Liga da Justiça Sombria: 9 coisas que gostaríamos de ver no cinema e na TV
Por Claudio Yuge |
Parece que agora vai! A adaptação da Liga da Justiça Sombria, sonho antigo de fãs do selo adulto DC/Vertigo, passou de mão algumas vezes, inclusive com uma versão que já tinha até roteiro pronto, de Guillermo del Toro, em 2013. Desde então, sua aparição vem sendo cogitada na TV e as chances do longa finalmente chegar aos cinemas aumentou consideravelmente com a chegada do estúdio de J.J. Abrams, o Bad Robot, para desenvolver as produções — isso mesmo, no plural.
A ideia é que Liga da Justiça Sombria seja um conector entre o tradicional universo heróico da DC Comics com as histórias absurdas, misteriosas e intrigantes do cantinho mágico da editora, especialmente do Vertigo. Assim, o Canaltech já começou a sonhar com algumas coisas e por isso decidimos listar lista nove coisas que gostaríamos de ver nas telonas e nas telinhas.
1. Trindade mágica
Se na Liga da Justiça temos o Superman, o Batman e a Mulher-Maravilha como pilares da equipe, na Liga da Justiça Sombria a “Trindade mágica” é formada por John Constantine, Zatanna e o Monstro do Pântano. A perspicácia e liderança maluca de Constantine, somadas ao charme de Zatanna e o drama épico de Alec Holland, trazem uma mistura muito incomum e divertida.
Acreditamos que seria uma boa começar por aí: quem sabe com a busca pelo Monstro do Pântano, que reuniu a equipe pela segunda vez, a partir dos Novos 52.
2. Constantines
Matt Ryan se tornou realmente a figura mais próxima do que é a versão de papel de Constantine. Ele conseguiu unir as facetas mago de rua e detetive do oculto com carisma e o jeitão britânico típico do personagem — até o slang utilizado por ele e os maneirismos são muito semelhantes. Mas tem bastante gente que também gosta do Constantine de Keanu Reeves. Embora traga algumas diferenças cruciais no núcleo do anti-herói, como o fato de ele ser estadunidense e atuar mais como um exorcista.
Então, agora que o Multiverso da DC Comics finalmente foi abraçado pela Warner Bros, por que não dar o pontapé para uma sequência do filme de Keanu Reeves com a participação de Matt Ryan? E isso ainda poderia render uma nova série — que desde o seu final mobiliza uma legião de fãs pedindo seu retorno.
3. Outras formações
Ainda que a “Trindade mágica” seja o núcleo da equipe, a Liga da Justiça Sombria tem uma rotatividade de membros muito mais flutuante do que o da Liga da Justiça tradicional — até porque, diferente dos heróis “bonzinhos”, os anti-heróis não querem estar juntos. Essa seria uma boa forma de apresentar personagens mais obscuros, como Orquídea Negra, Vingador Fantasma e Shade.
Além disso, seria uma maneira de reforçar algumas marcas que ganharam certa atenção na DC Comics, a exemplo de Livros da Magia, com Timothy Hunter, e Etrigan, o demônio poeta. Na atual fase, a Liga da Justiça Sombria é comandada por Mulher-Maravilha, que tem ao seu lado Zatanna, Morcego Humano, o chimpanzé Detetive Chimp e o Monstro do Pântano.
4. Casa dos Mistérios
Com Crise nas Infinitas Terras, a DC Films e o canal The CW conseguiram reunir todas as propriedades e atrações da Warner Bros relacionadas ao universo DC em um Multiverso mais coerente. Só que o conceito pode parecer estranho para algumas pessoas não muito familiarizadas com as Terras paralelas e infinitas linhas temporais da editora.
A Casa dos Mistérios funciona como um hub de teleporte para diferentes locais e realidades e até como Máquina do Tempo. Além disso, é um local de proteção para quando a Liga da Justiça Sombria precisa de um abrigo seguro e serve como galpão para guardar artefatos raros e secretos — a exemplo de livros de magia, poções, armas, entre outras coisas.
Assim, ela poderia servir como uma central para a Liga da Justiça Sombria e poderia representar o acesso ao Multiverso de uma maneira muito mais palpável para quem não costuma acompanhar os quadrinhos. Vale lembrar que uma versão da Casa dos Mistérios já apareceu na série de Constantine, o que facilita as coisas.
