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Motorista de app constrói cabine de acrílico no carro para evitar coronavírus

Por| 14 de Maio de 2020 às 14h25

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Motorista de app constrói cabine de acrílico no carro para evitar coronavírus
Motorista de app constrói cabine de acrílico no carro para evitar coronavírus

Como continuar trabalhando no meio da crise do novo coronavírus (SARS-CoV-2), protegendo sua saúde? É uma pergunta que muitos brasileiros, envolvidos com os serviços essenciais, têm se feito. Para evitar a COVID-19, um motorista de aplicativo teve uma ideia inusitada e instalou uma cabine de acrílico que isola somente o banco do condutor do carro.  

De Feira de Santana, na Bahia, o técnico em eletrônica e com experiência na fabricação de aeronaves, Érico Dutra, de 53 anos, instalou sua cabine particular, de acrílico, em março desse ano. Enquanto pensava em como se proteger, o motorista de aplicativo soube de outro condutor que uso plástico filme para forrar o veículo. Inspirado pela ideia, produziu a estrutura isolante.

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“Fiquei com medo de pegar alguém contaminado, me contaminar e transmitir para o meu pai. Fiquei 10, 15 dias sem trabalhar, preocupado com isso. Um dia, minha mãe falou do caso de um rapaz que pegou plástico filme e enrolou no carro na parte que o passageiro senta. Nesse momento, lembrei que tenho placa de acrílico em casa. E, aí, eu fiz a cabine. Essa cabine não é barata, mas eu tinha em casa”, conta Dutra para o G1.

Além da avançada idade (85 anos), o pai de Érico sofre com Parkinson e asma, ou seja, duas doenças crônicas e pré-existentes que podem dificultar ainda mais sua recuperação caso contraia o novo coronavírus.

Outra preocupação do motorista era com os casos assintomáticos: "Existem pessoas que são assintomáticas e eu poderia ser uma dessas pessoas. Já pensou passar para os passageiros? Pensei nos dois lados".

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Processo de montagem

Para desenvolver a estrutura toda em acrílico, Érico levou pouco mais de quatro dias. Também aproveitou o conhecimento que da época em trabalhou, durante nove anos, em uma fábrica de aeronaves na região.

“O gasto que eu tive foi dos dias que deixei de trabalhar para fazer. Passei quatro dias e meio, tive que ajustar a posição do banco. Uma folha dessa custava, na época em que comprei, R$ 300, e mais R$ 120 para a transportadora trazer. Mas eu já tinha ela em casa”, explica Dutra.

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Mesmo com a cabine, Dutra segue higienizando o carro entre o embarque e desembarque dos passageiros. “As pessoas pegam o vírus com um metro de distância umas das outras. Sei que as partículas vão bater no acrílico. Então, pelo menos três vezes, durante o dia, eu faço a limpeza com detergente e água sanitária. Se pego alguém que foi para hospital ou saiu do hospital, eu o deixo na localidade e, depois, limpo [o carro] todinho por dentro. Coloquei álcool em gel, carregador de bateria, celular e uma porta para eu não ter muito contato com passageiro”, avisa o motorista.

Até agora, a ideia de Dutra tem sido muito bem aprovada entre os seus passageiros. Inclusive, ele tem recebido parabéns pela iniciativa. Segundo o Ministério da Saúde, o estado da Bahia, até os dados oficiais de ontem (13), contava com 6.547 registros da COVID-19 e 236 óbitos em decorrência da infecção.

Fonte: G1