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10 continuações de filmes que fracassaram

Por| Editado por Jones Oliveira | 31 de Maio de 2021 às 10h18

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Universal Pictures/Warner Bros.
Universal Pictures/Warner Bros.

Nem sempre a sequência é ruim e é um mito a ideia de que o primeiro filme é sempre o melhor, sobretudo se olharmos para séries de filmes como O Poderoso Chefão, Toy Story, Sharknado, Velozes & Furiosos, etc. É natural que, ao compararmos, um seja melhor que o outro, mas alguns casos chamam a atenção como exemplos do que há de pior em tentativas de sequência.

Nesta lista, combinamos o fracasso triplo de alguns títulos, criando uma classificação a partir das notas da crítica e do público fornecidas pelo Rotten Tomatoes, que se soma à comparação entre os valores de produção e a bilheteria mundial arrecadada. O fracasso financeiro de alguns filmes pode não parecer óbvio à primeira vista e, para ajudar, trouxemos também as notas e o box office dos títulos originais para termos uma noção melhor da discrepância entre os sucessos e os fracassos.

Além dos 10 títulos listados a seguir, muitas outras obras são consideradas “piores sequências de todos os tempos”, o que significa que há inúmeros filmes que ficaram de fora da lista. Não encontrou sua sequência vergonha-alheia favorita na lista? É só compartilhar sua indicação às avessas nos comentários!

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10. A Mosca 2

Notas (Rotten Tomatoes)

  • A Mosca — Crítica: 92% | Público: 83%
  • A Mosca 2 — Crítica: 29% | Público: 24%
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Box Office

  • A Mosca — Orçamento: US$ 15 milhões | Bilheteria: US$ 60,6 US$ milhões
  • A Mosca 2 — Orçamento: US$ milhões | Bilheteria: US$ 38 milhões

David Cronenberg, apesar de cultuado entre os cinéfilos, não é um diretor popular e não vemos ele na direção de filmes de grande orçamento, o que significa que raramente há algum hype por uma produção sua nas grandes mídias. A Mosca, de 1986, é até hoje o seu filme mais popular, tendo sido inúmeras vezes reprisado na TV aberta brasileira nos anos 1980 e 1990. O elenco com Jeff Goldblum e Geena Davis ajudou a atrair espectadores, enquanto o orçamento de US$ 15 milhões foi recompensado com uma bilheteria de mais de US$ 60,6 milhões.

Três anos depois, em 1989, chegou A Mosca 2, sem Goldblum, Davis ou mesmo Cronenberg. O filme acabou sendo dirigido por Chris Walas, que trabalhou no departamento de efeitos especiais do primeiro filme. A sequência trouxe Eric Stoltz como Martin Brundle, filho de Veronica Quaife (Davis) com o meio humano, meio mosca Seth Bundle (Goldblum), chamado de "Bundlemosca" pela sinopse oficial. Para piorar a divulgação nível piada do pavê, um pôster que diz “Tal pai. Tal filho.”

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9. Esqueceram de Mim 3

Notas (Rotten Tomatoes)

  • Esqueceram de Mim — Crítica: 67% | Público: 61%
  • Esqueceram de Mim 3 — Crítica: 29% | Público: 27%
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Box Office

  • Esqueceram de Mim — Orçamento: US$ 18 milhões | Bilheteria: US$ 476,6 milhões
  • Esqueceram de Mim 3 — Orçamento: US$ 32 milhões | Bilheteria: US$ 79 milhões

Esqueceram de Mim é um dos títulos mais memoráveis dos anos 1990 e traz uma equipe incrível formada por Chris Columbus (Harry Potter e a Pedra Filosofal) na direção e John Hughes (Curtindo a Vida Adoidado) no roteiro. Macaulay Culkin ficou marcado para sempre na história do cinema com seu personagem Kevin, assim como o rosto da dupla de antagonistas formada pelos atores Joe Pesci e Daniel Stern. Tudo isso deu muito certo e a receita foi repetida em Esqueceram de Mim 2: Perdido em Nova York (1992), que arrecadou um pouco menos que o primeiro, quase US$ 359 milhões.

