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Crítica Monstros no Trabalho | Nostalgia e bom humor na medida certa

Por| Editado por Jones Oliveira | 07 de Julho de 2021 às 16h00

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Divulgação/Disney
Divulgação/Disney

O Disney+ tem investido em conteúdos originais visando fisgar o público pela memória afetiva com seus personagens favoritos. Numa medida que expande histórias de personagens secundários, ainda há margem para explorar os antecedentes e precedentes de eventos retratados nos filmes. É o caso, por exemplo, da Pixar em Monstros no Trabalho, nova série dos estúdios que se passa após os acontecimentos de Monstros S.A., lançado em 2001, e que chega ao catálogo do serviço de streaming num formato episódico e que facilmente vai cativar os fãs de sitcoms.

Atenção! Esse texto pode conter spoilers sobre os dois primeiros episódios da série.

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Ao assistir os primeiros episódios de Monstros no Trabalho, é inevitável mergulhar numa onda de nostalgia ao, depois de 20 anos, revisitar Monstrópolis. Propositalmente sem muitos rodeios, a série insere os espectadores diretamente no caos instaurado na Monstros S/A após os eventos do fim do filme de 2001, em que a empresa descobriu uma solução para lidar com a crise elétrica do município, substituindo a fonte de energia de sustos para risadas de crianças.

O intuito é justamente dar continuidade à história e não apresentá-la como algo novo e desconhecido — apesar de, no decorrer dos episódios, fica claro ao espectador que é um novo capítulo não apenas na vida de Mike e Sulley, como também na Monstros S/A. A sensação de novidade ainda paira na atmosfera da série ao mesmo tempo que apresenta os icônicos personagens do filme da Pixar, um de cada vez, como se saíssem das coxias de um palco teatral.

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Essa mistura do nostálgico com o ineditismo funciona de forma equilibrada: enquanto o público consegue matar a saudade de seus personagens favoritos de Monstros S.A., ainda há um respiro entre tantos rostos conhecidos para apresentar novos. É em uma dessas janelas que os fãs são introduzidos a Tylor Tuskmon (Ben Feldman), o protagonista de Monstros no Trabalho que acabou de se graduar como Asssutador na Universidade Monstros com diversas honras, mas agora, na nova realidade da empresa, ele terá de começar de baixo, literalmente: compondo o time da MIFT (Monsters, Inc. Facilities Team), o time de instalações da companhia.

Mike Wazowski e James P. Sullivan estão definitivamente de volta com Billy Crystal e John Goodman retornando ao elenco de voz original, respectivamente. No entanto, desta vez os amados monstros da Pixar ocuparão cargos coadjuvantes para que os demais personagens possam iniciar novas memórias na Monstros S/A. A ideia aqui é justamente como se Mike e Sulley passassem um bastão de geração para geração, permitindo a Tylor e os demais colegas de trabalho escreverem suas próprias histórias.

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Além disso, fica claro que Monstros no Trabalho, diferente de Monstros S.A. e Universidade Monstros, possui um tom muito mais voltado para as séries de comédia modernas e atuais da televisão. Não é coincidência que Tylor é interpretado por Ben Feldman, um nome já bem ambientado em produções do gênero: o ator deu vida a Jonah Simms em Superstore e Ron LaFlamme em Silicon Valley. O novo elenco de voz ainda se expande para mais estrelas experientes na comédia, como Mindy Kailing, de The Office; e Henry Winkler, de Barry.

A série bebe muito da água de sitcoms que utilizam o ambiente corporativo como cenário principal, principalmente as já citadas Superstore e The Office: além do episódio introdutório, fica bem claro que Monstros no Trabalho utiliza de um tom mais leve e com situações pontuais, bem como uma série do gênero. São ocasiões rotineiras na nova fase da Monstros S/A mescladas ao senso de humor característico e pastelão de cada personagem que evocam os dois filmes sem parecer repetitivo, estabelecendo a base para uma comédia sólida, leve e de fácil distração para todas as faixas etárias — além de, é claro, os episódios terem uma duração que apenas reforça o título se encaixar nesse estilo de produção para TV.

Monstros no Trabalho começa de forma promissora e com um cenário tão autossuficiente que praticamente torna a presença de Mike e Sulley dispensável no show, já que agora ambos estão tão bem-sucedidos que quase não possuem cenas na série. No entanto, a memória afetiva aqui fala mais alto e traz os personagens como um atrativo para a série que promete aquecer os corações dos fãs. O humor é certeiro e promete dar continuidade a uma fórmula que já fez sucesso em 2001, mas agora possui novos rostos e histórias para contar.

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Monstros no Trabalho está disponível a partir desta quarta-feira, 7 de julho, numa estreia especial de dois episódios somente no Disney+.