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Aglomerado de galáxias é encontrado relaxando em meio a colisões

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/CXC/MIT/M. Calzadilla/STScI/HST/N. Wolk
NASA/CXC/MIT/M. Calzadilla/STScI/HST/N. Wolk

Um aglomerado de galáxias encontrado a cerca de 8,4 bilhões de anos-luz da Terra estava bem tranquilo, em contraste com os demais da mesma época que passam por constantes colisões entre si. O objeto peculiar pode ajudar a solucionar o problema da constante de Hubble e a descobrir mais sobre a misteriosa energia escura.

Os astrônomos sabem que os aglomerados de galáxias (grupos com até centenas de galáxias ligadas gravitacionalmente) eram bastante turbulentos quando o universo tinha cerca de 5 bilhões de anos, sujeitas a várias colisões e fusões, ou até mesmo interrupções. Essas atividades fomentavam o crescimento desses aglomerados.

Em um novo estudo, os autores observaram um deles, chamado SPT-CL J2215-353 (J2215-353, para abreviar). Ele está localizado a mais de 8 bilhões de anos-luz de distância e, portanto, aparece como era quando o universo tinha apenas 5,3 bilhões de anos. Atualmente, já são 13,7 bilhões de anos após o Big Bang.

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Acontece que, ao contrário do esperado, o J2215-353 não estava nem um pouco afetado pelo caos da época — pelo contrário, ele esteva tranquilo por cerca de um bilhão de anos, ou seja, desde 4,3 bilhões de anos após o Big Bang. Isso deixou o gás dentro do aglomerado com uma aparência suave e calma.

Com essa descoberta, os cientistas deduziram que este aglomerado já havia atingido massa o suficiente de modo precoce em relação aos demais. Enquanto os outros ainda precisavam colidir entre si para aumentar de tamanho até atingir as proporções atuais, o J2215-353 já havia crescido um bilhão de anos antes.

Michael Calzadilla, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), principal autor do artigo recente, disse que “até agora, não vimos um aglomerado de galáxias relaxado tão distante quanto SPT2215”. Além disso, o buraco negro supermassivo da galáxia no centro de J2215-353 também está bastante tranquilo, resultando em alta taxa de formação de novas estrelas.

Outra característica estranha é que a galáxia central do J2215-353 está isolada das suas vizinhas — não existe nenhuma outra galáxia dentro de 600.000 anos-luz que seja tão brilhante ou extensa quanto ela. Essa é mais uma evidência de que o aglomerado não passou por nenhuma uma fusão há muito tempo.

Uma vez que aglomerados do tipo são usados ​​para medir a expansão do universo, e considerando que eles até então só eram encontrados no universo mais recente, a descoberta do estado de J2215-353 pode ser importante para novas medições. Até hoje, os astrônomos estão em um impasse para determinar a taxa de expansão devido a valores diferentes, obtidos por métodos teoricamente corretos.

As descobertas foram relatadas em uma série de três artigos, publicados nas revistas The Astrophysical Journal (o mais recente), The Astrophysical Journal Supplement Series e Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: NASA/Chandra