16h40

Link copiado!

Reprodução/Roscosmos/Twitter
Reprodução/Roscosmos/Twitter

Durante a madrugada desta segunda-feira (22), o nanossatélite brasileiro NanoSatC-Br2 foi lançado com sucesso no Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. O lançamento, feito com o foguete russo Soyuz-2, deveria ter ocorrido no sábado, mas precisou ser adiado em função de uma anomalia no veículo. O satélite, que pesa 1,7 kg, foi desenvolvido com apoio da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e já foi inserido na órbita nominal.

O NanoSatC-Br2 é o segundo nanossatélite científico e universitário do Brasil, e foi desenvolvido por meio do Programa NanoSatC-Br em parceria com a UFSM e outras instituições: “é o segundo nanossatélite que a UFSM participa e temos muito orgulho de fazer parte de um projeto como esse”, comentou o reitor Paulo Burmann durante a transmissão do lançamento. Este satélite segue o padrão CubeSat de plataformas, que são mais baratas, acessíveis e de desenvolvimento mais rápido. Geralmente, elas são usadas no Brasil para pesquisas e capacitação de recursos humanos e operacionais.

Continua após a publicidade

Na verdade, o lançamento estava programado para acontecer no sábado (20). Contudo, foi preciso adiá-lo em função de uma anomalia identificada no módulo Fregat, que é um dos estágios superiores do veículo. Como o problema ocorreu em uma das partes do foguete responsáveis pela inserção da carga útil na órbita a alguns minutos antes da decolagem, a equipe preferiu realizar o adiamento para fazer uma nova revisão no veículo.

Dmitry Rogozin, diretor-geral da agência espacial russa Roscosmos, informou em nota que algumas inspeções seriam feitas no domingo e, se os resultados fossem positivos, uma nova tentativa de lançamento seria feita no dia 22. Vale lembrar que é comum haver adiamentos em lançamentos espaciais, já que é necessário garantir a segurança das equipes envolvidas e dos equipamentos. Além disso, o módulo Fregat é um dos estágios superiores mais confiáveis do mundo, alcançando 97,6% de índice de sucesso.

Após o sucesso do lançamento, Clezio de Nardin, diretor do INPE/MCTI comentou o que viria em seguida: "o Fregat vai começar a liberar a carga principal de satélites, depois ele sobe para uma órbita mais alta, libera vários outros e desce", explicou. "Por isso, é que ele leva essas quatro horas e, depois que chega a uma órbita mais baixa, saem os últimos satélites — incluindo o nosso". Agora, o NanoSatC-Br2 está na órbita baixa terrestre (LEO) para estudar e monitorar os distúrbios que ocorrem na magnetosfera terrestre, a intensidade do campo geomagnético e a precipitação de partículas sobre o território do Brasil — tudo isso em tempo real.

Continua após a publicidade

Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, esteve no evento de lançamento, junto de outros especialistas e profissionais que atuaram no desenvolvimento do nanossatélite: "é um momento muito importante que não só traz a tecnologia, mas também essa agregação de valor com participação da universidade, de professores, alunos", disse. "Precisamos ter uma renovação de quadros, motivar jovens para trabalhar no setor espacial".

Pontes ressaltou também o papel das universidades no Programa Espacial brasileiro, destacando também o trabalho de valorização do programa espacial do país. Carlos Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira, ressaltou a participação acadêmica: “é a concretização de um trabalho de muitas pessoas, desde estudantes de graduação, pós-graduação, professores, institutos de ciência e tecnologia, num ramo que tem crescido cada vez mais, que é o dos nanossatélites”, disse. “A AEB tem como um dos seus objetivos, além de apoio às iniciativas de capacitação para o setor espacial, também o apoio a iniciativas de ciências”, finalizou ele.

Confira a transmissão completa do lançamento:

Continua após a publicidade

Fonte: AEB, Inpe