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Resident Evil 7 é ainda mais desesperador com realidade virtual

Por| 16 de Junho de 2016 às 07h07

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Resident Evil 7 é ainda mais desesperador com realidade virtual
Resident Evil 7 é ainda mais desesperador com realidade virtual

O anúncio de God of War pode ter deixado muita gente animada, mas a verdade é que o game mais comentado desta E3 2016 tem outro nome. Desde que foi apresentado durante a conferência da Sony, Resident Evil7 vem despertando o interesse dos jogadores e, de quebra tirando o sono de muita gente. Apesar de ter sido disponibilizado para todos os jogadores pela PSN, ele continua sendo uma das atrações mais requisitadas da feira por uma única razão: realidade virtual.

Como mostrado pela Capcom, a demonstração do novo Resident Evil é compatível com o PlayStation VR e todo mundo quer conferir como essa nova experiência de horror ficaria acompanhada dos óculos da Sony. Afinal, se a proposta já é bastante aterrorizante por si só, utilizar um acessório que acentua essa imersão apenas leva o terror a um novo nível. E, na prática, isso não pode ser mais verdadeiro.

É claro que a demo em nada lembra os Resident Evil que a gente conhece, sobretudo os títulos recentes que prezam mais pela ação do que pelo Survival Horror. Como pôde ser notado durante a conferência em que foi anunciado, a pegada adotada pela Capcom está muito mais próxima do que a KONAMI fez com Silent Hills do que com qualquer outra coisa. Tanto que não demorou para que muita gente visse ali uma inspiração e até mesmo um oportunismo com base no cancelamento do projeto P.T e da legião de órfãos deixada para trás. Porém, a verdade é que o conceito vem de muito antes.

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De acordo com a própria Capcom, a produção de Resident Evil7 teve início antes mesmo do lançamento de teaser jogável de Silent Hills. Enquanto P.T. surgiu de repente em agosto de 2014, o desenvolvimento deste Biohazard já teve início alguns meses antes. Todavia, como é fácil notar, isso não quer dizer que algumas influências não tenham sido reaproveitadas.

Prova disso foi a demonstração que a própria Capcom mostrou no ano passado durante a E3. Disfarçada sob o nome de Kitchen, o conceito já estava presente e nós até chegamos a comentar na época como a ambientação criada com a realidade virtual ajudava a criar o clima de terror — o que fez com que a então demonstração técnica fosse elencada como uma das melhores coisas daquele ano. E, agora que sabemos que Kitchen era apenas uma parte de Resident Evil7, tudo passa a fazer muito mais sentido.

Por dentro da mansão

A Capcom gostou tanto da ideia de colocar os jogadores dentro do game que decidiu fazer isso já com seu estande. Nada de estações colocadas em uma área comum, como vemos na Brasil Game Show, mas sim uma enorme mansão abandonada tal qual aquela que vemos na demo. À medida que entramos, nos deparamos com os mesmos quadros, com o telefone velho e até a fita cassete que o jogador encontra. Passar por ali é já estar dentro do jogo.

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Porém, é quando o PlayStation VR é colocado diante de seus olhos que as coisas realmente começam a ficar intensas. A imersão proporcionada é tão grande que você realmente se sente engolido por aquela atmosfera densa e maldita. Você não teme apenas que algo seja jogado na sua cara em um tipo de terror pobre. Ao se sentir parte daquela cena, o medo é genuíno e você deixa de ser o jogador para se tornar parte daquela realidade. Assim, você passa a se sentir tão oprimido quanto os demais personagens.

Esse terror psicológico faz com que você se sinta realmente desconfortável. A não ser que você seja um daqueles malucos de filme de terror que quer sempre tomar a dianteira (e que morre antes de todo mundo nesses casos), pode não se incomodar tanto, mas uma pessoa normal certamente vai avançar mais devagar, como se realmente estivesse ali. É um nível de ambientação e captação do jogador fenomenal. De longe, é a experiência mais envolvente para a realidade virtual feita até agora.

A trama ainda é um pouco misteriosa, assim como a sua própria solução. Aparentemente, há mais de um final, mas ninguém sabe ao certo quantos são e muito menos quais são — uma dúvida que vem motivando os jogadores a tentarem descobrir a resposta e a jogar mais e mais. Porém, o terror apresentado graças ao PlayStation VR faz com que uma única visita à mansão seja mais do que suficiente.

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Seu personagem chega para investigar uma antiga casa abandonada e, lá dentro, encontra registros de um outro grupo que esteve por lá. O problema é que pequenos eventos e bizarrices começam a acontecer, além de toda a podridão e elementos bizarros e nojentos que se encontram em seu caminho. Todos esses elementos combinados fazem com que você pense muito bem antes de dar cada passo.

Esse é o grande trunfo da experiência de realidade virtual de Resident Evil7. Ela não quer te assustar, mas deixá-lo desesperado. Não há coisas sendo jogadas na sua cara ou gritos que vão fazê-lo pular da cadeira, mas um clima tão pesado e opressor que você quer apenas se encolher, deitar em posição fetal e torcer que chegue ajuda. Não é para fazê-lo jogar o controle para o alto enquanto grita, mas para segurar o controle com toda a sua força enquanto chora baixinho.

Além disso, a demonstração traz ainda outro aspecto que a diferencia de todos os demais títulos de realidade virtual disponíveis nesta E3. Ao contrário da maioria dos outros jogos, Resident Evil não é algo on rails, ou seja, que segue por um caminho pré-determinado. O jogador tem total liberdade para andar e controlar a câmera como se fosse um game normal, com o adicional da realidade virtual. Isso apenas amplia essa sensação de que você está andando pela casa e olhando para todos os lados enquanto procura por pistas.

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O problema é que todo esse movimento afeta bastante seu cérebro. A tecnologia, por si só, já faz uma bela bagunça na sua percepção e Resident Evil7 consegue ir além. Tanto que é muito fácil você se sentir tonto com isso ou mesmo perder a noção de profundidade e temer dar um passo em falso, mesmo estando parado. E não são raros os casos de pessoas que passaram mal apenas por conta disso.

De qualquer forma, não há como ignorar o fato de que este é o jogo que melhor mostra o potencial da realidade virtual. Enquanto Kitchen era algo que já nos mostrava como essa imersão poderia ser usada para o terror, a revelação que aquela demonstração técnica é um novo Resident Evil (aliás, a Capcom nos revelou que o “T” de “Kitchen” sempre foi um 7 disfarçado) apenas corrobora essa sensação. E, mais do que isso, prova o quanto o estúdio está empenhado em deixar de lado a ação que dominou a franquia, assim como o terror barato, para apostar em algo muito mais pesado e interessante. Pelo visto, Resident Evil quer voltar a brincar com nossos medos. E haja coração para isso.