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Crítica Jurassic World: Domínio | Franquia chega ao fim com aventura e nostalgia

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Universal Pictures
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Os fãs da franquia Jurassic Park acabam de receber mais uma chance para gostar de Jurassic World, com o lançamento do terceiro filme da saga. Em Domínio, Colin Trevorrow nos apresenta a um mundo em que os dinossauros agora coexistem com os humanos.

Jurassic World estreou seu primeiro filme em 2015, trazendo Chris Pratt e Bryce Dallas-Howard como protagonistas. A saga é baseada em Jurassic Park, acontecendo anos depois dos eventos da trilogia, prometendo muita aventura, nostalgia e efeitos especiais.

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Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros acabou não gerando tanto impacto quando os filmes de Steven Spielberg (Jurassic Park 1 e 2), contando com um roteiro não muito interessante. Ainda assim, não há como dizer que a franquia fracassou, já que houve muitas visitas aos cinemas do mundo todo e três anos depois estreou Jurassic World: Reino Ameaçado.

Este segundo filme já mostra uma evolução para a história de Jurassic World, empolgando um pouco mais com as catástrofes resultantes de péssimas ideias humanas. Com os dinossauros escapando para fora do parque, a ideia de imaginar um mundo com os humanos vivendo ao lado desses animais pré-históricos e gigantescos deixou a empolgação ainda maior para o terceiro filme da franquia.

Atenção: esta crítica contém spoilers de Jurassic World: Domínio!

O enredo principal anunciado para Jurassic World: Domínio, mais uma vez dirigido por Colin Trevorrow, era mostrar como a humanidade estava sobrevivendo ao conviver com os dinossauros. Então, esperava-se uma solução para o problema no novo longa, ainda que parecesse impossível.

Para o bem do filme, os roteiristas preferiram seguir exatamente nessa condição de que não há nada muito drástico a se fazer, a não ser contar com a ajuda financeira e logística de companhias bilionárias para fazer um bom proveito da situação, enquanto outros se engajam em um demorado resgate. Tudo seria perfeito se as intenções fossem realmente boas.

O longa se concentrou em trazer mais problemas do Período Cretáceo, já que a coexistência com animais que viveram há dezenas de milhões de anos passou a ser algo real. Então, além de criaturas geneticamente recriadas, vemos uma manipulação que poderia acabar com a humanidade muito antes do previsto.

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Crueldades humanas

As aventuras de Jurassic World: Domínio acontecem em dois momentos. No primeiro, Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) tentam proteger Maisie Lockwood, uma vez que foi revelado que a personagem é um clone humano e agora é alvo de empresas para virar objeto de estudo.

O segundo momento é que a empresa que deveria estar apenas estudando os dinossauros, BioSyn, usou um gene do Cretáceo para criar gafanhotos gigantes. Os insetos não só se reproduzem rápido, como são capazes de acabar com plantações em segundos, deixando animais sem alimento e, futuramente, os humanos.

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É quando o trio de Jurassic Park retorna à franquia, com o objetivo de investigar quem está criando esses gafanhotos para conter a propagação dos insetos o quanto antes. Com os dois assuntos em jogo na trama, você deve estar se perguntando: mas e os dinossauros?

Dinossauros de escanteio?

De fato, a história central de Jurassic World: Domínio não é sobre os dinossauros estarem soltos, não é sobre concentrar boa parte de suas cenas na convivência dos humanos com essas criaturas. O filme é sobre mostrar como a humanidade não aprendeu a lição, e que as grandes corporações visam mais o lucro do que o bem-estar da vida na Terra.

Nada disso impede que vejamos muitas cenas de dinossauros na tela do cinema, trazendo não só criaturas "novas", como algumas que se destacaram nos filmes anteriores. As lutas entre os bichos, a perseguição dos humanos, os ataques, entre outros detalhes, estão todos lá.

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Jurassic World: Domínio traz cenas de ação e aventura muito mais emocionantes do que nos dois primeiros filmes, deixando um pouco de lado o cenário dos parques e trazendo para as áreas mais urbanas. Os protagonistas, Claire e Owen, se mostram grandes heróis motivados pelos sentimentos de afeto pelos dinossauros, e como pais de Maisie.

Jurassic Park

A participação do trio de Jurassic Park, composto por Elli Sattler (Laura Dern), Alan Grant (Sam Neil) e Ian Malcolm (Jeff Golblum) foi um dos momentos mais esperados pelos fãs. Os personagens são independentes dos protagonistas de Jurassic World, ganhando enredos paralelos para que, novamente, sejam um time.

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Suas aventuras para tentar acabar com a modificação dos gafanhotos acontecem ao mesmo tempo em que a busca de Claire e Owen por Maisie, e ambos os grupos se encontram no final. Esses momentos são presentes para os fãs, mas nem por isso foram planejados apenas para suprir uma nostalgia, e sim trazendo bastante sustância para o longa.

A interação entre o trio é divertida e nos faz lembrar dos filmes dos anos 1990, ainda que Ian não ganhe tanto destaque quanto Ellie e Alan. Os atores mostraram que ainda conseguem incorporar a personalidade dos cientistas mesmo depois de 30 anos, tornando seus reencontros ainda mais prazerosos de assistir quando se é fã.

Finalmente um filme com personalidade

O terceiro filme de Jurassic World finalmente conseguiu encontrar sua própria identidade, o que infelizmente aconteceu logo no seu final. A produção demorou para conseguir desenvolver a sua premissa no mesmo ritmo que a sua inspiração, ou ainda de outros filmes do gênero.

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O que conseguiu manter a saga forte até aqui é o fato de trazer os dinossauros para o cinema mais uma vez, com efeitos especiais que impressionam. Um dos grandes méritos de Jurassic World é ter adaptado as novas descobertas sobre os animais pré-históricos para as telonas, como a presença de penas e plumas, agora que sabemos que as aves de hoje estão no mesmo grupo em que estavam os dinossauros.

O terceiro filme de Colin Trevorrow é um acerto, encerrando a franquia com o que queríamos que fosse desde o começo. A produção encanta com os dinossauros, diverte com a nostalgia, empolga com as cenas de ação perfeitamente ensaiadas e emociona com referências à extinção desses animais.

Uma cena em particular, quando os gafanhotos são incinerados e saem aos céus provocando uma chuva de fogo, remete às imagens ilustradas dos efeitos da queda do meteoro na Terra. O impacto foi tão potente que, por meses, os dinossauros enfrentaram desastres climáticos que só regularam a "saúde" de nosso planeta milhões de anos depois.

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O filme também não poderia deixar de insinuar o que os cientistas já dizem: que, dessa vez, quem vai acabar com o planeta são os humanos. O longa pontua sutilmente que os desastres climáticos e a exploração dos animais já atingiram proporções irreparáveis, e é só questão de tempo para acontecer mais um desastre que pode ser tão doloroso quanto a extinção dos dinossauros.

Jurassic World: Domínio está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil; garanta seu ingresso na Ingresso.com.