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Gamificação empresarial: como funciona e por que é uma ferramenta tão poderosa

Por| Editado por Claudio Yuge | 03 de Fevereiro de 2022 às 21h00

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Reprodução/Freepik
Reprodução/Freepik

A gamificação é o processo de empregar a lógica, design e estrutura dos jogos para engajar pessoas em diversos fins. Alguns deles seriam melhorar o engajamento do público-alvo e servir como método de aprendizagem. Dentro das empresas, é usado dessas formas, mas principalmente para melhorar a produtividade das equipes.

Na psicologia por trás dos games, nós os jogamos por diversos motivos. Um dos principais é a busca por recompensa; quando você cumpre uma tarefa ou desafio estipulado por um jogo, este entrega de volta algum tipo de presente, como um troféu digital ou a liberação de uma fase secreta. Isso ajuda a liberar endorfinas, o hormônio do bem estar. A pessoa sente mais prazer em realizar uma tarefa que antes parecia chata, quando apresentada de forma mais convencional.

Como exemplo, podemos comparar o preenchimento de uma mera tabela do Excel, com suas linhas e colunas brancas, contra um game onde você arrasta os números em uma grade colorida e lúdica, sob uma contagem regressiva. Se fizer a tempo, ganhará uma medalhinha digital. É possível que a maioria das pessoas prefira realizar a segunda opção e até se divirta no processo, mesmo que ambas signifiquem a mesma função em termos práticos.

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Outro exemplo: em vez de enviar um email com dicas de segurança digital para o funcionário, crie um quiz com pontuações sobre o mesmo conteúdo, para os que acertarem mais ganhem as melhores posições no ranking. É uma forma comum de "aprender brincando".

Vale apontar que nem sempre a gamificação ocorre na forma de um game físico ou digital; tem a ver mais com o conceito de desafio x recompensa do que o formato. Se você chamar a equipe para sugerir soluções para um determinado problema da empresa, estipular uma hora para concluir a tarefa e ranquear as ideias da melhor para a pior, não deixa de ser um tipo simples de gamificação.

Vantagens da gamificação nas empresas

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  • Aumenta a produtividade e reduz o tempo de execução
  • Estimula a criatividade na resolução de problemas
  • Promove competição saudável
  • Potencializa o engajamento e a persistência perante desafios
  • Fortalece a cultura do negócio
  • Desenvolve habilidades específicas dos profissionais
  • Melhora a comunicação e o trabalho em equipe
  • Fornece feedback instantâneo, com análise de pontos fortes e fracos
  • Traz reconhecimento aos que conquistam desafios
  • Ajuda na aprendizagem e retenção de informação de forma lúdica e divertida

Desvantagens da gamificação nas empresas

  • Uso em excesso pode cansar ou distrair os funcionários: vale estabelecer limites no uso da estratégia, tanto pelos gestores quanto pelos empregados;
  • Uma gamificação mal feita pode frustrar as equipes: se a tarefa for desafiadora demais ou de menos ou a interface do game for muito "micada", por exemplo;
  • Considere o orçamento: às vezes bolar um game leva tempo e dinheiro para fazer, e talvez não valha a pena para a empresa naquele momento.

Elementos de uma atividade de gamificação

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  • Regras: conjunto de orientações a serem seguidas para o jogo fazer sentido, com as respectivas ferramentas à disposição do jogador, o tempo disponível, as etapas, as possíveis infrações etc.
  • Metas: objetivos a serem cumpridos ao longo da jornada do jogador, que tenham a ver com o objetivo geral da empresa ao realizar a atividade em questão, como por exemplo resolver um desafio organizacional;
  • Feedback: meios de retorno das ações realizadas ou não pelo jogador, além do nível de qualidade executado;
  • Participação voluntária: toda a estrutura precisa ser pensada de forma a estimular o funcionário a se interessar e participar do desafio;
  • Aprendizado: quanto mais intuitivo e claro, mais o jogo ajudará o jogador a reter conhecimento sobre o desafio e sobre seu próprio potencial;
  • Premiação: se o objetivo for conquistado com louvor, o jogo precisa premiar o vencedor com algum tipo de presente à altura do desafio. Vai desde um vídeo de "final de jogo", como vemos nos games mais populares, até brindes reais ou bonificações.

Exemplos de gamificação no Brasil

Falamos acima principalmente dessa tendência dentro das empresas, mas há alguns anos ela é usada com sucesso no público. A Fix é uma plataforma focada em manutenção de edifícios que usa gamificação para engajar os prestadores de serviço. A cada vez que esse prestador recebe uma avaliação positiva de um serviço, ou quando envia uma cotação antes de outros prestadores, ganha recompensas no app que são convertidas em dinheiro, para complementar a renda.

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A Qranio é outra empresa que aplica a tática para estimular o envolvimento com conteúdos educacionais. Em 2016. fez um projeto com o Bradesco um app específico no qual os funcionários do banco interagiam com questões propostas pelo setor de recursos humanos. Os melhores colocados ganhavam entrada para os Jogos Olímpicos de 2016 com viagem paga. Houve um pico de engajamento de 80% na plataforma.

Já o programa De Criança para Criança, voltada a ensinar alunos da Educação Infantil e Fundamental I, transforma disciplinas em jogos, com mediação dos professores. Alguns exemplos são o Que Horas São?, que ensina a ver as horas; o Hora do Lanche, para relacionar números e quantidades; e games de classificação de objetos e figuras.

O app de educação física Freeletics usa gamificação para que as pessoas persistam nos seus programas de condicionamento físico. Por exemplo, há diferentes distintivos que o atleta obtém por dominar certos exercícios ou treinos, por absolver semanas perfeitas de treinamento ou aprender novas habilidades.

Por que a gamificação se tornou uma tendência?

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Para Thais Sterenberg, chefe de marketing da Fix, tem a ver com os mecanismos e gatilhos que estimulam a pessoa a continuar jogando sem parar. "Quando você oferece pequenas vantagens para que seu cliente permaneça consumindo seu produto ou serviço, tanto ele vai se tornar cada vez mais engajado e feliz com o retorno que está tendo, quanto a empresa vai se beneficiar por ter um público cada vez mais fiel", diz. Os programas de incentivo e fidelidade, na sua visão, são um bom exemplo disso.

Essa característica é percebida desde cedo até no público infantil "As crianças são nativas digitais e entendem essa linguagem dos games. A gamificação torna as aulas mais dinâmicas. Os alunos ficam horas na frente das telas e cabe ao professor tornar esse momento mais dinâmico e os conteúdos mais acessíveis", afirma Vitor Azambuja, cocriador e diretor criativo da De Criança para Criança.

Samir Iásbeck, CEO e fundador da Qranio, concorda. "É uma forma fácil e efetiva para as pessoas poderem absorver conhecimento. Os elementos de jogos facilitam muito para os jovens de hoje, que estão sendo bombardeados de informações por todos os lados".

A lógica do game na verdade sempre existiu bem antes do universo digital. "Um exemplo muito comum é comparar uma partida de futebol de 90 minutos com uma corrida de longa distância. Em ambas as situações as pessoas tendem a correr grandes distâncias. A principal diferença é que a pessoa que joga futebol estará focada na vitória do jogo e na emoção da competição e, portanto, só perceberá a quantidade de quilômetros e o cansaço após a partida", define Daniel Sobhani, CEO do Freeletics.

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Fonte: Lógica digital, Robert Half Talent Solutions, Robbyson, Engage, Ipog