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Água do banho de astronautas poderá ser usada para produzir combustível em Marte

Por  • Editado por  Rafael Rigues  | 

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ESA
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Quando os humanos chegarem à Marte, serão necessárias tecnologias que permitam usar ao máximo os recursos disponíveis por lá. Pensando nisso, o centro tecnológico espanhol Tekniter está desenvolvendo um sistema que usa a luz solar para produzir combustível a partir da água residual usada no banho dos astronautas.

A tecnologia é uma criação do engenheiro de telecomunicações da Tekniter, Borja Poza, e da engenheira de materiais da Agência Espacial Europeia (ESA), Eva Gutierrez. A ideia é elaborar o primeiro reator para produção de combustível em Marte usando a atmosfera do planeta, cuja composição é de 95% de dióxido de carbono.

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Poza explica que o reator será alimentado pela luz solar e a água de reuso — que sobrar dos banhos dos astronautas — ajudará na produção do propelente.

Muitas evidências indicam a presença de gelo subterrâneo em diversos pontos de Marte. Esse gelo poderá ser colhido nas futuras missões para fornecer água e produção de combustível — processo conhecido como utilização de recursos in-situ (ISRU na sigla em inglês). Ao quebrar as moléculas de água (H2O), obtém-se hidrogênio molecular (H2) e gás oxigênio (O2).

Quando submetidos a temperaturas algumas centenas de graus abaixo de zero, esses dois elementos se transformam nos principais ingredientes para o combustível de hidrogênio convencional — hidrogênio líquido e oxigênio líquido.

Recursos de Marte

Dados da sonda Trace Gas Orbiter, da ESA, apontaram grandes quantidades de gelo misturado com rochas no fundo de um sistema de cânions marcianos, o Valles Marineris. Enquanto isso, outras evidências indicaram fontes subterrâneas de gelo nas latitudes médias de Marte.

O técnico da ESA Jean-Christophe Berton, à frente do projeto no Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC), na Alemanha, diz que os resultados dessa atividade forneceram informações valiosas quanto à produção de combustível não apenas em Marte, mas também para alimentar estações remotas na Terra.

Além disso, Berton acrescenta que a tecnologia poderia ajudar a desenvolver um sistema de descarbonização da própria atmosfera terrestre. O projeto está sendo desenvolvido pela plataforma Open Space Innovation Platform (OSIP) da ESA, uma iniciativa que procura por ideias inovadores para aplicação espacial.

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Fonte: ESA, Via Universe Today

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