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Crítica What If | Episódio 2 mostra por que T'Challa é maior que o multiverso

Por| Editado por Jones Oliveira | 18 de Agosto de 2021 às 04h00

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Reprodução/Disney
Reprodução/Disney
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A parte mais interessante do conceito de What If…? é brincar com o que aconteceria se um único ponto da história que a gente conhecesse fosse diferente. É a premissa básica do efeito borboleta, em que basta uma única pequena alteração no rumo dos acontecimentos para que tudo mude drasticamente. E, às vezes, basta estar na hora e no lugar errado para que as coisas saiam de seu devido lugar.

É a partir dessa ideia que o segundo episódio da animação da Marvel tem início, mostrando o que aconteceria caso os Saqueadores de Yondu sequestrassem T’Challa ao invés de Peter Quill. Por mais que a proposta soe bastante absurda e até mesmo boba, as consequências dessa troca são suficiente`s para alterar todo o universo Marvel que a gente conhece e apresentar o que certamente vai ser um dos melhores episódios da temporada.

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Atenção! Daqui em diante este texto pode conter spoilers.

Parte disso está nos impactos causados por essa troca. Enquanto a criação da Capitã Carter mudou muito pouco nos eventos que a gente já tinha visto em Capitão América: O Primeiro Vingador, a ida do príncipe de Wakanda para o espaço mexe com toda a organização do núcleo cósmico do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês), a ponto de a relação de forças ser completamente diferente, incluindo um Thanos que decidiu não exterminar metade da existência porque foi convencido por T’Challa.

Apesar de isso ser mostrado quase como uma piada no episódio, ilustra bem quem é o personagem e que ecoa em um questionamento feito pelo Vigia: “Em um universo de infinitas possibilidades, o seu destino está determinado pela sua natureza ou pela natureza do seu mundo?”. Pois o que vemos aqui é o quanto a influência do herói é capaz de mudar o mundo no sentido mais literal do termo.

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Como aponta a roteirista da série, A.C. Bradley, ele não é um personagem que se dobra às mudanças do mundo à sua volta. Pelo contrário, ele é alguém que transforma tudo à sua volta — e é aí que o segundo episódio de What If…? brilha.

Robin Hood do espaço

O peso dessa realeza que T’Challa carrega é muito bem ilustrado já na primeira cena do episódio, quando vemos uma reprodução da primeira cena de Guardiões da Galáxia — algo que foi exibido em um dos trailers. Enquanto Peter Quill assumia o título de Senhor das Estrelas mesmo sem que ninguém soubesse quem ele era, o príncipe de Wakanda faz com que seu nome seja conhecido e admirado por todos.

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Essa é a primeira grande alteração que vemos desse efeito borboleta explorado pelo episódio — ou seria um efeito pantera? Mostrando que seu destino é determinado pela sua natureza, T’Challa convence Yondu e os Saqueadores a abandonarem a vida de contrabandistas e se tornarem uma espécie de Robin Hood do espaço, ajudando planetas pobres e salvando quem precisa. Por isso, ele vira uma lenda nesse canto do multiverso.

E a razão para isso logo é apresentada, já que boa parte dos problemas galácticos que a gente viu no MCU não existe pelo simples fato de que suas ações reverberam e mudam o mundo à sua volta para melhor, incluindo o destino de diversos personagens. O caso de Thanos é o mais emblemático, já que ele não é mais aquele ser temido que a gente conhece, pois o próprio T’Challa convenceu que seu plano não fazia sentido e que existem outras maneiras de resolver o problema do desabastecimento sem cometer genocídio.

Além de ser uma ótima piada — o Titã Louco é chamado de Capitão Genocídio várias vezes, o que é muito pertinente —, a sacada é genial por mostrar a força que um personagem como o príncipe de Wakanda tem mesmo longe do traje do Pantera Negra. Ele é alguém tão inspirador que o próprio vilão reconhece estar errado e decide entrar em sua tripulação.

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E, a partir daí, vemos como esse efeito borboleta se desenrola no restante do universo Marvel. Sem as aspirações genocidas de Thanos, o planeta de Drax nunca foi destruído e ele segue uma vida feliz como pai de família. Ao mesmo tempo, Nebulosa não é a maníaca que a gente conhece e o próprio Titã abandona a vida de vilão — o que abre espaço para que outras figuras ocupem o vácuo de poder deixado, como o Colecionador. Isso sem falar dos Guardiões da Galáxia, que nunca precisaram existir.

É toda uma cadeia de eventos que se altera pelo simples fato de que T'Challa está no espaço no lugar de Peter Quill e que explora muito bem a tela em branco que é o multiverso e a proposta de What If…?. Mais do que isso, é também um excelente tributo ao personagem no último trabalho de Chadwick Boseman, morto em agosto de 2020 em decorrência de um câncer.

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O resultado é algo tão incrível que, mesmo com a resolução da história apresentada — que ganha contornos de uma história de assalto, cheia de reviravoltas e com ótimas cenas de ação —, a gente termina o episódio querendo ver mais dessa versão do herói. Não por acaso, a Marvel já revelou que ele vai aparecer em mais alguns momentos da temporada, o que já é uma excelente notícia.

Assim, depois de um começo morno, coube a T’Challa mostrar de fato para que What If…? veio. Mais do que brincar com as realidades e mostrar o que aconteceria se um ou outro evento mudasse, a série existe para nos lembrar que personagens como T’Challa são heróis não por causa de um uniforme ou de seus poderes, mas pelo que eles representam e inspiram — e isso pode acontecer em qualquer ponto da galáxia.

What If...? está disponível no catálogo do Disney+ para todos os assinantes.