5. Avatares do Verde e do Vermelho
Com Lição de Anatomia, Allan Moore transformou o Monstro do Pântano em um elemental da natureza. A ideia foi tão boa que esse conceito foi expandido para o cânone da DC Comics e até ganhou novos elementos.
Se o Monstro do Pântano representa o Verde e responde ao Parlamento das Árvores, o Homem-Animal está ligado ao Vermelho — a força que conecta e está presente em toda a vida animal e microrganismos do universo — e aos Totens do Vermelho. Além de apresentar o Homem-Animal, que poderia trazer coisas inspiradas na fase de Grant Morrison, poderíamos ver componentes fundamentais do universo DC em outras mídias.
6. Liga da Justiça Sombria vs Liga da Justiça
Aqui o sonho é mais alto: vamos logo imaginar uma briga entre os dois grupos, que poderia ser muito divertida e interessante. A Mulher-Maravilha poderia mudar de lado, pois ela atualmente faz parte da Liga da Justiça Sombria por conta de seu passado mágico. Batman ficaria dividido, porque ele compreende melhor os “heróis de rua” e conversa mais facilmente com John Constantine — e isso você pode notar na animação da Liga da Justiça Sombria.
Destaque para o fato dos poderes do Superman não serem tão eficientes nessa luta, porque ele é vulnerável à magia. Esse confronto aconteceu nos quadrinhos e, veja só, o Homem de Aço foi vencido pelo mortal Constantine, que roubou os poderes do Shazam para derrotá-lo.
Tudo bem que um projeto desse levaria anos para acontecer no cinema, mas, como mostrou a Crise das Infinitas Terras no Arrowverse, poderia ser adaptado para as telinhas.
7. Esquisitices, ação, terror e comédia
E qual o tom certo para tudo isso? O mesmo do das revistas. A narrativa da revista da Liga da Justiça Sombria une um pouco do estilo tradicional de equipes de super-heróis, mas sempre flerta com o terror, em casos misteriosos e inventivos. Acrescente isso a uma dinâmica de equipe disfuncional e você tem aí a possibilidade de um novo clássico instantâneo.
8. Vilões clássicos
A Liga da Justiça Sombria e seus personagens possuem adversários muito incomuns, alguns até difíceis de entender — vide Patrulha do Destino, série que trouxe alguns deles, como uma “rua malígna”. Apresentar suas ameaças mais tradicionais seria uma aposta mais adequada.
Poderíamos ver, então, Satã, o Primeiro dos Caídos, das páginas de Constantine; Anton Arcane, que já deu as caras na série do Monstro do Pântano; o Pirata Psíquico, que seria até uma ligação com o Universo DC tradicional; entre outros.
9. Vertigo renascendo
O selo Vertigo nasceu em 1993 impulsionado pelo Monstro do Pântano de Alan Moore, pelo Sandman de Neil Gaiman e pelo Constantine de Jamie Delano em Hellblazer. Foi a casa dos quadrinhos adultos que revolucionaram o mercado e trouxeram um nível de maturidade e criatividade nunca antes vistos no setor.
Alguns dos títulos de sucesso são obras memoráveis, como 100 Balas, Preacher, Lúcifer, Y: O Último Homem, Os Invisíveis, Fábulas, entre outros. Infelizmente, o Vertigo foi perdendo força e, com a saída da editora Karen Berger, em 2012, a coisa degringolou de vez. Neste ano, o selo terá as portas cerradas definitivamente — ou não, se a Warner Bros der uma forcinha no cinema.
Construir um “Universo Cinematográfico Vertigo” no Universo Estendido DC (DCEU, na sigla em inglês) poderia ampliar ainda mais as possibilidades de trazer novas histórias e seria também um cantinho próprio para abrigar e cruzar séries como Monstro do Pântano, Lúcifer e a vindoura atração baseada em Sandman — além, claro, de se relacionar com as outras propriedades no cinema e no Arrowverse.
E, quem sabe, isso poderia até mesmo ressuscitar o Vertigo. Como dá para notar, a Liga da Justiça Sombria pode ser a cola que gruda todas os braços do Multiverso DC em uma só franquia, o que seria um baita empurrão para o DCEU finalmente deslanchar de vez.