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Crítica | O Maior Assalto conta caso real de roubo histórico mas não empolga

Por| 23 de Agosto de 2020 às 09h30

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Divulgação: Netflix
Divulgação: Netflix
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Nos dias 16 e 17 de outubro de 1994, na sede do Banco de la República, na cidade colombiana de Valledupar, assaltantes conduziram o assalto que chegou a ficar conhecido pela maior quantia já roubada no mundo. Os bandidos levaram a soma de 24,072 bilhões de pesos colombianos, o equivalente a mais de U$ 33 milhões de dólares na época. Na moeda atual e em reais, a soma ultrapassa R$ 181 milhões.

Essa história real inspirou a criação da minissérie O Maior Assalto, que estreou recentemente na Netflix em seis episódios. A trama foi criada por Pablo Gonzalez, é protagonizada por Andrés Parra, que já interpretou Pablo Escobar na série/novela colombiana Pablo Escobar: O Senhor do Tráfico, e tenta recriar a história verdadeira do assalto, com aquela boa pitada de ficção.

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Atenção: esta crítica contém spoilers de O Maior Assalto

A minissérie chegou a ser comparada com La Casa de Papel por mostrar um assalto muito bem planejado, o seu andamento e suas consequências, mas por se tratar de uma produção limitada ela vai direto ao ponto e não enrola. Nada daquele drama latino e aprofundamento de personagens, O Maior Assalto já começa mostrando como surgiu a ideia de colocar em prática esse plano tão perigoso.

Por mais que a execução consiga transmitir muito bem os acontecimentos do assalto, a falta de desenvolvimento de situações paralelas acaba criando uma série que demora para engatar e que não provoca uma excitação em continuar assistindo e ver o crime sendo feito. Porém, quem esperou até que essa faísca se acendesse pode ter sentido que valeu a pena no final graças a elementos como a trilha sonora bem empolgante, que não é composta apenas de músicas tradicionais como também de canções latinas de outros gêneros, como pop e até uma referência de punk, e as ótimas atuações.

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Tudo é apresentado de forma muito breve, muito mais que resumida, e nem mesmo a execução do assalto é convincente. Efeitos especiais não muito elaborados e planos não muito bem explicados acabam não trazendo uma conexão com a história e os personagens, sendo a mais pura curiosidade o único fator para insistir nessa breve maratona. Nem mesmo os conflitos entre os ladrões que estão "colocando a mão na massa" são interessantes, mas isso muda um pouco após a conclusão do plano, quando rapidamente conhecemos um pouco sobre essas pessoas.

Depois do planejamento e da execução, é hora de, finalmente, trazer um pouco de emoção para a minissérie com o que eles vão fazer com aquele dinheiro roubado. O plano, que parecia ter sido um sucesso, foi interrompido com a invalidação das notas que, por ainda não terem sido colocadas em circulação, poderiam ter o seu número de série anulado. Ou seja, tantos sacrifícios para nada.

Isso acaba resultando em insatisfação dos "chefões" do crime, conflitos e mortes, que na verdade não precisavam ter acontecido porque não demorou muito para que as notas passassem a ser aceitas no país novamente. Mas como tudo desandou, um dos participantes do crime acabou delatando os parceiros e a maioria deles acabou preso. O pós-assalto, junto aos créditos que contaram o que aconteceu com essas pessoas na vida real, provavelmente, foram os momentos mais interessantes da trama.

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Se o objetivo da minissérie O Maior Assalto era ser prático e rápido para contar essa história, então a missão foi cumprida com sucesso e pode agradar quem prefere esse estilo de criar. Porém, como se trata de um marco histórico até hoje, o roubo merecia mais atenção e uma execução de série muito mais elaborada e empolgante, sem ser um ultraje para La Casa de Papel e todos os seus dramas serem comparados a ela.

Os seis episódios de O Maior Assalto já podem ser maratonados na Netflix.