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Conheça Evil Dead, a genial franquia do diretor de Multiverso da Loucura

Por| Editado por Jones Oliveira | 11 de Maio de 2022 às 18h30

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Divulgação/Lionsgate Games
Divulgação/Lionsgate Games

A estreia do aguardado Doutor Estranho no Multiverso da Loucura trouxe os holofotes mais uma vez ao icônico diretor Sam Raimi. Um dos grandes nomes do cinema de terror, ele andava um tanto quanto sumido de Hollywood depois da trilogia Homem-Aranha e até um tanto apagado e com alguns filmes questionáveis em seu currículo, como Oz: Mágico e Poderoso. Até agora.

Sua entrada no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) se tornou uma oportunidade perfeita para que uma nova geração saiba quem é Sam Raimi de verdade: o homem de ideias criativas, um humor bastante peculiar e um estilo de cinema tão provocador quanto incômodo.

E essas qualidades se traduzem bem na franquia Evil Dead, considerada até hoje a obra-prima do cineasta. Foi com ela que Raimi gravou seu nome na indústria e segue sendo reverenciado por isso quatro décadas depois.

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Coincidência ou não, esse novo bom momento da carreira proporcionado por Multiverso da Loucura chega ao mesmo tempo em que um novo jogo baseado em Evil Dead desembarca nos videogames — o que mostra que não há momento melhor do que agora para conhecer esse clássico.

Evil Dead: o começo de tudo

Antes de qualquer coisa, é preciso pontuar que vamos optar pelo título original dos filmes por algumas razões. Primeiro, porque é dessa forma que os fãs conhecem a obra ao longo de todo esse tempo. Em segundo lugar, a série passou por tantas traduções bizarras que é muito fácil se perder entre os diferentes nomes. Assim, entre Uma Noite Alucinante e A Morte do Demônio, ficamos com Evil Dead para facilitar o entendimento.

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Dito isso, é aqui que toda a loucura começa. O filme de 1981 é de baixíssimo orçamento e quase amador. Afinal, foi produzido por um Sam Raimi de apenas 22 anos como trabalho de conclusão de curso junto com alguns amigos, efeitos práticos e muita criatividade. E isso foi suficiente para chamar a atenção do mundo.

A partir da clássica fórmula de “jovens em uma cabana isolada na floresta” — o que limitava a quantidade de atores em cena e evitava grandes gastos com locações —, ele contou a história de cinco amigos que vão passar um fim de semana no meio do mato e se deparam com o Necronomicon, o Livro dos Mortos. Assim, eles liberam demônios antigos, que passam a possuir e a matar um a um.

É nesse contexto que somos apresentados a Ash, o herói improvável dessa história vivida por um desconhecido Bruce Campbell. E ele virou o rosto da franquia não apenas por causa de seu protuberante queixo, mas por ser tão canastrão e galhofa quanto a própria história.

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Foi justamente essa mistura de terror brutal e grotesco com um tipo de humor incomum que chamou a atenção no primeiro Evil Dead — uma combinação que fez dele um trash cult entre os fãs do gênero. Tudo isso, combinado com a direção criativa de Raimi e o bom uso de efeitos práticos, trouxe um frescor a um gênero saturado dos mesmos monstros e assassinos.

O fator novidade foi tanto que impressionou até mesmo um mestre do horror: Stephen King. Em 1982, o ainda desconhecido Sam Raimi levou seu Evil Dead para o Festival de Cannes na tentativa de conseguir alguma distribuidora interessada em lançá-lo comercialmente. O problema é que o longa foi considerado violento e assustador demais, de modo que as empresas não deram a devida atenção à película.

Foi somente após King assistir ao filme e se empolgar com o que viu que as coisas melhoraram para Raimi. O famoso autor escreveu uma crítica bastante animada na revista Twilight Zone Magazine dizendo que os amantes do gênero deveriam conferir o longa e isso rapidamente fez com que as distribuidoras saíssem no tapa para decidir quem ficaria com os direitos. Assim, a New Line conseguiu e deu início ao legado de Ash.

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Se você quiser conferir como tudo começou, o primeiro Evil Dead está disponível no Google Play e no iTunes.

Evil Dead 2: a obra-prima refinada

Apesar dessa bela história de superação digna de um programa de domingo à tarde na TV brasileira, a estreia de Sam Raimi não foi um grande sucesso. Evil Dead fez muito barulho dentro da bolha do horror, mas ficou bem longe de ser um blockbuster — o que apenas reforçou o caráter cult que ele carrega até hoje.

Ainda assim, a New Line não desistiu e chamou o diretor para fazer uma mistura de sequência com remake. E é com Evil Dead 2 que a franquia realmente encontra seu lugar na cultura pop.

