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Crítica | O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos também é o mais frustrante

Por| Editado por Jones Oliveira | 11 de Abril de 2021 às 15h00

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A Netflix está engajada em produzir documentários sobre crimes reais que ainda não foram resolvidos, visto o lançamento das duas temporadas de Mistério sem Solução em 2020, a também série documental Sob Suspeita: O Caso Wesphael, e agora o mais recente lançamento: O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos. A produção, que conta com quatro episódios, deixa claro desde o início que o caso a ser contado ainda não foi resolvido e as obras de arte roubadas ainda não foram recuperadas.

A história contada na série documental é a do roubo ao Museu Isabella Stewart Gardner, que fica localizado em Boston, capital do estado norte-americano de Massachusetts, que aconteceu no dia 18 de março de 1990, Dia de São Patrício, o famoso St Patrick's Day. Na ocasião, dois ladrões disfarçados de policiais conseguiram entrar no museu com a liberação do guarda escalado para o horário. Então, eles anunciaram o roubo e amarraram os funcionários que estavam de vigia naquela madrugada, entraram nos salões e roubaram diversas obras, levando cerca de duas horas até finalizarem o assalto.

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Atenção: esta crítica pode conter spoilers da série documental O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos!

O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos, de fato, "tira leite de pedra". Ao longo dos quatro episódios de quase uma hora de duração cada, o documentário dirigido por Colin Barnicle se esforça em tornar a história do assalto e roubo ao museu interessante. Na verdade, toda a história em si é realmente intrigante, principalmente por se tratar do furto de peças de centenas de anos atrás e de artistas como Rembrandt, Vermeer, Monet, e Degas, que fazem parte da história e são perdas irreparáveis.

No entanto, praticamente todas as tentativas de chegar aos culpados foram frustrantes desde o início das investigações. Vários nomes apareceram aos policiais, inclusive de ladrões já conhecidos por roubarem obras de arte, um deles sendo entrevistado para o documentário no quintal de sua casa, já velhinho e livre de seus crimes. Todos os possíveis suspeitos e possíveis cenários são alinhados na série documental, mostrando os esforços desesperados dos advogados e investigadores, inclusive federais, para conseguir encerrar o caso de vez.

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Como costuma acontecer em documentários de crimes que nunca foram solucionados, o encaixe das peças durante a produção da trama chega a acender uma luz de suspeita na cabeça do espectador, que atiça aquela vontade de tentar solucionar sozinho o caso através do que é apresentado na tela. O sentimento surge, alimentado pelas desconfianças dos envolvidos, mas se torna praticamente impossível acreditar na própria dedução, de tão complicado que foi o roubo e tão vazias que são as provas.

Os pontos mais interessantes de O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos são aqueles que focam na prática de roubo de obras de arte, que envolvem grandes crimes organizados e máfias, em como e quem são as pessoas interessadas em cometer esses crimes. Porém, a série documental acaba se perdendo quando tenta apresentar possíveis soluções, mergulhando de vez na temática de investigação, trazendo um resultado tão vazio quanto as próprias provas. Sendo assim, não só a ação policial foi falha quanto a investigação conduzida pela série. Mais um ponto para os ladrões.

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A trama chega a apresentar suspeitas concretas e que, realmente, fazem sentido. Porém, quase todos os possíveis envolvidos já morreram de formas naturais ou assassinato, com o único sobrevivente sendo liberado da cadeia recentemente. A esperança, agora, é que este indivíduo vá atrás das peças de arte roubadas para tentar conseguir a recompensa milionária, mas a trama deixa claro que pode ser praticamente impossível, traçando linhas que levam a uma possibilidade concreta de que todas as obras estão espalhadas pelo mundo, talvez na mão de quem nem saiba da história.

O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos está disponível na Netflix em quatro episódios.