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Obi-Wan Kenobi | Como a Força é semelhante entre os Jedi e os Sith

Por| Editado por Jones Oliveira | 07 de Junho de 2022 às 17h30

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Ao longo de toda a franquia Star Wars, ouvimos falar na dualidade entre Jedi e Sith, com o Lado Sombrio da Força sendo esse grande bicho-papão da galáxia, aquele perigo iminente e sempre a postos para corromper até o melhor dos guerreiros. Afinal, é ao sucumbir a ela que Anakin deixa de ser o herói prometido para se tornar o maior vilão do cinema. Contudo, o que torna a série tão interessante é que as coisas não são tão simples quanto uma básica briga de bem contra o mal.

Para além dessa dicotomia clássica, o ponto fundamental desse embate é que estamos falando de uma coisa só: a Força. Não existe uma Força do bem se opondo a outra má, mas dois lados de uma mesma moeda. Assim, Jedi e Sith compartilham de uma mesma fonte, mas se relacionam com ela de formas completamente diferentes — e é aí que reside toda a diferença.

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Dois olhares para a mesma Força

Há toda uma enorme reflexão filosófica em torno desse ponto e que apenas deixa Star Wars ainda mais interessante. Afinal, se a força dos heróis e vilões têm a mesma origem, a franquia trata os dois grupos como iguais. Em tese, Luke, Obi-Wan, Darth Vader e Palpatine estão em contato com a mesma energia que rege o universo. A diferença, contudo, é o modo como eles enxergam esse poder e, sobretudo, o que fazem para entrar em contato com ele.

Para os Jedi, essa relação com a Força gira em torno de uma harmonia quase utópica e monástica. Ao longo de todos os filmes de Star Wars, eles falam sobre o árduo treinamento para poder sentir essa energia fluindo pelo universo, de seres vivos a objetos inanimados. E, para conseguir esse nível de transcendência, é preciso viver uma vida cheia de regras com um viés bem religioso.

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Por outro lado, os Sith encaram a Força sob uma perspectiva muito mais pragmática. Ao invés desse olhar quase contemplativo para a energia que flui pelo universo e que está em consonância com tudo o que há à sua volta, eles veem nessa energia um canal para alcançar objetivos pessoais. Poder, influência e controle — para eles, a Força é apenas uma ferramenta para conquistar o que quiserem.

E como não estão interessados nessa harmonia que os Jedi tanto defendem, os Sith estão mais interessados em extrair todo o poder que a Força é capaz de oferecer. É por isso que as habilidades dos vilões são bem diferentes das apresentadas pelos heróis. Controle mental, disparar raios e até mesmo o controle sobre a vida e a morte são algumas das habilidades relacionadas ao Lado Sombrio.

Repare ainda como essas habilidades são mais do que apenas um controle da matéria, como os Jedi fazem, mas da própria existência e que se põem de formas quase nunca benéficas para ninguém do que o seu usuário. Um raio nunca vem para fazer o bem e se tornar imortal é um sacrilégio para o ciclo natural da vida. Contudo, para os Sith, isso pouco importa, pois o benefício próprio é o que realmente importa.

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E a gente sabe muito bem que essas ambições nunca são baratas e fáceis de alcançar — e é aí que surge aquele papo de que o Lado Sombrio está sempre à espreita para engolir até o melhor dos heróis. Afinal, são sentimentos como medo, insegurança, raiva e ódio que levam o indivíduo para esse lado da Força.

Isso é muito simbólico, pois estamos falando de sentimentos genuinamente humanos. São sensações que sentimos e quase sempre estão relacionadas com coisas negativas, mas que fazem parte da experiência humana.

E o que difere Jedi de Sith é que, enquanto os mocinhos buscam negar a existência desses humores em uma busca quase utópica pela transcendência, os vilões não só não temem como buscam esse sentimentos para desbloquearem mais e mais poder — a ponto de serem consumidor por essa loucura.

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Nem tão claro, nem tão sombrio

Só que ainda estamos falando de uma mesma Força. A mesma energia do universo que permite que os Jedi sintam a vida pulsando em um planeta é a usada por Darth Vader para estrangular quem cruza seu caminho. Heróis e vilões compartilham o mesmo potencial, mas o realizam de formas completamente diferentes.

E isso não quer dizer que um lado está mais certo do que o outro — e esse é outro ponto que torna a mitologia de Star Wars tão poderosa. Afinal, como os Jedi podem servir à humanidade quando a sua busca por essa harmonia perfeita com a Força faz com que eles simplesmente virem as costas para aquilo que nos torna humanos?

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Isso é algo que já foi pontuado várias vezes ao longo de Star Wars. Na trilogia prequel, por exemplo, é mostrado que essa busca incessante por uma espécie de santidade com a Força alcançou níveis tão absurdos que a Ordem dos Jedi se tornou prepotente e cega para suas próprias falhas — o que permitiu a ascensão dos Sith e sua própria queda.

Essa religiosidade exagerada também é apresentada em Obi-Wan Kenobi, quando o herói conta que foi separado de sua família para treinar, indicando que esse era um comportamento recorrente entre os ditos mocinhos. São tantas regras e dogmas que a gente facilmente classificaria esse tipo de pensamento como fanatismo, mas que só não o fazemos porque eles sempre foram postos como o lado certo dessa guerra.

Isso é algo que Luke Skywalker explica muito bem para Rei em Os Últimos Jedi, quando ele deixa claro que a Ordem precisa acabar, já que ele entende o quanto essa visão maniqueísta da Força é incapaz de entender o que ela é de verdade. Jedi e Sith só se opõem porque nenhum dos lados é capaz de enxergar os lados positivos de cada uma dessas visões.

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O que o mestre Skywalker apresenta em sua lição derradeira é que a Força não tem um Lado Claro e muito menos um Lado Sombrio. Na verdade, a Força não toma partido, ela apenas existe no campo acinzentado da existência humana — e alienígena — da vida.

E por mais que muita gente torça o nariz para o que o personagem se tornou na mais recente trilogia, essa visão é algo que está totalmente de acordo com aquilo que foi apresentado nos filmes clássicos quando é falado sobre o Escolhido, a pessoa que traria o equilíbrio para a Força. E esse equilíbrio nada mais é do que aceitar aquilo que os dois lados têm a oferecer: a harmonia com o mundo ao seu redor, mas sem negar os sentimentos humanos.