Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Combustível de foguete pode ser produzido em Marte usando bactérias; entenda

Por| Editado por Patricia Gnipper | 27 de Outubro de 2021 às 13h20

Link copiado!

NASA Langley Advanced Concepts Lab/A.M.A.
NASA Langley Advanced Concepts Lab/A.M.A.

Um dos maiores desafios da colonização de Marte envolve o combustível — afinal, se os futuros astronautas que estiverem no planeta quiserem voltar para casa, vão precisar de propelente para o lançamento do foguete e para a viagem de retorno. Como levá-lo da Terra é inviável, o ideal seria produzir o composto por lá. Em um novo estudo, pesquisadores do Georgia Institute of Technology desenvolveram um conceito para isso, que envolve duas bactérias e recursos disponíveis no Planeta Vermelho.

Em linhas gerais, a técnica envolve o uso dos recursos nativos do planeta e transporte de dois microrganismos. Um são as cianobactérias, que iriam aproveitar o dióxido de carbono da atmosfera e, assim, iriam produzir açúcares por meio da fotossíntese e da água obtida através do gelo. Já as bactérias E. coli iriam fermentar os açúcares para produzir o butano-2,3-diol (2,3-BDO), um composto aplicado na produção de borracha e que poderia ser usado para criar propelente de foguetes. Claro que o 2,3-BDO não é tão potente quanto os compostos usados nos lançamentos realizados no nosso planeta, mas, graças às condições de Marte, isso não seria um problema.

Continua após a publicidade

Pamela Peralta-Yahya, coautora do estudo, explica que uma quantidade bem menor de energia seria suficiente para permitir uma decolagem da superfície de Marte, o que proporciona flexibilidade para considerar o uso de compostos que, originalmente, não iriam servir para lançamentos na Terra. “Começamos a considerar formas de aproveitar a gravidade menor do planeta e a falta de oxigênio, para assim criar soluções que não são relevantes para lançamentos na Terra”, explicou ela.

Para produzir propelente suficiente para a viagem de volta, seria necessário construir um fotobiorreator com tamanho parecido com o de quatro campos de futebol, que seria alimentado por dióxido de carbono e luz solar. Além de produzir o propelente, o método iria exigir 32% menos energia do que a estratégia original de envio de metano da Terra, e ainda teria a vantagem de produzir 44 toneladas de oxigênio, que poderiam sustentar as colônias humanas por lá.

Entretanto, haveria também o triplo de peso, mas os autores acreditam haver meios para otimizar o método — um deles, por exemplo, seria o aumento da produtividade dos micróbios para usarem 59% menos energia, enquanto produzem 20 toneladas de oxigênio em excesso. “Considerando as vantagens distintas do processo biológico, como geração de oxigênio em excesso para a formação de colônias, podemos começar a pensar em como modificar microrganismos para um uso seguro em Marte”, disse Peralta-Yahya.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications.

Continua após a publicidade

Fonte: Georgia Institute of Technology