Crítica X: A Marca da Morte | Filme de Ti West agrada, mas não surpreende
Por Diandra Guedes | Editado por Jones Oliveira | 12 de Agosto de 2022 às 12h12
Finalmente, chegou ao cinema um dos filmes de terror mais esperados do ano: X- A Marca da Morte. Dirigido por Ti West (A Casa do Diabo) e estrelado por Jenna Ortega, Brittany Snow, Stephen Ure, Martin Henderson, Owen Campbell e Scott Mescudi, o longa promete entregar um horror slasher, daqueles em que há um assassino que mata sem razão aparente.
A trama gira em torno de um grupo composto por atores, dois ajudantes e um diretor de filme erótico, que decidem ir até uma fazenda isolada para gravarem o novo filme pornô, chamado de As Filhas do Fazendeiro.
A escolha da locação se dá pelo fato do aluguel do local ser mais barato que em Houston, cidade onde estavam. Chegando lá, eles se deparam com um casal de idosos — os proprietários— de aparência repugnante e percebem que eles são mais estranhos do que poderiam imaginar.
Desde o início, Howard (Stephen Ure), o idoso dono do local, ordena que os jovens fiquem longe de Pearl (Mia Goth), sua esposa. Mas é a própria que atrai Maxine (Mia Goth) para sua casa. A partir desse momento, situações estranhas começam a acontecer.
Trama bem contada
Não dá para negar que o longa tem uma trama estruturada, com história e argumentos bem construídos, e que não é um slasher que entrega morte pela morte. Por outro lado, o terror em si deixou a desejar.
Isso porque quem é fã do gênero e espera um filme com bastante cenas horripilantes e assustadoras pode se decepcionar. Os momentos "trash" começam apenas após a primeira hora do longa. Antes disso, são apenas cenas que contam a história e constroem o enredo.
Vale lembrar que a classificação indicativa de “proibido para maiores de 18 anos” também deve-se ao fato das cenas de sexo explicítas que o filme traz, afinal, trata-se de jovens gravando um filme erótico.
Passado esse tempo, o fato mais esperado começa acontecer: Pearl começa a matar os jovens. Já era nítido que ela seria a assassina principal, mas seu marido dá uma ajudinha nos assassinatos que são feitos de diferentes formas. Quem gosta de gore e cenas com bastante sangue, certamente vai gostar dessas sequências.
Bem executado, mas nada inovador
Apesar de bem executado, X- A Marca da Morte não inova. O filme parte da fórmula tantas vezes vista em outras produções do gênero, que consiste em: um ou mais assassinos matando sem razão aparente, sangue, várias mortes, um único sobrevivente que foge ao final.
Não dá para dizer que é ruim, afinal, são quase duas horas que prendem a atenção do espectador, mas não traz novidades ou elementos surpresas. O elenco, por sua vez, não decepciona e o destaque vai para Mia Goth que interpreta a jovem e bonita Maxine e também dá vida à velha horripilante e repleta de efeitos protéticos, Pearl.
E, falando em caracterização, o filme acerta ao criar dois idosos que parecem muito mais velhos do que são e que causam repulsa ao espectador, embora seja questionável pensar que a velhice possa causar tanto asco.
Esse, inclusive, é um ponto importante para a trama. O fato de Pearl ser tão velha pode ser um dos principais motivos que a tornou assassina, uma vez que ela deseja ter o que o grupo — especialmente Maxine — tem: beleza e juventude. Apesar de asquerosa, não é difícil ter compaixão por ela e sentir sua dor e solidão, afinal, todos vamos ficar velhos um dia.
Filme tem fôlego para sequência
Apesar de bastante previsível, X- A Marca da Morte tem fôlego para um novo filme se decidir inovar na trama. Isso porque a última cena revela uma grande reviravolta capaz de deixar o público querendo saber mais.
O que se sabe, até o momento, é que o diretor Ti West resolveu gravar um prequel (obra que conta uma história anterior à já mostrada) chamado Pearl, que focará na história de vida da assassina. Espera-se, então, que tal obra seja mais inovadora e traga ganchos interessantes.
X- A Marca da Morte está em exibição nos cinemas brasileiros.