Na terceira parte, Hughes retorna como roteirista, mas com um elenco completamente diferente e direção de Raja Gosnell (Vovó... Zona). Com um orçamento muito maior, o terceiro filme teve um desempenho terrível de bilheteria e de crítica, sendo massivamente rejeitado. Muitas pessoas sequer sabem da existência de um terceiro filme. E tem mais: O Maravilhoso Mundo de Disney lançou Esqueceram de Mim 4 (2004) e, em 2012, ainda surgiu um Esqueceram de Mim 5, ambos sem informações de bilheteria, mas com notas baixíssimas entre o público: 24% e 29% respectivamente.

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8. Rocky V

Notas (Rotten Tomatoes)

  • Rocky: Um Lutador — Crítica: 92 % | Público: 69%
  • Rocky V — Crítica: 31% | Público: 31%
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Box Office

  • Rocky: Um Lutador — Orçamento: US$ milhões | Bilheteria: US$ milhões
  • Rocky V — Orçamento: US$ milhões | Bilheteria: US$ milhões

Rocky: Um Lutador foi um tremendo sucesso quando estreou em 1976, garantindo o estrelato de Sylvester Stallone para sempre, inclusive dentro da franquia spin-off Creed, que está rumo ao terceiro filme. Rocky é daquelas franquias que parecem ter sido sempre perfeitas, mas sabemos que nada é perfeito. Rocky Balboa deu um fim à franquia em 2006, mas bem antes disso, em 1990, o quinto filme causou um grande hiato na produção justamente por ter fracassado, ainda que muitos fãs digam que o filme não é tão ruim assim.

Embora também seja escrito por Sylvester Stallone e dirigido por John G. Avildsen, Rocky V flopou. Acontece que, assim como muitas outras artes foram influenciadas pela narrativa da soberania estaunidense durante a Guerra Fria, Rocky V também trouxe esse conteúdo, tornando o filme ainda mais frágil para o espectador contemporâneo. O fato é que o filme envelheceu mal, enquanto o primeiro Rocky continua bastante inspirador e atual, demonstrando que a franquia se perdeu na tentativa de explorar o personagem como herói da nação.

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7. Se Beber, Não Case 3

Notas (Rotten Tomatoes)

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  • Se Beber, Não Case — Crítica: 78% | Público: 84%
  • Se Beber, Não Case 3 — Crítica: 20% | Público: 44%

Box Office

  • Se Beber, Não Case — Orçamento: US$ 35 milhões | Bilheteria: 469,3 US$ milhões
  • Se Beber, Não Case 3 — Orçamento: US$ 103 milhões | Bilheteria: US$ 362 milhões

Se Beber, Não Case 3 é o exemplo de tudo o que a Marvel vem tentando evitar: esgotar a fórmula. Enquanto a marca de quadrinhos explora variações das fórmulas, a franquia de comédia Se Beber, Não Case explorou a ideia do primeiro filme à exaustão. O primeiro filme, ainda que não tenha sido aclamado pela crítica, conquistou inúmeros fãs que acreditavam no potencial de Todd Phillips como o novo grande nome da comédia.

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Infelizmente, a cada novo filme a comédia se esgotava e a premissa parecia mais e mais maçante. Nem os atores pareciam engraçados como antes, mas ainda assim o filme conseguiu manter uma bilheteria considerável até o final, transformando este títulos em um fracasso de crítica Curiosamente, as duas maiores estrelas de Se Beber, Não Case foram os responsáveis por dois dos mais impactantes dramas dos últimos anos: Bradley Cooper, com Nasce Uma Estrela, e Todd Phillips com Coringa.

6. De Volta à Lagoa Azul

Notas (Rotten Tomatoes)

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  • A Lagoa Azul — Crítica: 8% | Público: 54%
  • De Volta à Lagoa Azul — Crítica: 0% | Público: 41%

Box Office

  • A Lagoa Azul — Orçamento: US$ 4,5 milhões | Bilheteria: US$ 58,8 milhões
  • De Volta à Lagoa Azul — Orçamento: US$ 11 milhões | Bilheteria: US$ 2,8 milhões

Quem assistia à Sessão da Tarde nos anos 1990 sabe que A Lagoa Azul é um clássico defendido por inúmeros fãs, além de ser o filme que ajudou a promover Brooke Shields como um dos ícones dos anos 1980. Embora o primeiro filme não tenha sido um sucesso de crítica, A Lagoa Azul não pode ser ignorado como um título da cultura pop, além de ter promovido muita polêmica que não encontra resposta até os dias de hoje. A Lagoa Azul é um clássico cult, lidemos com isso.

