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NASA seleciona conceitos para futuras missões de exploração espacial

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Março de 2021 às 17h20

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Reprodução/NASA/JPL-Caltech
Reprodução/NASA/JPL-Caltech
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Em fevereiro, a NASA divulgou a seleção de mais de 12 ideias de projetos diversos de exploração espacial, como um sistema de levitação na Lua com trilhos, produção de solo com fungos a partir de materiais vindos de asteroides e muito mais. As propostas foram criadas por pesquisadores da agência espacial, indústria e da academia, e irão receber apoio da NASA por meio do programa Innovative Advanced Concepts (NIAC), para eles estudarem a viabilidade dos conceitos que desenvolveram.

O NIAC foi fundado em 2011 como o sucessor do programa Institute for Advanced Concepts. Jason Derleth, diretor executivo do programa, comentou houve um grande número de participantes neste ano: "todos, exceto dois pesquisadores selecionados para as bolsas da Fase I, passam pelo NIAC pela primeira vez, o que mostra que as oportunidades da NASA continuam atraindo novos pensadores criativos de todo o país", comentou. Embora muitos dos projetos ainda precisem de algumas décadas até serem realmente lançados, a NASA e outros grupos relacionados podem aproveitar algumas ideias para programas futuros

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Jenn Gustetic, diretora de inovações e parcerias em estágio inicial na NASA, comenta que os participantes do programa são conhecidos por terem grandes sonhos, propondo tecnologias que parecem ter vindo da ficção científica e que dificilmente seriam financiadas por programas de outras agências: “não esperamos que todos se concretizem, mas reconhecemos que fornecer um pequeno fundo para a pesquisa inicial poderá beneficiar a NASA”, disse ela.

Neste ano, os projetos da Fase I do programa receberam US$ 125 mil cada um, para o desenvolvimento de pesquisas preliminares. Futuramente, os pesquisadores que atingirem os requisitos necessários vão poder aplicar para a Fase II, etapa em que o programa costuma fornecer até US$ 500 mil para cada proposta. Os projetos que avançarem para a Fase III poderão receber o total de US$ 2 milhões.

Confira a lista dos participantes da Fase I:

