Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Crítica What If | Episódio 3 é a prova de que qualquer um pode morrer na Marvel

Por| Editado por Jones Oliveira | 25 de Agosto de 2021 às 08h33

Link copiado!

Divulgação/Marvel Studios
Divulgação/Marvel Studios
Tudo sobre Marvel

Apesar de toda a premissa de What If…? girar em torno da ideia de que tudo é possível, ainda restavam algumas dúvidas sobre alguns possíveis tabus que a Marvel poderia adotar em suas histórias. Afinal, será que o estúdio teria coragem de mostrar uma realidade em que veríamos a morte de cada um de seus heróis? Bem, o terceiro episódio da série mostra que sim.

A decisão é bastante ousada e muito inesperada, o que mostra o comprometimento do Marvel Studios em brincar com o multiverso de formas surpreendentes. Mais do que isso, deixa claro o quanto o estúdio também quer transitar por diferentes gêneros e explorar outras possibilidades narrativas para contar suas histórias.

Continua após a publicidade

Assim, ao mesmo tempo em que vira o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) que a gente conhece de cabeça para baixo, o terceiro episódio de What If…? deixa claro que a ideia é ir muito além de apenas trocar personagens de lugar para explorar propostas que sejam realmente novas — inclusive algumas que podem soar chocantes à primeira vista.

Atenção! Este texto pode conter spoilers.

Moldando um novo MCU

A estrutura dos dois primeiros episódios da animação foi bem parecida, substituindo alguns personagens em eventos-chave e explorando o que mudaria diante disso. Neste terceiro capítulo, no entanto, a mudança é bem mais radical e, por isso, tudo fica ainda mais interessante.

Continua após a publicidade

O grande ponto aqui é o mistério. Ainda que as mortes de Tony Stark, Thor, Gavião Arqueiro e Bruce Banner sejam impactantes — especialmente a do Gigante Esmeralda —, o que move a história é entender o que está acontecendo por trás desses assassinatos. Aliás, não é possível nem mesmo chamá-los de spoiler, já que é isso que move toda a trama.

Tudo isso acontece ainda durante a Fase 1 da Marvel, quando Nick Fury tentava reunir esse heróis para formar os Vingadores, o que levanta suspeitas de sabotagem para impedir o surgimento da iniciativa de reunir todos os heróis. Mas quem estaria por trás disso?

Continua após a publicidade

Esse clima de suspense é bem interessante por várias razões. Primeiro porque explora muito bem a protagonista da vez, a espiã Viúva Negra — melhor até mesmo do que em seu filme solo, diga-se de passagem —, que transita pelas histórias de cada um dos heróis para testemunhar suas mortes. Além disso, essa tônica cria uma paranoia e um senso de urgência na trama que funcionam muito bem e que combinam com a própria natureza de agente russa.

Mas o que realmente chama a atenção é como esse foco no mistério faz com que, por meio de histórias já conhecidas, a gente entre em um gênero completamente diferente. O episódio se torna quase um thriller policial, com a heroína buscando pistas e evidências para tentar descobrir quem está por trás dos assassinatos antes que a culpa caia sobre ela. E a trama conduz o espectador tão bem que, mesmo dando boas pistas sobre o responsável por tudo, a revelação final fica longe de ser óbvia.

Trata-se de uma reviravolta que é totalmente condizente com aquilo que a gente tem nos quadrinhos, mas que funciona muito bem dentro do MCU.

Continua após a publicidade

O único ponto negativo nisso tudo fica em relação à localização para o português, seja na dublagem ou na legenda. Há um pequeno trocadilho em inglês que faz com que tudo faça sentido, mas que era impossível de reproduzir em português e tira muito do impacto final da história. Tanto que, quem acompanhar só pela versão nacional, vai ficar sem entender como Nick Fury chegou à resposta. Ainda assim, é um problema pequeno e pouco comprometedor.

Mais uma porta que se abre

Só que a morte dos Vingadores não é interessante apenas pelo mistério que é construído em volta. Mais do que isso, o episódio mostra o que aconteceria com o mundo caso os Heróis mais Poderosos da Terra não estivessem aqui para impedir grandes ameaças.

É aqui que vemos aquela cena do trailer de What If…?, com Loki chegando ao planeta liderando tropas asgardianas. Essa é uma mudança bastante sutil, mas que é bem curiosa de ser vista, já que o Deus da Trapaça usa a morte de seu irmão como pretexto para executar o plano que ele sempre quis em todas as linhas temporais existentes.

Continua após a publicidade

E isso só fica claro no último segundo do episódio, quando vemos o personagem ocupando os prédios da ONU e fazendo seu discurso de conquistador enquanto mobiliza seu exército. Até então, a gente está torcendo por ele e por sua ajuda para resolver o enigma que estava sendo apresentado.

Nisso, este terceiro episódio de What If…? se assemelha muito à história da Capitã Carter em termos de preparar terreno. Nos dois casos, a impressão que fica é que a Marvel quis apenas introduzir o conceito para expandi-lo mais para frente — com a diferença de que, neste caso, isso é feito a partir de uma base muito mais inventiva do que no capítulo de estreia da série —, seja com o mundo dominado por Loki ou pelos novos Vingadores que Nick Fury terá de formar.

Continua após a publicidade

Durante toda a divulgação de What If…?, a Marvel bateu na tecla de que a série segue um formato de antologia com histórias isoladas, mas fica cada vez mais claro o quanto as histórias caminham para se encaixar em algum momento. E este episódio apenas reforça isso.

A ideia de matar Tony Stark e companhia é realmente intrigante, mas o desenvolver da história faz com que a premissa soe muito mais como o truque de um ilusionista: enquanto desvia a nossa atenção para um lado, o grande arco que une esses fragmentos do multiverso vem sendo desenhado ao fundo — e a gente não vê a hora de conferir o grande ato.

What If...? está disponível para todos os assinantes do Disney+.