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Apesar da fama, A Lagoa Azul chegou a ser descrito como filme mais burro do ano por Roger Ebert e, diante dessa e de outras tantas críticas, 1991 chegou com a brilhante ideia de uma sequência, De Volta à Lagoa Azul, com Milla Jovovich, que se tornaria a musa dos filmes Resident Evil. Pior do que o primeiro, a sequência não conquistou muita gente e hoje é quase esquecida, enquanto A Lagoa Azul segue evocando nostalgia. E se você acha que os produtores aprenderam a lição, saiba que existe Lagoa Azul: O Despertar (2012), com Indiana Evans (H2O: Meninas Sereias) e Brenton Thwaites (Malévola).

5. O Livro das Sombras: Bruxa de Blair 2

Notas (Rotten Tomatoes)

  • A Bruxa de Blair — Crítica: 86% | Público: 56%
  • O Livro das Sombras: Bruxa de Blair 2 — Crítica: 14% | Público: 18%

Box Office

  • A Bruxa de Blair — Orçamento: US$ 60 mil | Bilheteria: US$ 248,6 milhões
  • O Livro das Sombras: Bruxa de Blair 2 — Orçamento: US$ 15 milhões | Bilheteria: US$ 47,7 milhões

Com uma premissa simples e um baixíssimo orçamento, A Bruxa de Blair entrou para a história do cinema como um marco do cinema de terror e do sub-gênerofound footage. O filme de 1999 foi um sucesso estrondoso, com direito à lenda urbana de que as filmagens eram reais, informação que acompanhava a indicação de qualidade do terror do filme nas recomendações boca a boca.

O segundo filme não tardou a chegar e foi lançado em 2000, sem a dupla de cineastas Daniel Myrick e Eduardo Sánchez. A sequência foi o primeiro longa de ficção dirigido por Joe Berlinger, mais conhecido atualmente pela direção de Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal. A Bruxa de Blair poderia ter sido uma franquia de sucesso, mas qualquer plano foi enterrado com o segundo filme. O título foi revivido em 2016, quando foi lançado um terceiro filme, A Maldição de Blackhills: Bruxa de Blair 3, que não chegou ao ponto de ser considerado um enorme fracasso como seu antecessor.

4. Tubarão 4: A Vingança

Notas (Rotten Tomatoes)

  • Tubarão — Crítica: 98% | Público: 90%
  • Tubarão 4: A Vingança — Crítica: 0% | Público: 15%

Box Office

  • Tubarão — Orçamento: US$ 7 milhões | Bilheteria: US$ 471,4 milhões
  • Tubarão 4: A Vingança — Orçamento: US$ 23 milhões | Bilheteria: US$ 51 milhões

Tubarão era um filme que tinha tudo para dar errado e acabou dando muito certo. Com a fortuna arrecada pelo primeiro filme, era esperado que sequências surgissem. O que os fãs não esperavam é que a franquia de tubarões assassinos fosse ladeira abaixo: Tubarão 2 (59% | 38%), Tubarão 3D (12% | 17%) e, enfim, Tubarão 4: A Vingança, que ostenta um 0% da crítica especializada no Rotten Tomatoes.

Tubarão 4: A Vingança é uma bomba tão grande que se tornou um clássico cultuado justamente por ser muito ruim, constando como o principal título da filmografia do diretor Joseph Sargent até hoje. Para quem tiver coragem de encarar, há uma provável surpresa: a presença de Michael Caine (Batman: O Cavaleiro das Trevas) no elenco.