  • Regolith Adaptive Modification System (RAMs) to Support Early Extraterrestrial Planetary Landings (and Operations): o projeto de Sarbajit Banerjee, da Texas A&M Engineering Experiment Station, estudará reforços seletivos e fusão dos materiais disponíveis na superfície lunar.
  • Exploring Uranus through SCATTER: Sustained ChipSat/CubeSat Activity Through Transmitted Electromagnetic Radiation: o projeto de Sigrid Close, da Universidade de Stanford, vai estudar a capacidade de uma espaçonave mãe transmitir energia e manipular uma pequena sonda, por meio de um transmissor a laser.
  • Ablative Arc Mining for In-Situ Resource Utilization: feito por Amelia Greig, da Universidade do Texas, este projeto vai abranger a extração e coleta de água, em paralelo a outros materiais locais, quando for possível. A ablação do material da superfície com arcos elétricos cria partículas ionizadas livres, que podem ser organizadas de acordo com a massa em grupos, sendo transportadas por campos eletromagnéticos para coletores.
  • Kilometer-Scale Space Structures from a Single Launch: o projeto de Zachary Manchester, da Carnegie Mellon University, enfrenta o desafio de produzir gravidade artificial semelhante à da Terra para astronautas por meio de uma estrutura de escala quilométrica. A ideia é que a estrutura possa alavancar avanços recentes com metamateriais mecânicos, para criar estruturas leves e que possam ser lançadas com taxas de expansão sem precedentes.
  • PEDALS: Passively Expanding Dipole Array for Lunar Sounding: o projeto de Patrick McGarey, do Laboratório de Propulsão a Jato, vai incluir uma série de dipolos discretos que, por meio de combinações, estende a resolução efetiva da subsuperfície lunar por permitir frequências e profundidades variáveis.
  • Autonomous Robotic Demonstrator for Deep Drilling (ARD3): o projeto de Quinn Morley, da Planet Enterprises, vai testar um sistema de perfuração autônomo que pode usar um rover semelhante ao Perseverance como um equipamento de perfuração. Essa estratégia não depende de cabos, mas sim de robôs que entram e saem da cavidade de forma autônoma.
  • Extrasolar Object Interceptor and Sample Return Enabled by Compact, Ultra Power Dense Radioisotope Batteries: o projeto de Christopher Morrison of UltraSafe Nuclear Corp. — Space, irá estudar um projeto de espaçonave compacta e com propulsão elétrica-radioisotópica, alimentada por uma bateria atômica recarregável.Essa tecnologia permite que o veículo alcance um objeto extrasolar, colete uma amostra e volte para a Terra em até 10 anos.
  • Atomic Planar Power for Lightweight Exploration (APPLE): o projeto de Joseph Nemanick, da The Aerospace Corp, irá estudar arquitetura para missões no Sistema Solar profundo, com plataformas de baixa massa e trânsito rápido. O veículo integra um sistema modular recarregável e de longa duração, com propulsão fornecida por uma vela solar.
  • A Titan Sample Return Using In-Situ Propellants: o projeto de Steven Oleson, do Glenn Research Center, propõe uma missão de retorno de amostras coletadas na lua Titã, usando propelentes voláteis disponíveis na superfície.
  • ReachBot: Small Robot for Large Mobile Manipulation Tasks in Martian Cave Environments: o projeto de Marco Pavone, da Universidade de Stanford, vai testar um robô de longo alcance capaz de rastejar e se ancorar, que reaproveita barreiras extensíveis para manipulação móvel. O robô seria implantado para explorar e coletar amostras de terrenos desafiadores em corpos planetários, com foco principal voltado para a exploração de Marte.
  • FarView - An In Situ Manufactured Lunar Far Side Radio Observatory: o projeto de Ronald Polidan of Lunar Resources, Inc. será um estudo de um sistema de ponta a ponta sobre como construir um rádio observatório de baixa frequência no lado afastado da Lua, com o uso de materiais do regolito lunar.
  • FLOAT — Flexible Levitation on a Track: o projeto de Ethan Schaler, do Laboratório de Propulsão a Jato, vai estudar o primeiro sistema de ferrovia na Lua, que irá fornecer transporte confiável, autônomo e eficiente de cargas úteis. O sistema funciona com robôs magnéticos sem energia elétrica, que levitam sobre um trilho composto por um filme de três camadas.
  • SWIM — Sensing with Independent Micro-swimmers: também de Ethan Schaler, este projeto irá expandir dramaticamente as capacidades das missões robóticas do oceano na subsuperfície da lua Europa, além de aumentar de forma significativa as chances de encontrar evidências de biomarcadores de vida.
  • Making Soil for Space Habitats by Seeding Asteroids with Fungi: o projeto de Jane Shevtsov of Trans Astronautica Corp. irá criar solo a partir de materiais de asteroides ricos em carbono, usando fungos para quebrar estes compostos e degradar substâncias tóxicas.
  • Light Bender: o projeto de Charles Taylor, do Langley Research Center, irá usar a óptica do telescópio com a configuração de Cassegrain como a forma principal de capturar, concentrar e focar a luz do Sol. Outra inovação é o uso de lentes de Fresnel para colimar a luz para distribuição a vários usuários finais, a distâncias de um quilômetro ou mais, sem grandes perdas.
  • Solar System Pony Express: Joshua Vander, do Laboratório de Propulsão a Jato, irá estudar um dispositivo global, multi-espectral e de alta resolução, que receberá o suporte de visitantes regulares de uma rede de satélites para recuperar enormes quantidades de dados, para transmiti-los à Terra.
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Fonte: Space.com, JPL