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"Micro-ondas matador de drones" em desenvolvimento nos EUA; conheça o Leonidas

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Danilo Berti/Canaltech
Danilo Berti/Canaltech

Enquanto o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, registrou 35 voos atrasados e 6 cancelados nesta quarta-feira (11) devido à presença ilegal de drones, os Estados Unidos se preparam para combater esse tipo de ameaça com novas tecnologias. Uma delas é o recém-revelado sistema Leonidas, desenvolvido pela empresa Epirus, que utiliza micro-ondas para neutralizar grandes grupos de drones, danificando seus circuitos eletrônicos.

A tecnologia atua por meio de emissão direcionada de energia em frequência de micro-ondas, que não é tão diferente em relação à usada em fornos domésticos. 

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Por isso, o Leonidas não precisa usar qualquer tipo de bala, míssil ou laser. Quando atinge um drone, o feixe de micro-ondas é capaz de gerar correntes elétricas dentro dos circuitos do aparelho, que ficam sobrecarregados.

No processo, o drone não explode nem sofre danos físicos imediatos. Ele simplesmente para de operar e cai no chão. É como se o aparelho voador fosse cozido dentro de um micro-ondas gigante. 

O sistema utiliza uma antena de fase controlada, composta por uma grade de pequenos amplificadores de micro-ondas. Na prática, essa configuração permite direcionar eletronicamente o feixe, sem necessidade de movimentar fisicamente a antena.

Portanto, torna-se possível alternar rapidamente entre múltiplos alvos simultâneos, sem a necessidade de uma mira extremamente precisa. Isso aumenta a chance de incapacitar vários drones em uma única detonação. 

De acordo com a Epirus, o feixe pode cobrir um arco de 60 graus a partir da antena. Contudo, o alcance máximo da “arma” é segredo.

Sistema de micro-ondas apresenta outras vantagens

Além da possibilidade de eliminar muitos drones de uma vez só, o Leonidas tem um custo por uso muito menor quando comparado aos mísseis, que podem ultrapassar centenas de milhares de dólares por disparo.

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O sistema ainda opera de forma contínua, sem necessidade de recarga. No momento, a defesa dos drones contra esse tipo de ataque é considerada “difícil” — testes mostraram que até os equipamentos envoltos em cobre não resistem, pois a energia entra pelos componentes expostos, como hélices e antenas. 

O Leonidas também tem vantagens em comparação com os jammers, que apenas interferem em sinais de rádio. Afinal, a nova solução pode funcionar até mesmo com drones autônomos, que não dependem de controle remoto ou GPS

Desafios da aplicação do Leonidas 

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Embora seja considerado um sistema com alto potencial num contexto em que drones baratos estão sendo usados como armas letais na Guerra da Ucrânia, o Leonidas ainda traz alguns desafios que devem ser resolvidos no futuro. Um deles é o alto consumo de energia da operação.

Por conta disso, a Epirus emprega semicondutores de nitreto de gálio (GaN), mais eficientes que os tradicionais de silício. 

Versões futuras ainda podem ser maiores, capazes de cobrir áreas urbanas inteiras. A redução também é possível, para adaptação em plataformas aéreas e até mesmo em drones atacantes. 

Além dos EUA, países como a China já desenvolvem sistemas similares, incluindo um chamado de "Hurricane". Portanto, é esperado que as armas de micro-ondas se tornem comuns em conflitos modernos. 

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