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Crítica | Euphoria dá voz à Jules em 2º episódio especial da série

Por| 27 de Janeiro de 2021 às 21h00

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Divulgação: HBO
Divulgação: HBO

A segunda temporada de Euphoria já está confirmada, mas ainda não há uma data oficial para o lançamento. Enquanto a estreia não acontece, os produtores da série presentearam os fãs com dois episódios especiais que não deixaram de faltar com toda a intensidade da trama, que de tão impactante rendeu um grande reconhecimento do público e da crítica.

No primeiro episódio especial, Euphoria: Trouble Don't Last Always, que estreou em dezembro no HBO GO, acompanhamos a conversa da protagonista Rue (Zendaya), adolescente viciada em drogas, com o seu padrinho de reabilitação, Ali (Colman Domingo). Ambos trocam experiências de vida, enquanto Ali se baseia em sua vivência para levar os melhores conselhos à garota, abrindo seus olhos em relação ao mundo.

Todo esse primeiro episódio é baseado na relação de Rue com Jules (Hunter Schafer), seja pelos acontecimentos reais ou por aqueles que ficaram apenas na imaginação. Depois de ouvirmos o lado de Rue, chegou a vez de passar o bastão para Jules no episódio intitulado Euphoria: F*ck Anyone Who's Not A Sea Blob, que acaba mostrando toda a sua vulnerabilidade e apresentando outras questões inéditas de sua vida, como o relacionamento não existente com a mãe.

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Atenção: esta crítica contém spoilers de Euphoria: F*ck Anyone Who's Not A Sea Blob!

Após uma longa introdução ao som de Liability, da cantora Lorde, o segundo episódio especial de Euphoria começa com Jules na terapia e não sabemos, até o final, em que momento aquela conversa aconteceu. Em uma atuação que prende a atenção do começo ao fim, Hunter consegue transparecer as angústias de estar na pele da personagem, que nos minutos iniciais diz não se reconhecer mais após um discurso sobre feminilidade e os motivos de sua transição, dizendo à terapeuta que até pensou em parar com alguns hormônios.

Jules também começa a voltar mais no tempo em seus pensamentos e começa a se lembrar da relação com a mãe, algo que nunca foi abordado com detalhes na primeira temporada. Mesmo sem fornecer muitas informações ao espectador, a personagem consegue mostrar o quando a falta de uma presença feminina em sua vida impactou em seus desejos e na forma que se permitiu ser tratada pelos homens que passaram em sua vida. Hunter Schafer, que assim como na série é uma mulher trans, participou do roteiro do episódio, trazendo mais credibilidade ao tema e transparecendo uma possível identificação que uma pessoa sem as mesmas vivências jamais teria.

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Em um determinado momento, em seu discurso, Jules revela o desejo de ser tão bonita quanto o oceano por ele ser algo "forte e feminino", e que quando criança costumava entrar no mar, fechar os olhos e nadar sem pensar no que poderia acontecer. A declaração, que talvez defina o modo em que leva a sua vida, traz a mesma intensidade do episódio anterior, com Rue, mas com questões diferentes, mesmo que estejam entrelaçadas através do que sentem uma pela outra.

Jules descobre na sessão de terapia o medo de estar com Rue e olhar para ela com os mesmos olhos que veria a sua mãe, uma vez que ambas têm problemas sérios com drogas. Mesmo não estando juntas fisicamente, não só os problemas de Jules e Rue são, de certa forma, semelhantes, como seus sonhos estão conectados em uma tentativa de materializar o desejo de terem uma vida juntas, um plano que não existiu de verdade e ficou apenas no papel.

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O episódio especial Euphoria: F*ck Anyone Who's Not A Sea Blob já está disponível no HBO GO.