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Crítica Fresh | Canibalismo, suspense e comédia romântica à mesa

Por| Editado por Jones Oliveira | 07 de Março de 2022 às 20h00

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Hulu
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O catálogo do Star+ recebeu uma boa opção de filme intrigante: Fresh. O longa conta uma história que mistura suspense e horror com um toque de comédia romântica, fazendo uma análise dos relacionamentos nos tempos modernos. Logo no início, o longa mostra que a protagonista Noa (Daisy Edgar-Jones) tem um sério problema com encontros, principalmente aqueles que acontecem por meio de aplicativos de paqueras.

Então, em uma ida ao supermercado, ela conhece Steve (Sebastian Stan), um médico especializado em cirurgia plástica, e logo ambos demonstram interesse um no outro. Após poucos encontros, o relacionamento parece que irá evoluir para algo sério, até que Noa conhece os hábitos macabros do homem e precisa se adaptar a eles para sobreviver.

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Atenção: esta crítica contém spoilers do filme Fresh!

O hábito perturbador de Steve era nada menos que consumir carne humana, o famigerado canibalismo. Além disso, como ele não é a única pessoa que tem esse vício bizarro e criminoso, o médico aproveita suas habilidades com o corpo humano para comercializar a carne de suas vítimas.

Então, ele leva todas as mulheres que conhece para uma casa e as tranca em quartos separados, construídos como se fossem prisões. Lá, ele mutila lentamente cada uma delas, já que seus clientes pagam mais para ter carne fresca. O roteiro de "moça aprisionada pelo amado que na verdade é um serial killer" não é novo na indústria dos cinemas e das séries, mas Fresh consegue transformá-lo em algo interessante mesmo com todos os clichês.

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Serial killer

Em Fresh, a transformação de Sebastian Stan do aparentemente bom moço para um grande assassino é o grande auge, que não chega a mostrar as suas cenas grotescas de forma escrachada, mas sim de forma poética, digamos assim.

Não chegamos a ver as amputações acontecendo nitidamente, tampouco vemos o desespero das vítimas enquanto isso acontece. Até mesmo a protagonista, Noa, teve uma parte do corpo mais fácil de ser reconstruída quando saísse ilesa da casa do criminoso: as nádegas.

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Assim, o filme é muito bem-sucedido na criação de um assassino em série apático e impulsivo. Steve tem todas as monstruosidades características de outras produções, e Noa parece saber disso criando uma falsa compreensão e empatia por ele enquanto planejava sua fuga. Isso envolve fazer perguntas sobre canibalismo e qual é o sabor da carne humana, e ele cai nessa conversa como um amador.

Captura, prisão e fuga

Em meio a jantares feitos com carne humana, vinhos, dança e uma falsa conexão entre assassino e vítima, Noa consegue elaborar seu plano. Enquanto isso, sua melhor amiga protagoniza os momentos que, de fato, não acrescentam muito à trama, aprofundando-a ainda mais no clichê da pessoa desconfiada de que algo está errado e que tenta investigar por conta própria da pior forma possível. Através dela, no entanto, conhecemos a esposa de Steve, que também estava envolvida no esquema de tráfico de carne humana, e que também era amputada.

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Assim como todo filme que mostra a fuga da vítima, Fresh deixa a calmaria assustadora do começo para entrar nas cenas de ação nos momentos finais, que são muito bem coreografadas e empolgantes.

O longa também deixa várias possibilidades de reviravolta em aberto, mas que acabam sendo como queríamos, com as mulheres presas se salvando e seus assassinos mortos. Ao fim, na última cena, o celular de Noa vibra com uma mensagem de uma pessoa com quem teve outro encontro desastroso no começo do filme, mas não tanto como esse.

Mimi Cave, estreante, acabou criando um filme que não se encaixa no terror propriamente dito apesar da temática canibalística, inclusive abusa de inspirações de comédias românticas que abordam todos os problemas que surgem ao conhecer uma pessoa. Balanceando entre o perturbador, crimes e o que é vivido nos tempos modernos, Fresh consegue ser um filme interessante e até divertido, mesmo trazendo uma história cheia de clichês e obviedades.

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Fresh está no catálogo do Star+. E ah, fique ligado para uma cena bastante nojenta no meio dos créditos.