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A sonda InSight ajudou a criar o primeiro mapa da subsuperfície de Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 23 de Novembro de 2021 às 21h40

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech
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Sob a liderança de geofísicos suíços, uma equipe de pesquisadores conseguiu criar o primeiro mapa do que há abaixo da superfície de Marte, usando vibrações nas camadas de solo e rochas próximas do equador do planeta, causadas pelo vento. Para isso, eles aplicaram uma técnica que usa os instrumentos da sonda InSight, da NASA, para analisar o que há a uma profundidade de até 200 m abaixo da crosta do planeta.

Cedric Schmelzbach, geofísico e autor correspondente do estudo, explica que a equipe trabalhou com a vibração ambiente. Na Terra, temos os oceanos e ventos que causam tremores de terra o tempo inteiro; esses tremores podem ser medidos até certo ponto, e essas informações permitem determinar um pouco do que acontece abaixo da superfície. Já Marte não tem oceanos e, como a atmosfera do planeta é bem fina, há um vento fraco por lá.

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Assim, a ideia dos pesquisadores era usar a sonda InSight para “ouvir” as interações dos ventos com a subsuperfície. Ela pousou em Elysium Planitia em 2018 para estudar os tremores de terra conhecidos como “martemotos”, e os dados coletados já renderam uma série de informações sobre o tamanho e composição do núcleo marciano. Agora, os instrumentos sensíveis da InSight renderam detalhes importantes sobre a subsuperfície do planeta.

Schmelzbach observou que, quanto mais fundo eles tentavam observar, menor ficava a resolução dos dados. Mesmo assim, eles conseguiram criar um mapa dos últimos bilhões de anos de evolução do planeta, incluindo uma camada inesperada de sedimentos e até depósitos de lava — tudo isso estava coberto por 3 m de regolito arenoso. Essa camada de areia fica de 30 m a 70 m abaixo da superfície e foi uma descoberta surpreendente para os autores, que estão intrigados pela origem dela.

A equipe está trabalhando para interpretar os dados e estabelecer a idade da camada, mas já considera algumas implicações para o que se sabe sobre o passado da região. “Ela nos diz que, provavelmente, o histórico geológico daquele local é muito mais complicado do que pensamos originalmente, e que provavelmente houve mais processos que aconteceram por lá no passado”, disse.

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A camada em questão está entre duas outras, quase como um “sanduíche”. Ao comparar as outras que a envolvem com estudos anteriores de crateras na região, os autores estabeleceram que ambas fazem parte de períodos do passado de Marte que se estendem de 1,7 bilhões a 3,6 bilhões de anos. Acima da camada de lava mais jovem há uma faixa de material rochoso que provavelmente foi parar lá após um impacto de meteorito.

Futuramente, os autores pensam na possibilidade de estender a técnica para observar um pouco mais fundo nas camadas de Marte, explorando os primeiros quilômetros de profundidade dela. “Existe uma espécie de zona cega por ali no momento”, disse Schmelzbach. O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications.

Fonte: Nature Communications; Via: Space.com