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Os Anéis de Poder | O que são as árvores sagradas dos elfos

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Os primeiros episódios de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder fizeram uma bela apresentação de como era a Terra-Média milênios antes dos eventos que vimos nos filmes. E embora a trama em si comece já no início da Segunda Era, com a formação dos grandes reinos dos elfos, humanos e anãos, a nova série do Amazon Prime Video também apresenta alguns acontecimentos bem anteriores a tudo isso.

É o caso da destruição das Duas Árvores de Valinor, um fato narrado muito brevemente no primeiro episódio, mas que serve de base para tudo aquilo que a gente vai acompanhar no seriado e que vai respingar até mesmo na trilogia O Senhor dos Anéis. Isso porque, de forma bem direta, foi quando o mal venceu e o povo escolhido pelos deuses foi expulso do paraíso — além de dar início a todas as guerras que todo mundo tanto fala.

A saga das luzes

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Não é exagero nenhum dizer que Os Anéis de Poder simplifica muita coisa da mitologia de Tolkien para deixar a história mais acessível para o público. Em seus livros, principalmente em O Silmarillion, o autor descreve muito da cosmogonia da Terra-Média e traz todo esse lado mais divino e repleto de nomes complexos que, na prática, só dariam um nó na cabeça do espectador.

Só que a destruição das Duas Árvores de Valinor merece mesmo esse destaque, pois é o que vai fundamentar tudo o que vem em seguida, seja com os elfos deixando o paraíso criado pelos deuses e indo para a Terra-Média ou com a ascensão de Sauron como esse novo Mal Supremo que a gente já conhece tão bem.

E tudo isso começa literalmente na aurora dos tempos, muito antes do surgimento do Sol e da Lua. Na verdade, toda essa briga gira em torno do modo como o mundo era iluminado.

Quando os Valar — os deuses da mitologia tolkiana — criaram o mundo em sua forma inicial, eles o iluminaram com duas grandes lamparinas que ficavam no alto de gigantescas torres. Assim, como dois grandes postes, elas enchiam o universo com seu brilho dourado e prateado.

Só que, nessa época, toda a criação dos Valar era sabotada por Melkor, o equivalente a Lúcifer do universo de O Senhor dos Anéis. Ele era um desses deuses que, por ser orgulhoso e ambicioso demais, desafiou o próprio Criador e se corrompeu por seu próprio ódio. Assim, por muito tempo, seu foco foi destruir tudo o que seus irmãos fizessem.

É nesse contexto que ele destrói as bases das lamparinas, fazendo com que esse mundo ainda jovem fosse tomado tanto pela escuridão quanto pelo caos. Com isso, os deuses decidiram deixar aquela terra bagunçada e criaram um novo reino apenas para eles e seus servos, a terra de Valinor.

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É em Valinor que os elfos vão surgir como o povo que a gente conhece — e é lá que Os Anéis de Poder começa. Toda aquela cena com Galadriel ainda criança em uma terra dourada em que todo mundo era feliz é justamente lá — o que também ajuda a explicar todo esse saudosismo da personagem e seu ódio por Sauron.

Pois bem, com a criação desse novo domínio, os deuses criam então duas árvores que vão iluminar esse paraíso. A partir do canto de Yavanna, uma dessas deusas, dois brotos surgem no alto dos montes e se transformam em plantas colossais que brilham de forma a iluminar toda Valinor. A primeira é Laurelin, que emanava uma luz dourada, e a segunda Telperion, cujas folhas prateadas encantavam o anoitecer.

E, mais do que iluminar o mundo, as Duas Árvores representavam todo o poder dos deuses e a graça na qual os elfos viviam — algo que é fundamental para entender o que vem em seguida.

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A destruição das Árvores

Mesmo depois de destruir as lamparinas e forçar a saída dos Valar da Terra-Média, Melkor seguiu com seu propósito de sabotar tudo o que seus irmãos fizessem. Mais do que isso, ele passou a invejar a sua criação, sobretudo o brilho quase divino das árvores que eles haviam criado em Valinor.

Assim, o demônio de Tolkien elaborou um novo plano para destruir a luz mais uma vez. Contando com a ajuda de espiões infiltrados em Valinor e ao lado de Ungoliant, um espírito maligno em forma de aranha, invade a região para destruir as árvores.

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Dessa forma, ele ataca as duas árvores com sua lança, enquanto o espírito aracnídeo se alimenta de sua seiva ao mesmo tempo em que injeta seu veneno. Em pouco tempo, o brilho de Laurelin e Telperion se esvai e Valinor é engolida pela escuridão.

Com a fuga de Melkor, os deuses tentam recriar as árvores, mas sem sucesso. No máximo, o canto de Yavanna faz surgir um fruto e uma flor das árvores dourada e prateada, que vão ser fixados no céu e dar origem ao Sol e à Lua.

Em busca de vingança

A destruição das Duas Árvores de Valinor é tão traumática para os elfos que eles passam a rejeitar o nome de Melkor, passando a chamá-lo apenas de Morgoth (“Sinistro Inimigo do Mundo”), tratando mais do que nunca como essa ameaça a ser combatida.

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Contudo, a rivalidade entre os elfos e o demônio de Tolkien se acentua por causa das Silmarils. Elas são três joias criadas por Fëanor, um príncipe elfo, que contêm a essência da Luz das Árvores e eram tão lindas que os próprios deuses a admiravam.

E, é claro, que esses artefatos entraram na mira de Morgoth, que invadiu Valinor mais uma vez e as roubou. Mais do que isso, matou uma boa leva de elfos no processo e fugiu para a Terra-Média, para longe dos domínios dos deuses. Encantado por seu brilho, passou a usá-las em sua coroa.

Com isso, Fëanor decidiu que iria reaver seu tesouro e fez um juramento: ele e sua descendência jamais descansariam até que as Silmarils fossem recuperadas. Com isso, milhares de elfos deixaram Valinor e seguiram até a Terra-Média para lutar contra os exércitos do inimigo, marcando o início da Primeira Era — e é basicamente aquilo que a gente vê na introdução do episódio inicial de Os Anéis de Poder.

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É a partir dessa guerra que os elfos chegam à Terra-Média e começam a formar reinos próprios — chegando ao ponto de eles estabelecerem morada por lá e não voltarem mais para Valinor, mesmo depois de vencerem Morgoth. É isso que faz com que Galadriel e Elrond, por exemplo, passem a habitar o mesmo mundo de humanos e anãos ao invés de voltarem para o seu paraíso perdido.

Da mesma forma, o roubo das Silmarils que é apenas mencionado na série e que tem início lá atrás com a destruição das Duas Árvores de Valinor é que vai abrir espaço para o surgimento de Sauron. O icônico vilão de O Senhor dos Anéis era um dos tenentes de Morgoth nessa época e de seus comandantes na batalha com os elfos após o roubo das joias.

O grande ponto disso tudo é que, seja com a destruição das árvores ou com o roubo das Silmarils, Morgoth consegue plantar a desconfiança e o ressentimento no coração dos elfos. Isso é algo que vai perdurar por toda a história da Terra-Média e que vai ecoar lá na frente quando Sauron incentiva a criação dos anéis — e o resto a gente já conhece muito bem.