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A falta de acesso rápido e barato ao espaço atrasa a corrida dos nanossatélites

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Julho de 2021 às 12h30

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UPC/ESA
UPC/ESA

Para os desenvolvedores iniciantes de satélites e para aqueles que buscam solucionar o problema do lixo espacial, os nanossatélites se apresentam como uma solução muito mais viável do que os grandes modelos convencionais. Por serem menores em tamanho e também em custo, os nanosats permitem que mais pessoas alcancem o espaço. No entanto, este setor se depara com desafios como a grande dependência de veículos de lançamento que coloquem estes objetos na órbita da Terra, o que provoca o atraso de muitos projetos inovadores.

Atualmente, existe uma série de projetos aeroespaciais envolvendo nanossatélites. Alguns deles voltados para a limpeza do espaço próximo à Terra, removendo destroços ao redor do planeta, e outros que avaliam materiais mais baratos e resistentes, como pequenos satélites de madeira. O problema é que a maior parte desses trabalhos funcionam como uma espécie de “tiro no escuro”, pois é inviável lançar um equipamento desse para a órbita terrestre e depois recolhê-lo para novas análises e aprimoramentos. Nesse sentido, a inovação depende (e muito) dos desenvolvedores de veículos de lançamentos.

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Mais do que lançar estes pequenos satélites ao espaço, os empreendedores espaciais devem garantir projetos econômicos e ambientalmente viáveis. Segundo Steve Heller, fundador da Evolution Space — empresa que oferece lançamento suborbital para pequenas cargas como os nanossatélites —, novas rotas são urgentes. Para ele, assim com a internet foi a tecnologia fundamental da última geração, o espaço tem grandes chances de ser a desta, desde que consigamos torná-lo tão viável e acessível quanto o mundo digital.

Em outras palavras, o acesso ao espaço é fundamental para a inovação tecnológica e o desenvolvimento das atuais ferramentas. Mais do que nunca, setores de comunicação, imagens e meteorologia dependem da exploração espacial e de novos equipamentos, como os nanossatélites. Com isso, demandas por novas rotas espaciais aumentam como a necessidade de testes, seja de material ou de sistemas desses pequenos satélites, antes que eles sejam lançados ao espaço para uma constelação final.

Para Heller, é necessário criar uma espécie de “Uber para ir e voltar” do espaço. Apesar de empresas como a SpaceX, Blue Origin e United Launch Allience terem revolucionado o transporte espacial ao longo dos últimos anos, cargas úteis do tamanho de pequenos satélites foram deixadas de lado — a não ser que peguem carona em algum foguete. O acesso a lançamentos frequentes e de baixo custo permitirá que desenvolvedores façam melhorias da maneira mais rápida antes de lançar seu produto final ao espaço.

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Isso também poderia refletir positivamente no problema do lixo espacial, hoje agravado pela atual dinâmica do setor de “voar e rezar para que funcione”. Em recente relatório, a Agência Espacial Europeia (ESA) diz que, embora a indústria tenha se tornado mais consciente a esta questão e até tenha tomado algumas medidas para amenizar, não é o suficiente para acompanhar o crescente número de lixos em órbita. “Aumentar amplamente o acesso ao espaço em todos os níveis, pode ajudar as organizações a garantir que seus satélites sejam removidos da órbita quando não estiverem mais ativos”, acrescenta Heller.

Outra maneira de estimular este setor é aproveitar o interesse público, o qual, segundo Heller, é o maior de todos os tempos — bem mais do que a corrida espacial dos anos 1960. “O próximo passo natural agora é inclinar-se para a corrida do ouro dos nanossatélites com novas ideias, novas tecnologias e novos serviços de lançamento para atendê-los”, diz ele.

O acesso frequente e de baixo custo ao espaço, é fundamental para isso. Mais do que democratizar o acesso, é necessário democratizar a inovação, de modo a permitir que mais desenvolvedores, dos mais variados objetivos, alcancem seu produto final com mais rapidez.

Fonte: The Space Review