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A era do Robô Sapiens: a inteligência artificial vai dominar a Terra?

Por| 12 de Julho de 2016 às 23h50

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Você já imaginou um mundo comandado por robôs? Este, que anteriormente era um assunto de domínio apenas da ficção científica, hoje tem feito parte das discussões de grandes especialistas. A cada dia que passa mais novidades sobre o rápido avanço da Inteligência Artificial chegam até nós.

As máquinas já constroem nossos carros, compõem músicas e roteiros de filmes, cuidam de afazeres domésticos, trabalham em cirurgias e até auxiliam em operações de resgate. Será que estamos nos aproximando da Era do Robô Sapiens? Quais as chances de que as máquinas tomem o lugar dos seres humanos?

Isaac Asimov, considerado por muitos como o pai dos robôs, já em 1940 falava sobre uma série de revoluções futurísticas em suas obras de ficção científica. Narrativas, porém, que só poderiam ser compreendidas enquanto ficcionais na época, pois muitas de suas previsões na área da robótica têm se tornado realidade nos últimos anos.

Uma de suas principais obras, "Eu, Robô", reúne nove contos que falam sobre a evolução das máquinas, culminando em um ambiente geopoliticamente chefiado por robôs, que são responsáveis por cuidar não só da produção e consumo, mas também de toda a mão de obra empregada, conforme pode ser observado neste pequeno trecho do livro:

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– Mas você está me dizendo, Susan, que a Sociedade pela Humanidade está certa e que a Raça Humana perdeu a possibilidade de opinar sobre o próprio futuro.

– Ela nunca teve, de fato, essa possibilidade. Ela sempre esteve à mercê de forças econômicas e sociais que não entendia... sujeita ao clima e aos resultados da guerra. Agora as Máquinas as entendem, e ninguém pode impedi-las, já que as Máquinas vão lidar com essas forças como estão lidando com a Sociedade... tendo, como de fato têm, a maior das armas à sua disposição: o controle absoluto da nossa economia.

– Isso é horrível!

– Talvez seja maravilhoso! Pense que, durante todo esse tempo, todos os conflitos se tornaram por fim evitáveis. Apenas as Máquinas são, de agora em diante, inevitáveis!

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Tema amplamente explorado em seus livros, a convivência dos seres humanos com os robôs tem se tornado cada vez mais comum. Seja em casa ou no trabalho, esses androides estão ganhando cada vez mais espaço, e se tornado cada vez mais inteligentes. É realmente fascinante ver todas essas construções do homem, mas algumas autoridades da comunidade científica estão preocupadas com o lugar onde tudo isso pode parar.

"O desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana"

Stephen Hawking, um dos principais cientistas da atualidade, vem alertando sobre o rumo e os perigos do desenvolvimento da I.A. Para ele, apesar dos inquestionáveis avanços tecnológicos que vêm beneficiando milhões de pessoas, sua preocupação é com o limite da criação pelas mãos do homens, já que existe a possibilidade de que máquinas iguais ou superiores aos seres humanos sejam desenvolvidas. Para ele, as máquinas "avançariam por conta própria e se reprojetariam em ritmo sempre crescente [...] Os humanos, limitados pela evolução biológica lenta, não conseguiriam competir e seriam desbancados".

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É claro que ainda estamos longe de um cenário de robôs com inteligência plena, mas a previsão de alguns cientistas é de que isso acabe por se tornar realidade dentro de algumas décadas. "Acredito que continuaremos no comando da tecnologia por um período razoável de tempo, e o potencial dela de resolver muitos dos problemas globais será concretizado", relata o especialista em inteligência artificial, Rollo Carpenter.

Apesar de seu posicionamento otimista em relação ao desenvolvimento da tecnologia, ele deixa claro que não descarta a possibilidade de termos um planeta, no futuro, comandado pelas máquinas: "Não podemos saber exatamente o que acontecerá se uma máquina superar nossa inteligência, então não sabemos se ela nos ajudará para sempre ou se nos jogará para escanteio e nos destruirá."

