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Crítica | A História do Palavrão explica tabus de forma divertida e informativa

Por| 09 de Janeiro de 2021 às 17h00

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Divulgação: Netflix
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Em algum momento da sua vida, você já deve ter se perguntado de onde surgiram os palavrões. Além disso, também deve ter passado pela sua cabeça a dúvida sobre quem definiu que essas palavras seriam classificadas como "feias", imorais, absurdas e frutos de uma suposta falta de educação. Se você realmente já teve essas dúvidas e nunca buscou saber sobre, a mais nova série da Netflix faz isso para você.

Em A História do Palavrão, série apresentada por Nicolas Cage, vemos pessoas comuns e artistas falando sobre os palavrões mais usados pelas pessoas, que estão presente no dia a dia de muitas, e um pouco sobre eles. No entanto, o foco, claro, é na língua inglesa e na cultura norte-americana, fazendo com que o conhecimento de forma mais generalizada não seja apresentado, por razões óbvias.

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Os convidados da série, junto ao apresentador — ator mundialmente renomado e o rosto de vários memes na internet —, tornam a série informativa e divertida na mesma proporção, afinal não é porque estamos falando de história que a abordagem precisa ser entediante. Ao longo de seis episódios, todos com cerca de 20 minutos cada, aprendemos um pouco mais sobre palavrões que estão relacionados aos órgãos genitais feminino e masculino, com conotação sexual e de maldição.

Somos apresentados a fatos históricos, que incrivelmente são bastante antigos, acompanhando toda a evolução dessas palavras e suas diferentes conotações ao longo dos anos, chegando na forma em que conhecemos hoje. A História do Palavrão aborda ainda a questão do palavrão no cinema, marcos da cultura do entretenimento que fizeram com que houvesse mudanças nas regras e leis do uso dessas palavras na televisão, música e nas telonas. A série aposta também em curiosidades, como qual é o ator que mais falou palavrões na história do cinema, com muitas apostas sendo em Samuel L. Jackson, mas surpreendentemente tendo Jonah Hill como o grande vencedor.

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A produção, no entanto, tem um ponto negativo. Ao assistir o primeiro episódio de A História do Palavrão, a expectativa é que cada novo episódio tenha uma abordagem diferenciada, novos cenários ou pessoas diferentes falando sobre o assunto. Porém, isso não acontece, fazendo com que, visualmente, a série fique um pouco repetitiva, realmente mudando apenas o seu conteúdo.

Outro ponto que não torna a série perfeita, mas que não chega a ser algo negativo, é o fato de as informações serem voltadas ao idioma inglês, o que acaba não sendo tão interessante de um modo geral da mesma forma que deve ser para quem tem o inglês como idioma nativo. Por mais que muitos palavrões em português ou, em outras línguas, sejam parecidos ou derivados dos palavrões em inglês, a história não deve ser a mesma.

Aqui no Brasil, por exemplo, seria mais interessante ainda assistir a uma produção nacional falar sobre o assunto, relacionando os palavrões em português, suas relações com os palavrões em inglês e qual foi o trajeto e as mudanças enfrentadas por essas palavras até virarem as que conhecemos hoje.

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A História do Palavrão é uma série curta e dinâmica que, apesar de ter a fórmula repetitiva em todos os episódios, traz um assunto interessante não só pela curiosidade, como também para mostrar ao espectador que até mesmo os palavrões fazem parte da etimologia, o estudo das palavras, cada um deles com a sua importância na história e cultura como um todo.

A série já está disponível na Netflix em seis episódios.