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A interação gravitacional entre Terra, Lua e Sol movimenta as placas tectônicas?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Janeiro de 2022 às 11h52

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NASA
NASA

A interação gravitacional entre Terra, Lua e Sol seria responsável pela dinâmica das placas tectônicas em nosso planeta, conforme sugerido um estudo liderado pela Washington University. Até então, as correntes de convecção no núcleo quente do planeta eram a explicação provável para o movimento da crosta terrestre.

O movimento das placas tectônicas é quem molda toda a superfície da Terra. Até agora, pensava-se que esses grandes blocos da litosfera fossem exclusivamente empurrados pelas correntes de convecção do manto em camadas mais interiores, mas o novo estudo sugere mais um fator nesta dinâmica.

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A convecção, por si só, não produziria força suficiente para deslocar as placas tectônicas, segundo os autores do novo estudo. Em vez disso, a força gravitacional entre a Terra, a Lua e o Sol seria o principal motor para o deslocamento delas.

A explicação seria o baricentro do sistema Terra-Lua — o ponto no qual os dois orbitam —, que não se encontra exatamente no centro de massa da Terra, o geocentro. Por conta da atração gravitacional do Sol, o baricentro muda em até 600 km ao longo do mês.

A geofísica Anne Hofmeister, principal autora do estudo, explicou que, como o oscilante baricentro fica a 4.600 km do geocentro, a aceleração orbital da Terra e a atração solar são desequilibradas, menos no baricentro. A litosfera, então, não suportaria toda essa tensão e se quebraria, formando as placas.

Além disso, o movimento de rotação da Terra contribuiria para o aumento dessas tensões em seu interior. Ao se combinarem, todas essas forças divergentes produzem o deslocamento e a fragmentação das placas tectônicas.

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Em outras palavras, a sólida litosfera e o manto superior estão sendo girados em diferentes velocidades devido às tensões gravitacionais, mas exclusivamente graças a configuração única do sistema Terra-Lua-Sol.

Segundo Hofmeister, a nossa Lua, excepcionalmente grande, e a distância até o Sol são fundamentais. Sem este satélite natural, não existiria a variação entre o baricentro e o geocentro; portanto, não haveria movimentos tectônicos.

Ainda assim, os autores destacaram que o interior quente da Terra é fundamental para o funcionamento de toda essa dinâmica. “O calor interior da Terra é essencial para criar a camada limite térmica e física conhecida como litosfera”, apontou a equipe.

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O mesmo foi aplicado em outros corpos rochosos do Sistema Solar, mas nenhum apresenta atividade tectônica confirmada. Um forte candidato para um estudo aprofundado seria Plutão, que, apesar de pequeno e frio, tem uma lua enorme e uma superfície jovem, ressaltou Hofmeister.

O estudo foi apresentado na revista GSA Special Papers.

Fonte: GSA Special Papers, Via ScienceAlert