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Ms. Marvel | Quem são os Djinn e quais são seus poderes?

Por| Editado por Jones Oliveira | 24 de Junho de 2022 às 19h45

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Marvel Studios
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O terceiro episódio de Ms. Marvel trouxe mais dúvidas do que respostas. Embora tenha finalmente apresentado os vilões da trama, a série do Disney+ jogou vários conceitos de uma só vez que deixam bem claro o quanto a origem de Kamala Khan (Iman Vellani) no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) vai ser diferente daquela que os quadrinhos já mostraram.

Isso porque, nas HQs, a heroína teen é uma Inumana. Sem grande mistério, os quadrinhos mostram ela descobrindo os poderes e seguindo sua vida a partir disso. Só que, no seriado, isso foi alterado e parece que a ideia é conectar ainda mais essa origem com a própria raiz étnica e cultural da personagem. Afinal, se ela é muçulmana, por que não incorporar suas habilidades à mitologia islâmica?

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Assim, descobrimos que os poderes de Kamala estão ligados a uma origem Djinn que ela possui e que isso a coloca na mira dos ClanDestinos, um grupo de exilados de outra dimensão que quer usar a garota para voltar para casa. Mas o que sabemos dessa treta toda e para onde ela pode nos levar?

Para além dos gibis

Como dito, nada dessa origem está presente nas HQs de Ms. Marvel. E o mais curioso é notar, na verdade, boa parte dessa história é algo que não foi retirada de nenhum gibi, mas da própria tradição muçulmana.

Os djinn são entidades que pertencem à mitologia pré-islâmica e que foram incorporados à cultura muçulmana ao longo dos séculos. Eles são descritos como espíritos (na falta de uma palavra melhor) que habitam entre o nosso mundo e o plano dos anjos e que são amorais, ou seja, não são considerados nem bons e muito menos maus.

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E por mais que a nomenclatura possa até soar estranha no Ocidente, pode ter certeza de que você já ouviu falar muito sobre os djinn. O clássico Gênio da Lâmpada nada mais é do uma dessas entidades — a própria palavra "gênio" deriva do djinn — e outras figuras, assim como o Ifrit de Deuses Americanos e da franquia de jogos Final Fantasy.

Assim, da mesma forma que aconteceu com os deuses nórdicos e gregos, esses seres mitológicos também acabaram sendo adicionados ao mundo das histórias em quadrinhos. Na Marvel, eles aparecem pela primeira vez em Young Allies #7, em 1943, na forma do gênio clássico e de seus desejos. Depois disso, eles deram as caras de forma muito pontual em algumas histórias do Thor como uma raça que acabou sendo extinta por não saber lidar direito com as baixas temperaturas.

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Já nos anos 1990, foi dada a explicação de que os djinn surgiram de Lilith, um dos anjos caídos do Paraíso e considerada a Mãe dos Demônios. E embora essa explicação nunca tenha sido muito explorada depois disso, ajuda a entender por que os djinn aparecem tão pouco nas HQs.

O que esse caso com Lilith mostra é uma enorme carga racista na hora de representar a cultura islâmica. Desde o gênio de Young Allies #7 até essa explicação pseudocosmogônica, a representação desses seres sempre foi uma caricatura dos povos árabes e orientais. Mais do que isso, os próprios autores não sabiam ao certo o que fazer com esses personagens e, com isso, eles passaram a aparecer muito pontualmente em algumas aventuras.

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O Clã Destino

Tanto que os djinn só vão aparecer com mais relevância em 1994, na revista Marvel Comics Presents #158. É nessa edição que é mostrada a história da Adam Destino, um humano do século XII que tinha, desde a adolescência, sonhos com uma mulher que acreditava ser um anjo e que, após uma experiência de quase-morte em uma luta contra um feiticeira, descobre que se trata da djinn Elalyth.

Ela então salva o rapaz, o torna imortal e os dois vivem felizes para sempre — ou quase. Da união desse humano com a djinn nasce uma nova raça híbrida conhecida como Clã Destino de guerreiros imortais cujas aventuras se espalharam pela História. Assim, esses personagens estavam presentes desde as Cruzadas até a Segunda Guerra Mundial.

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Foi uma tentativa de emplacar um novo grupo de super-heróis, quase como uma espécie de Eternos ou mesmo X-Men, já que cada membro dessa família tinha um tipo de habilidade específica, como telepatia, curar os outros ou mesmo criar objetos de metal em torno do seu próprio corpo. E eles até participaram de algumas histórias com os mutantes, mas nada muito expressivo.

Como isso se encaixa ao MCU

A pergunta de um milhão de dólares é, na verdade, uma grande interrogação ainda sem resposta. Como dito, nada desse conceito está ligado à Ms. Marvel e até mesmo o Clã Destino foi totalmente transformado na série.

Como foi mostrado no terceiro episódio de Ms. Marvel, o nome é usado para se referir a esses djinns que foram exilados da dimensão Noor e que, comandados por Najma (Nimra Bucha), querem usar os poderes de Kamala para voltar para casa. E é aí que a gente descobre que Aisha (Mehwish Hayat), a bisavó da heroína, fazia parte desse pessoal.

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Assim, levando em consideração que o Clã Destino é pra lá de irrelevante nos gibis, é quase certo que muito pouco — ou quase nada — de suas histórias será aproveitado. A começar que eles não vão ser heróis imortais que vivem através das eras, mas um bando de vilões.

Por outro lado, toda essa ideia de híbridos com poderes especiais vindos de uma entidade milenar é algo que pode ser, ao menos, tangenciado na série. E o mais importante disso é a própria ideia da Dimensão Noor, descrito como o mundo dos djinn e que pode dizer muito sobre os planos da Marvel. Afinal, estamos no ano do multiverso, não é mesmo?

Outro ponto importante é que, durante o flashback no início do episódio, é possível ver que o bracelete recuperado por Najma e Aisha está em um curioso braço azul no templo abandonado, indicando o que parece ser um kree. Caso isso se confirme, vamos ter uma curiosa relação entre os alienígenas — que fazem parte da origem da Capitã Marvel — com essas entidades mitológicas. E essa pode ser a peça que faltava para colocar Kamala lado a lado de Carol Danvers.

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Ms. Marvel já está disponível no Disney+.