Mais de R$ 3 bilhões em criptomoedas são roubados no maior ataque da história
Por Felipe Gugelmin • Editado por Claudio Yuge |
A plataforma de gerenciamento de valores baseada em blockchain Poly Network confirmou nesta terça-feira (10) que mais de US$ 600 milhões (R$ 3,1 bilhões) em criptomoedas foram roubadas de seus sistemas. Segundo a empresa, falhas em seu sistema de ligações entre contratos permitiram transferências criminosas para contas cujas identidades já foram reveladas.
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A Poly Network afirma que a ação resultou no roubo de 2.858 tokens de Ethereum (avaliados em US$ 267 milhões), 6.610 moedas Binance (USS$ 252 milhões) e aproximadamente US$ 85 milhões em tokens USDC, ligados à rede Polygon. Somado, o valor representa um novo recorde para ataques do tipo — anteriormente, o recorde pertencia ao golpe que resultou no roubo de US$ 460 milhões (R$ 2,39 bilhões) da casa de câmbio de criptomoedas Mt. Gox, o que resultou em sua falência.
Em um comunicado publicado nas redes sociais, a empresa pediu que os responsáveis pelo ataque entrassem em contato e devolvessem os valores desviados. “A quantia de dinheiro que você hackeou é a maior da história da DeFi [finanças descentralizadas]. Autoridades de qualquer país vão considerar isso como um grande crime econômico e você vai ser perseguido. É muito tolo para você fazer qualquer transação adicional. O dinheiro que você roubou pertence a dezenas de milhares de membros da comunidade cripto”, afirma o texto divulgado.
Como resultado da ação, a 03, que usava os sistemas da Poly Network para fazer a conversão e a troca entre criptomoedas, anunciou que teve que paralisar essas atividades. O responsável pelo ataque realizou algumas movimentações dos valores roubados: uma delas para um usuário que o aconselhou a não usar o Ethereum roubado, e outra para uma de suas próprias carteiras, acompanhado de uma mensagem que diz que esse poderia ter sido um roubo de bilhões em criptomoedas se dinheiro fosse seu objetivo.
Mundo das criptomoedas reage
Logo após a divulgação do roubo, a Tether suspendeu aproximadamente US$ 33 milhões em tokens USDT associados à carteira dos responsáveis. Já a empresa de segurança SlowMist, especializada em blockchain, afirmou ter identificado o endereço de IP, endereço de e-mail e identidades dos dispositivos usados pelos atacantes e que continua buscando por informações sobre suas identidades.
Em uma publicação no Twitter, Chagnpeng Zhao, CEO da Binance (que opera a moeda de mesmo nome), afirmou estar colaborando com parceiros de segurança para esclarecer o caso. “Não há garantias. Vamos fazer tudo o que podemos”, afirmou.
Uma semana antes do roubo, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos afirmou que as plataformas de finanças descentralizadas mereciam uma maior atenção do governo local. Segundo ele, o fato de elas dispensarem intermediários tradicionais (como Bancos Centrais) coloca em risco a segurança de usuários e leis bancárias ao redor do mundo.
Fonte: The Block Crypto, Forbes