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Crítica | A Semana da Minha Vida leva produções da Netflix a outro patamar

Por| Editado por Jones Oliveira | 29 de Março de 2021 às 08h39

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As produções originais da televisão fechada no início dos anos 2000 tiveram grande impacto na formação cultural de uma geração inteira. Em 2006 e 2008, eram exibidos pela primeira vez no Disney Channel os longas High School Musical e Camp Rock, respectivamente, que mais tarde se tornariam verdadeiros fenômenos pop, consolidando nomes de verdadeiras estrelas de Hollywood e ressignificando o gênero de comédias musicais adolescentes, criando uma fórmula de se produzir sucesso entre esse público.

A Netflix tem apostado em agradar todo o tipo de assinante que consome os conteúdos originais da plataforma, sobretudo o jovem. No ano passado, a empresa trouxe Kenny Ortega, nome por trás do sucesso de High School Musical e Descendentes para adaptar a série Julie and the Phantoms e misturar comédia, romance e música numa trama adolescente e conquistar não só a geração atual, mas também o público que hoje se encontra na casa dos 20 anos e assistiria a série de maneira saudosa.

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O sucesso foi certeiro, e mesmo que a renovação de Julie and the Phantoms não tenha acontecido até agora, o streaming aposta em um longa que bebe tanto da água dos musicais da televisão fechada da última década quanto da identidade dos filmes adolescentes de John Hughes, na década de 1980. A Semana da Minha Vida, o mais recente lançamento da Netflix, promete agradar variadas faixas etárias, tanto pelo inédito quanto pelo nostálgico.

Atenção! A partir daqui o texto pode conter spoilers do filme! Leia por sua conta e risco.

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Quem encontrar A Semana da Minha Vida no catálogo e der play sem ao menos ler a sinopse, saberá de início que se trata de um filme musical pelo mergulho fantasioso cantado pelo elenco nos primeiros minutos. A história segue o jovem Will Hawkins (Kevin Quinn), que leva uma vida rebelde após o falecimento dos pais e se vê entre escolher um reformatório ou um acampamento de verão cristão como forma de reabilitação. O longa (A Week Away, como no nome original, que dá referência ao nome do acampamento) traz essa questão depressa, deixando claro que é em Aweegaway que a trama se desenrolará.

O acampamento traz a essência juvenil aventureira em sua atmosfera, seja pelas competições internas, a comida característica e até mesmo as tradições, que se iniciam dividindo os frequentadores numa espécie de cerimônia similar ao do Chapéu Seletor em três grupos diferentes, como casas de Hogwarts.

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Além disso, A Semana da Minha Vida traz performances musicais de tirar o fôlego, que exige tanto do corpo de baile quanto dos próprios atores. Não é a toa, já que o filme é o primeiro longa-metragem deRoman White na cadeira da direção, produtor que já comandou videoclipes de estrelas da música como Taylor Swift, Carrie Underwood, Shakira e Justin Bieber.

O enredo, no entanto, não traz muitas novidades, mas não é por seguir clichês que deram certo que A Semana da Minha Vida se torna dispensável. O cuidado está nos detalhes, a começar pelo casting de Beverly Holloway e Regina Moore, que escolheram a dedo cada um dos atores do longa, principalmente Kevin Quinn, cujo aparência somada à caracterização do personagem tornou-se uma versão mais nova do Troy Bolton de Zac Efron em High School Musical.

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O galã, é claro, contracena um romance de verão no acampamento com a talentosa jovem cristã Avery (Bailee Madison, de Esposa de Mentirinha), com direito a números de dança ao pôr do sol (que acena rapidamente para o clássico Dirty Dancing), troca de olhares em volta da fogueira e muitos duetos apaixonados. O casal é a representação de dois extremos, tanto em questões comportamentais, financeiras e até mesmo em crenças, cujo romance é construído justamente nessa premissa de opostos que se atraem.

As demais características do longa também são de se reparar, principalmente pelo desenvolvimento dos coadjuvantes com destaque a George (Jahbril Cook), Presley (Kat Conner Sterling) e Sean (Iain Tucker, que faz um ótimo trabalho como antagonista). Sem exagero nas histórias que correm em paralelo, A Semana da Minha Vida explora bem tanto as personalidades quanto os talentos de cada um dos nomes de seu elenco, dando a oportunidade de brilhar ou os "cinco minutos de fama", como o próprio filme brinca.

O longa também não economiza em beber da água de títulos que deram certo no gênero, fazendo referência mais de uma vez às obras de John Hughes na década de 1980, cujos filmes tornaram-se referências em meio a histórias adolescentes. Outros acenos a sucessos da cultura pop, como Se Ela Dança Eu Danço e Operação Cupido são espalhados pela narrativa como easter eggs, tornando a experiência divertida para o espectador.

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A Semana da Minha Vida pode não reinventar o gênero musical adolescente, mas aproveita o que há de melhor nele sem se envergonhar ou desprezar suas referências. Ele entretém na medida certa, com história e duração ideais para o público-alvo e um final que implora por uma continuação (ou até mesmo pela oportunidade de ser transformado numa franquia).

Disposto a resgatar o gênero e trazê-lo de volta ao mainstream pela Netflix, A Semana da Minha Vida elevou o nível de suas produções originais a outro patamar, apostando em um território de sucesso e fácil de explorar.