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Muita gente o considera uma refilmagem por ele reaproveitar muita coisa do longa original, retomando tanto o conceito quanto até mesmo algumas situações que já tinham sido apresentadas. Assim, ele reconta o encontro com o Necronomicon dentro da cabana, mas com algumas mudanças bem significativas na trama e, o que é mais importante, com muito mais dinheiro.

Com um orçamento bem mais considerável, a sequência consegue melhorar muito os efeitos especiais e deixar o lado terror bem mais impactante. Ao mesmo tempo, o roteiro passa por algumas alterações para misturar mais elementos de humor ao terror grotesco que era apresentado em tela — uma combinação que deu muito certo e que virou marca da série —, puxando elementos até de outros gêneros.

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Na história, vemos Ash (Campbell) voltar à cabana no meio da floresta, só que somente com a namorada. E o que deveria ser um programa a dois rapidamente vira uma orgia macabra quando eles encontram o Livro dos Mortos e passam a ser atormentados por demônios que tentam matá-los.

Um dos momentos mais icônicos de Evil Dead 2 é a cena em que a mão de Ash é possuída, fazendo com que o personagem tenha que lutar com o membro. É a mistura de horror com a galhofa que virou assinatura de Sam Raimi e que ele trouxe de volta em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Sabe o Pizza Poppa, o homem que fica apanhando da própria mão depois de um feitiço do herói? Pois é o próprio Bruce Campbell referenciando o clássico.

Evil Dead 2 está disponível no Google Play, iTunes e Microsoft Store.

Army of Darkness: mais comédia e menos terror

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O terceiro filme da série abandonou o título Evil Dead e mexeu bastante nas suas estruturas. Por isso mesmo, embora seja o mais ambicioso longa da franquia, é também o mais divisivo entre os fãs. Isso porque ele pesa muito mais a mão na galhofa e no trash, deixando o terror que sempre marcou as histórias de lado. Tanto que ele é muito mais uma comédia de aventura do que algo assustador.

A trama é uma continuação direta do final absurdo de Evil Dead 2, com Ash voltando no tempo e tendo que lidar com demônios e mortos-vivos na Idade Média. Assim, enquanto passa a lutar ao lado do Rei Arthur em pessoa, ele precisa ir atrás do Necronomicon mais uma vez para encontrar uma forma de voltar para casa.

E embora a imagem do personagem com a mão de serra elétrica tenha se tornado um clássico do absurdo, ele é o menos Evil Dead dos três filmes — e, por isso mesmo, nem carrega o nome em seu título.

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Army of Darkness está disponível no iTunes e na Amazon.

Evil Dead (2013)

Depois de Army of Darkness, a franquia Evil Dead ficou adormecida por 20 anos até que, em 2013, um remake finalmente chegou aos cinemas para mostrar às novas gerações por que a franquia se tornou tão icônica. A ideia era trazer uma abordagem mais séria ao mesmo tempo em que abria as portas para uma nova trama e eventuais sequências.

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O problema é que o pessoal parece ter se empolgado demais com a tentativa de seriedade, esquecendo que parte da graça estava no humor típico da franquia. Assim, a trama se foca inteiramente no horror grotesco e brutal, fazendo do filme algo bem perturbador até mesmo para quem tem estômago forte.

A falta desse senso de humor foi algo que incomodou até mesmo os fãs de Evil Dead, que reclamaram dessa falta dessa assinatura galhofa. E nem mesmo a aparição de Bruce Campbell na cena pós-crédito foi o suficiente para garantir uma sequência ao remake.

Evil Dead não é um filme ruim, mas é um filme que precisa de muito preparo para ser visto. Caso queira, ele está disponível no Star+ e também no Claro Video, Amazon, Microsoft Store e iTunes.

Ash vs. Evil Dead

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E a tão comentada sequência da trilogia original veio em formato de série com Ash vs. Evil Dead. A premissa era justamente essa: colocar um anti-herói mais velho e perturbado com todas as suas experiências demoníacas tendo que lidar mais uma vez com entidades malignas.

Assim, reencontramos Ash 30 anos depois de sua viagem no tempo e vivendo como um perturbado em um trailer em algum canto dos Estados Unidos. E, como não poderia deixar de ser, o Necronomicon cruza mais uma vez o seu caminho e uma horda de demônios e espíritos estão à solta novamente, obrigando o quase-senhor a ter que pegar sua serra-elétrica para salvar o mundo.

O seriado teve três temporadas antes de ser cancelado e, além de trazer Bruce Campbell de volta às telas, soube aproveitar o carisma do ator para fazer essa mistura de humor e terror — o que garantiu que a produção fosse muito bem aceita pela crítica e pelo público.

Ash vs Evil Dead está disponível na Netflix.