EUA banem drones da DJI e de outras marcas estrangeiras
Por Vinícius Moschen |

A Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos atualizou sua lista de dispositivos banidos com novos sistemas de aeronaves não tripuladas (UAS) de fabricação estrangeira, além de seus componentes críticos. Na prática, a medida inclui drones de diversas marcas, entre elas a DJI.
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A decisão é baseada em uma determinação do Poder Executivo, que concluiu que esses dispositivos representariam "riscos inaceitáveis à segurança nacional dos Estados Unidos".
A listagem impede que novos modelos de drones estrangeiros recebam autorização de equipamentos da FCC. Sem essa homologação, os lançamentos não podem ser importados, comercializados ou vendidos legalmente no país.
No entanto, drones que já possuem autorização da FCC e foram adquiridos por consumidores ou agências permanecem legais para uso. Além disso, varejistas podem continuar vendendo modelos que receberam aprovação antes da atualização.
EUA citam “preocupações de segurança”
Embora a medida cite o termo genérico "fabricação estrangeira", o foco da legislação está na produção chinesa de drones.
Afinal, a ação da FCC é considerada o ápice de pressões legislativas e preocupações de segurança. Além de supostos atos de espionagem e extração de dados por parte da China, argumenta-se que a dependência de equipamentos estrangeiros prejudicaria “inaceitavelmente” a base industrial de drones dos EUA.
A DJI, que detém entre 70% e 90% do mercado comercial e governamental dos EUA, manifestou forte oposição. A empresa afirmou estar decepcionada e alegou que "as preocupações sobre a segurança de dados da DJI não foram fundamentadas em evidências e, em vez disso, refletem protecionismo, contrário aos princípios de um mercado aberto".
A fabricante ainda defendeu que seus produtos são seguros e passaram por anos de revisões independentes e governamentais.
Devido à incerteza regulatória, a empresa já vinha retendo o lançamento de modelos profissionais recentes nos EUA, mesmo após lançá-los em outros mercados globais.
Pilotos reclamam
A proibição gerou indignação entre os quase 500.000 pilotos de drones comerciais registrados nos EUA.
Setores como agricultura, construção, segurança pública e inspeção dependem da tecnologia da DJI, devido à sua maturidade e custo-benefício. Alguns operadores afirmam que os drones fabricados nos EUA são mais caros e tecnicamente inferiores, o que os tornam pouco competitivos.
Nesse contexto, uma pesquisa do Pilot Institute com 8.000 pilotos revelou que 43% preveem um impacto "extremamente negativo" ou falência.
Além disso, 85% acreditam que suas empresas não sobreviveriam mais de dois anos sem acesso a novos drones estrangeiros. Portais internacionais apontam que operadores começaram a estocar drones, baterias e peças para garantir a continuidade de suas atividades em 2026 e nos anos seguintes.
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