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Criptomoedas estão mais presentes em fraudes financeiras

Por| Editado por Claudio Yuge | 06 de Setembro de 2021 às 18h00

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Divulgação/Sulayman Sanyang/Pixabay
Divulgação/Sulayman Sanyang/Pixabay

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apurou 325 possíveis fraudes financeiras envolvendo criptomoedas no Brasil só no ano passado, segundo reportagem do Estadão. O Canaltech também confirmou os números com a própria CVM. O órgão regulador do mercado comunicou os crimes aos Ministérios Públicos Federal e estaduais durante o período, que deu 75% mais ocorrências do que no ano anterior. Mas os crimes com moedas digitais são destaque.

A maioria dos casos observados pela CVM envolve pirâmides financeiras; foram 175 deles dos 325 apurados. Criptomoedas como o Bitcoin foram o ativo usado em 43% dos casos, o aplicativo WhatsApp é o meio mais usado para divulgar as fraudes (27,5%), e o boca a boca ficou em segundo lugar (19,7%).

As vítimas mais comuns são homens (91%), com 30 a 39 anos de idade (36,5% do total), que ganham de dois a cinco salários mínimos (23%) e com ensino superior completo ou pós-graduação (71%).

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Na pirâmide financeira, novos investidores precisam deixar algum valor em dinheiro -— no caso, em criptomoedas — e são instruídos a trazer mais membros ao esquema para recuperar o montante investido com algum lucro. O negócio deixa de ser sustentável quando o dinheiro que entra não sustenta os lucros de todos os envolvidos. E no caso de ativos de renda variável, como criptomoedas, não há como garantir um retorno por causa de sua volatilidade. Ou seja, seu valor pode subir ou cair com rapidez em muito pouco tempo.

Na metade de abril, o Bitcoin atingiu o valor recorde de US$ 64.892, mas já no mês seguinte desvalorizou rapidamente e chegou a US$ 30.015. Os dois extremos tiveram a influência de Elon Musk. Sua fabricante de carros, a Tesla, passaria a aceitar pagamentos com a moeda digital, mas mudou de ideia e depois um tuíte de Musk teria sugerido a venda de suas unidades de bitcoin. O bilionário desmentiu, mas isso contribuiu para derrubar o preço.

As informações da CVM vêm na esteira de um caso de fraude que se tornou público recentemente. Em agosto, a Polícia Federal prendeu o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, dono da GAS Consultoria Bitcoin, em uma operação no Rio de Janeiro. Santos foi acusado de ter realizado desvios bilionários por meio de um esquema de pirâmide que atraiu investidores nos últimos cinco anos.

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Fonte: Estadão