E não é só Stephen Hawking e Rollo Carpenter que têm falado sobre os perigos de uma revolução das máquinas. Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX vem falando sobre o assunto há alguns anos. Para ele, os robôs são "a ameaça mais séria para a sobrevivência da espécie humana", principalmente porque há risco de que a inteligência artificial chegue em um ponto tão avançado que seja capaz de evoluir sozinha, sem a interferência do homem.

Durante uma palestra no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em 2014, Musk demonstrou seus receios em relação a possíveis descuidos do homem no desenvolvimento das máquinas inteligentes: "Acho que nós devemos ter muito cuidado a respeito da inteligência artificial. Se eu tivesse que palpitar sobre qual é a principal ameaça à nossa existência, acho que seria essa. Precisamos ser cuidadosos."

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Para evitar possíveis danos à humanidade, o executivo defende a ideia de que sejam criados órgãos responsáveis por regular esse tipo de atividade. "Estou cada vez mais inclinado a achar que deveria haver alguma espécie de regulação, talvez em nível nacional e internacional, apenas para ter certeza que nós não faremos algo muito estúpido", afirmou.

Mas quais seriam os limites para o avanço da tecnologia? A linha pode ser bastante tênue, e para isso alguns debates são necessários, afinal, será que é possível que algo criado supere a inteligência de seu criador?

Questões éticas e as "Três Leis da Robótica"

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Isaac Asimov estabeleceu o que ficou conhecido como as "Três Leis da Robótica", frequentemente citadas quando se pensa nas questões éticas que envolvem a inteligência artificial. É bastante interessante perceber que, apesar de terem sido criadas como parte da narrativa ficcional de suas obras, muitos acabam se apoiando nas diretrizes do autor em suas reflexões sobre o possível domínio das máquinas.

• Primeira Lei – “um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um humano seja ferido”.

• Segunda Lei – “um robô deve obedecer às ordens dadas a ele por seres humanos, exceto quando tais ordens entram em conflito com a Primeira Lei”.

• Terceira Lei – “um robô deve proteger a sua própria existência, contanto que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Lei”.

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Vale lembrar que mais tarde Asimov acrescentou a “Lei Zero”, mais importante que todas as outras: “um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal.”

Quando se leva em consideração a possibilidade de que os robôs venham a possuir uma "moralidade embutida", as três leis podem parecer fazer algum sentido. De acordo com Rodney Brooks, da empresa iRobot, essa é, inclusive, uma preocupação bastante presente entre os consumidores dos protótipos da companhia: “as pessoas me perguntam se os nossos robôs seguirão as leis de Asimov. Há um motivo bastante simples para eles não as seguirem: eu não tenho como programar as leis de Asimov dentro deles”.

Outra questão que gera polêmica é que muitos robôs são programados para lidar em situações de violência, então como trabalhar com essa controvérsia? É bastante comum ver sistemas robóticos armados sendo desenvolvidos, e a função deles é exatamente utilizar técnicas para o ataque. Assim, em um mundo hipoteticamente dominado pelas máquinas, dificilmente seria possível dominar uma inteligência equipada com armas de destruição, e para a sociedade científica, é aí que mora o perigo.

Pensando em todas essas questões, talvez seja mais fácil trabalhar, principalmente, com as pessoas que estão por trás das máquinas. Conforme Elon Musk fala sobre a necessidade de um órgão que regule as atividades, o Instituto do Futuro da Humanidade (Future Humanity Institute - FHI), de Nick Bostrom, também acredita que computadores com um nível humano de inteligência podem acabar representando uma ameaça real para a continuidade da existência humana. Assim, a supervisão no desenvolvimento de máquinas inteligentes pode ser o caminho mais adequado.

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E você, acredita que o planeta Terra poderá ser comandado por inteligência artificial ou acha que as ideias desses gênios não passam de fantasia ficcional? Conte a sua opinião nos comentários.

Com informações de BBC, Gizmodo, Exame