Criminosos movimentam US$ 3,55 bi em Bitcoin obtidos em roubo de 6 anos atrás
Por Dácio Castelo Branco | Editado por Claudio Yuge | 02 de Fevereiro de 2022 às 17h20
Seis anos atrás, em 2016, a corretora de criptomoedas Bitfinex teve quase 120 mil Bitcoin (BTC) roubadas no que até hoje é considerado um dos maiores ataques virtuais da história do setor de ativos digitais. E agora, em 2022, parte desse valor roubado ainda está sendo movimentado pelos criminosos.
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Segundo a empresa de análise de blockchain Eliptic, nesta terça-feira (2), uma carteira associada ao golpe ocorrido na Bitfinex em 2016 fez 23 transações movimentando cerca de 94,6 mil BTC, o equivalente a US$ 3,55 bilhões (R$ 18,8 bilhões, na conversão atual), enviando as quantias para um novo endereço.
A quantidade de Bitcoin movimentadas corresponde a 79% do total de 119,7 mil BTC desviados da Bitfinex em 2016. Segundo o levantamento da Elliptic, é possível que próximas transações com esse dinheiro demorem a ocorrer, já que os criminosos andam realizando operações relacionadas lentamente durante os últimos seis anos.
A mais recente movimentação dessas criptomoedas roubadas havia ocorrido em abril de 2021, quando os criminosos realizaram uma transferência de US$ 700 milhões (R$ 3,7 bilhões) em BTC para carteiras desconhecidas. Na época, é possível que eles estivessem tentando aproveitar a alta no valor do ativo digital causada pela listagem da corretora Coinbase na Bolsa Nasdaq.
Sem perigos para o mercado de Bitcoin
Para o mercado, a movimentação de quantidades de Bitcoin como as roubadas em 2016 da Bitfinex pode gerar certa apreensão, já que os criminosos podem estar planejando sacar o dinheiro em sua totalidade, convertendo-o para dólares, por exemplo — o que ocasionaria uma queda no valor do ativo digital por conta de sua nova abundância.
Porém, no caso específico dos fundos roubados da Bitfinex, eles são amplamente rastreados e bloqueados por diversas corretoras e outros serviços de compras de criptomoedas, dificultando assim que os criminosos possam realizar o saque e diminuindo o risco do mercado.
Fonte: CoinDesk