Publicidade

Atores entram em greve e paralisam Hollywood; entenda os impactos

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

Compartilhe:
Reprodução/SAG-AFTRA
Reprodução/SAG-AFTRA

O Sindicato de atores de Hollywood, o SAG-AFTRA, anunciou que as negociações com grandes estúdios se encerraram sem um acordo firmado, indicando o início de uma greve na indústria do entretenimento americano. Na prática, isso significa a paralisação total das atividades de atores em Hollywood, o que impacta diretamente na produção de novos filmes e séries. Com a greve, artistas sindicalizados ficam impedidos de fazerem novas filmagens, além de não participarem de ações de ações de divulgação de seus trabalhos, como entrevistas e eventos.

Nas últimas semanas, a tensão entre o sindicato dos atores e Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP, na sigla em inglês) levou ao vencimento do antigo acordo entre as organizações, fazendo com que o SAG-AFTRA se junte ao WGA, sindicato de roteiristas de Hollywood. O que essa sopa de letrinha significa em termos práticos é que, com as duas categorias cruzando os braços, praticamente toda a indústria de cinema e TV nos EUA para por tempo indeterminado.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Em um comunicado aos membros, a presidente do sindicato dos atores, Fran Drescher, disse que as respostas da AMPTP a pontos sensíveis do acordo foram um insulto e desrespeitosas.

“A SAG-AFTRA iniciou as negociações em boa fé, esperando chegar a um acordo que atendesse às necessidades de nossos artistas, mas as respostas da AMPTP para as propostas mais importantes do sindicato foram insultantes e desrespeitosas frente às nossas contribuições para essa indústria. As companhias se recusaram a discutir alguns tópicos de maneira produtiva e, em outros, apenas nos ignorou. Até o momento em que eles negociem em boa fé, nós não poderemos chegar a um novo acordo.”

O anúncio da greve dos atores de Hollywood chega pouco mais de dois meses após o início da greve dos roteiristas. Apesar de as solicitações dos sindicatos apresentarem suas particularidades, elas têm pontos em comum, como regulações para o uso de tecnologias como inteligência artificial na criação de roteiros e na reprodução de artistas e pagamentos residuais para produções lançadas em streaming, algo que não era contemplado nos acordos passados.

Como ficam as séries e filmes de Hollywood com essas greves?

Com a greve dos roteiristas, iniciada em maio, Hollywood já estava cerca de 80% paralisada, segundo informações do The New York Times. Com isso, apenas a produção de programas não roteirizados, como notícias ou esportes, estava em andamento. Isso se deu graças à organização do sindicato e o apoio recebido pela comunidade de Hollywood.

Algumas produções até foram iniciadas após os primeiros dias da greve, com a condição de que seus roteiros estivessem finalizados e não fossem alterados. Em casos como Deadpool 3, tudo o que estava sendo filmado precisaria estar no roteiro e qualquer tentativa de improviso — como uma piada contada pelo Ryan Reynolds durante as filmagens — poderia ser apontada como uma violação da greve, o que traria consequências aos envolvidos.

Com a greve dos atores, a situação é ainda mais drástica e Hollywood deve parar de vez. Afinal, sem os artistas não é possível filmar nada. Além disso, o sindicato indica que seus membros não poderão participar de qualquer trabalho promocional, incluindo entrevistas, coletivas, estreias de filmes e eventos, como a San Diego Comic-Con, que acontece no final de julho.

Continua após a publicidade

Os atores poderão comparecer nesses eventos, desde que eles não participem de qualquer painel para promover um filme ou série específicos, ou para discutir futuros projetos. Segundo o site The Wrap, o SAG-AFTRA teria orientado seus membros a simplesmente evitar esses eventos por completo.

A premiére de Oppenheimer, marcada para 13 de julho em Londres, deve acontecer uma hora antes do previsto para permitir que os atores do filme possam participar do evento antes da greve começar oficialmente.

Continua após a publicidade

Outros casos notórios são Gladiador 2 e Mortal Kombat 2, que já haviam começado suas filmagens e devem paralisar tudo até o fim da greve. Já produções com equipes europeias, que não fazem parte de nenhum dos sindicatos de Hollywood, devem continuar, como é o caso da série de Alien, produzida por Ridley Scott. A adaptação para a TV do filme de ficção ainda está em estágios iniciais e trabalhando no momento com estúdios tailandeses. O mesmo acontece com os filmes e séries coreanos na Netflix, por exemplo.

Não se sabe quanto tempo a greve dos atores deve durar, mas seu impacto deve ser sentido já nas próximas semanas e acabar influenciando nas negociações do sindicato dos roteiristas. Se você gosta de séries e filmes produzidos em Hollywood, chegou o momento de começar a se acostumar com reprises, adiamentos e cancelamentos de projetos em um futuro próximo.