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Crítica | White Lines é "novelão" intenso com orgias, drogas e música eletrônica

Por| 25 de Maio de 2020 às 08h58

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Divulgação: Netflix
Divulgação: Netflix
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Ibiza, na Espanha, é uma ilha paradisíaca conhecida não só por suas belezas naturais, mas também por ser um dos grandes centros da música eletrônica de todo o mundo. É lá que acontecem as melhores festas do gênero, recebendo também os DJs mais conceituados da cena.

É exatamente neste universo que se passa a nova produção original da Netflix, White Lines, criada por Álex Pina, também criador do sucesso espanhol La Casa de Papel e de Vis a Vis. A trama ainda traz ao streaming Laura Haddock, atriz conhecida por interpretar Meredith, a mãe de Peter Quill em Guardiões da Galáxia e que também participou do filme Transformers: O Último Cavaleiro como Vivian Wembley, e o ator Nuno Lopes, português que já participou de uma novela brasileira chamada Esperança, de 2002.

A trama se passa na cidade de Manchester, na Inglaterra, e em Ibiza, com os dois idiomas marcando presença em todos os episódios, e a premissa é bastante atrativa: um jovem DJ, Axel Collins (Tom Rhys Harries) é encontrado morto em um deserto 20 anos após o seu desaparecimento, e sua irmã, Zoe, (Laura Haddock) decide passar uns dias em Ibiza para descobrir o que aconteceu.

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Atenção: esta crítica pode conter spoilers de White Lines!

A primeira impressão ao começar a assistir à série é que se trata de mais uma trama envolvendo tráfico de drogas e decisões erradas. Isso, de fato, acontece do começo ao fim, mas White Lines é muito mais do que isso, portanto não espere algo como Breaking Bad ou Ozark. Com cores fortes contrastando com a natureza de Ibiza, personagens bonitos e coloridos, a trama prende visualmente da mesma forma que consegue nos colocar ao lado de Zoe na missão de descobrir o que aconteceu com Axel, Em paralelo a isso, ela acaba descobrindo que ele não era exatamente quem parecia ser.

Expulso de casa pelo pai, Axel, sempre muito intenso e decidido, se uniu aos amigos Anna, David e Marcus para tentar a carreira de DJ em Ibiza. Seu plano funciona e ele acaba se tornando um dos DJs mais influentes do local, mas é mais odiado do que amado, principalmente por estar ligado à família Calafat, que possui grandes empreendimentos na ilha e é envolvida com o tráfico.

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É quando a história vira uma grande e deliciosa novela. Zoe, que trabalha como bibliotecária, de repente se vê escondendo quilos de cocaína em um carro emprestado, tendo um relacionamento extraconjugal, sexual e afetivo com o segurança marrento Boxer (Nuno Lopes) e conhecendo o perigo das pessoas com quem o irmão esteve envolvido.

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Mas a intenção principal de White Lines é, obviamente, descobrir quem matou Axel. Em vários momentos, Zoe parece estar tão envolvida com a população de Ibiza que o motivo principal da sua presença lá acaba sendo ignorado por ela e por quem está assistindo. Por isso, chega a ser difícil estipular um gênero para a história, uma vez que tudo é muito intenso. Suspense? Tem. Ação? Tem. Comédia? Sim. Romance? Claro. Mas nada disso é bagunçado, apesar de parecerem absurdos em vários momentos. Mas é disso que é feita uma boa novela, não é mesmo?

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Toda a história e seus acontecimentos podem até ser arrastados, mas são muito bem encaixados para, no fim, entregar a proposta inicial: a verdade sobre o assassinato de Axel. Os acontecimentos retratados acontecem no presente e também com vários flashbacks, de quando todos ainda eram jovens, mostrando que muitas situações continuam na mesma e que envelhecer não significa evoluir. O primeiro episódio acaba não entregando o potencial da série e, infelizmente, pode fazer com que muitos desistam logo no começo.

Já o final surpreende não só pela revelação de quem matou Axel, mas de como foi toda a situação que, para algumas pessoas, pode exigir um estômago resistente. As cenas fortes, no entanto, são equilibradas com pequenas surpresas envolvendo esse longo assassinato que faz rir na mesma proporção que deixa o espectador ansioso.

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White Lines é uma série para quem busca apreciar uma boa estética, um bom entretenimento e uma história envolvente, para assistir sem se preocupar com alguns escapes de roteiro ou a falta de desenvolvimento de alguma questão. A trama entrega o que cumpre, mas sem deixar de lado, claro, todo aquele drama latino que conhecemos muito bem.