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Sonda InSight detecta dois novos fortes tremores em Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Abril de 2021 às 17h00

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech
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Em 2018, a sonda InSight pousou em Marte para registrar e estudar a atividade sísmica no Planeta Vermelho. Recentemente, a sonda detectou dois tremores de magnitude 3,3 e 3,11 vindos da região de Cerberus Fossae — que, aliás, é o mesmo lugar em que ocorreram tremores de magnitude 3,6 e 3,5, logo no início da missão. Até o momento, a missão já registrou mais de 500 tremores, mas como estes tiveram sinais mais claros, foram quatro dos melhores registros já feitos. 

Estes novos tremores foram registrados durante o verão do hemisfério norte de Marte, uma característica em comum com outros eventos sísmicos que ocorreram há quase um ano marciano (que equivale a dois na Terra). Na verdade, já era esperado pelos cientistas que este seria o melhor momento para detectá-los, porque essa é uma época em que os ventos ficam mais calmos por lá — o sismômetro Seismic Experiment for Interior Structure (SEIS) é tão sensível que até a vibração causada pelo vento pode "esconder" martemotos, tanto que não houve detecções no último inverno.

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Estudar os chamados “martemotos” — que é o nome dado aos tremores sísmicos de Marte — é uma forma de a equipe científica da missão entender melhor o que acontece no manto e núcleo do planeta. Embora Marte não tenha placas tectônicas como a Terra, nosso vizinho possui regiões vulcanicamente ativas, que podem causar abalos sísmicos, e talvez seja esse o caso de Cerberus Fossae. Com os novos tremores registrados, esta região se torna uma candidata a um local central de atividade sísmica. 

Taichi Kawamura, que ajudou a fornecer o sismômetro da InSight e distribuir os dados, explica que a equipe já observou dois tipos de martemotos ao longo da missão: um é mais parecido com os tremores da Lua, e o outro se parece mais com os da Terra. No caso dos primeiros, as ondas tendem a ser mais espalhadas, enquanto o outro tipo tem ondas que viajam mais diretamente através do planeta: “o mais interessante é que todos os tremores maiores, vindos de Cerberus Fossae, se parecem com os terremotos da Terra”, disse ele. 

Agora, para aumentar a capacidade de “ouvir” os tremores, os cientistas estão buscando uma forma de proteger o cabo que conecta o sismômetro ao lander contra as variações do clima — as variações extremas de temperatura podem estar fazendo com que o cabo dilate e se contraia, o que causa algumas detecções falsas nos dados. Para isso, a equipe da missão está usando a concha no fim do braço robótico da InSight para jogar solo sobre a cúpula que protege o equipamento, deixando-o mais próximo e sem interferir na vedação com o solo. 

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Enterrar o cabo é uma das tarefas da próxima fase da missão, que foi estendida recentemente até 2022. Além da questão do vento causando vibrações no sismômetro, os painéis solares da InSight continuam cobertos por poeira, e a energia que a alimenta está ficando menor com Marte se afastando do Sol. Os níveis de energia devem aumentar depois de julho, quando o planeta se aproximar novamente da nossa estrela; até lá, a equipe deverá desligar ocasionalmente os instrumentos para a InSight “hibernar”, despertando de tempos em tempos para verificações e testes de comunicação com a Terra.

Fonte: NASA