3. Karatê Kid 4: A Nova Aventura

Notas (Rotten Tomatoes)

  • Karatê Kid: A Hora da Verdade — Crítica: 89% | Público: 82%
  • Karatê Kid 4: A Nova Aventura — Crítica: 7% | Público: 24%

Box Office

  • Karatê Kid: A Hora da Verdade — Orçamento: US$ milhões | Bilheteria: US$ milhões
  • Karatê Kid 4: A Nova Aventura — Orçamento: US$ milhões | Bilheteria: US$ milhões

Quem vê Cobra Kai nem imagina que essa franquia esteve na sarjeta. O mesmo para quem viu Hilary Swank vencer o Oscar por Menina de Ouro e pôde esquecer que ela esteve no quarto Karatê Kid. Ainda que traga de volta Pat Morita como Sr. Miyagi, este foi outro trabalho de John G. Avildsen que se tornou um fracasso ao longo do tempo.

Depois de A Hora da Verdade, veio Karatê Kid 2: A Hora da Verdade Continua (45% | 51%) e Karatê Kid 3: O Desafio Final (13% | 34%), além do remake de 2010, Karatê Kid (66% | 67%). Lançado em 1994, cinco anos após o terceiro filme, Karatê Kid 4: A Nova Aventura tinha ingredientes interessantes, mas os resultados financeiros e de público fizeram com que a franquia fosse encerrada.

2. O Exorcista II: O Herege

Notas (Rotten Tomatoes)

  • O Exorcista — Crítica: 83% | Público: 87%
  • O Exorcista II: O Herege — Crítica: 15% | Público: 13%

Box Office

  • O Exorcista — Orçamento: US$ 11 milhões | Bilheteria: US$ 441,3 milhões
  • O Exorcista II: O Herege — Orçamento: US$ 14 milhões | Bilheteria: US$ 30,7 milhões

O Exorcista consegue assustar e amedrontrar até hoje e não é a toa que o filme é um ícone desde seu sucesso instantâneo, quando lançado em 1973. O filme contou com o próprio William Peter Blatty, autor do livro, como roteirista, enquanto William Friedkin assina a direção. O filme é famoso pelo perfeccionismo, sendo considerado uma obra-prima do terror. A empolgação por uma sequência depois daquele final incrível foi uma consequência óbvia.

A sequência até contou com o retorno de Linda Blair como Regan, mas o roteiro já era do quase desconhecido William Goodhart e a direção estava nas mãos da dupla John Boorman (Esperança e Glória) e Rospo Pallenberg (Excalibur, a Espada do Poder), que não conseguiram salvar a bomba. O filme flopou e está no nosso top 3, mas isso não impediu que mais filmes surgissem: O Exorcista III (1990), O Exorcista: O Início (2004), Domínio: Prequela do Exorcista (2005) e série O Exorcista (2016-2018).

1. Superman 3

Notas (Rotten Tomatoes)

  • Superman: O Filme — Crítica: 94% | Público: 86%
  • Superman 3 — Crítica: 30% | Público: 23%

Box Office

  • Superman: O Filme — Orçamento: US$ 55 milhões | Bilheteria: US$ 300,4 milhões
  • Superman 3 — Orçamento: US$ 39 milhões | Bilheteria: US$ 59,9 milhões

Quando se fala em Superman, o ator Christopher Reeve é referenciado e citado com um tremendo respeito, porque ele foi uma das pessoas responsáveis por mostrar ao mundo que quadrinhos não são apenas para crianças. Isso significa que, na raiz do que vemos de filmes de super-heróis nos cinemas hoje, encontraremos os Supermans de Christopher Reeve. O primeiro filme foi um tremendo sucesso e ajudou a promover o protagonismo do Homem de Aço também nas telonas, mas o problema é o que veio depois.

Superman: O Filme, de Richard Donner, foi um sucesso, mas quando a franquia começou a passar para as mãos de Richard Lester, o cenário mudou. Superman II: A Aventura Continua (86% | 76%) já foi recebido com menos empolgação e, quando Lester dirigiu Superman III, introduzindo muito mais comédia com a presença de Richard Pryor, Superman III acabou reforçando o preconceito de que o gênero de super-herói não é sério, o que significa que tanto a comédia como Pryor foram muito mal utilizados pela sequência. Um quarto filme, Superman IV: Em Busca da Paz, surgiu em 1987, com direção de Sidney J. Furie, que foi ainda mais fundo: atualmente, o filme marca incríveis 11% na nota da crítica especializada no Rotten Tomatoes, nota que sobe para 16% entre o público.