Clone do game Wordle usa PC dos usuários para minerar criptomoedas

Um dos tantos clones do Wordle, jogo de palavras que virou febre no mundo neste começo de ano, está usando os computadores dos usuários para minerar criptomoedas. O título é o olav.ooo, que como o nome já indica, satiriza o filósofo Olavo de Carvalho, morto no final de janeiro deste ano.

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Basta alguns segundos com a página aberta no navegador para perceber o consumo da CPU batendo 100%, em um pico rápido de processamento que é título do processo de produção dos ativos financeiros. Como se trata de um jogo que leva algum tempo para ser solucionado, além de ter um amplo caráter viral, é fácil pensar como ele se tornou um caminho para ganhos fáceis e rápidos por seus criadores.

A criptomoeda mineirada é a Monero, a partir de um pool do qual o usuário passa a fazer parte assim que acessa o olav.ooo. A arquitetura da tecnologia não permite checar o balanço da carteira usada no jogo, que pode ser visualizada com uma análise do código-fonte da página, com o game funcionando desde 28 de janeiro. Novamente, o aspecto viral de títulos de adivinhação de palavras dessa categoria, juntamente com as hashtags políticas e a favor da vacina, fazem pensar que os ganhos podem ser consideráveis.

A mineração acontece tanto no computador, não importando o sistema operacional, como no celular. Em todos os casos, o processador é levado ao pico máximo de funcionamento durante o tempo que o usuário permanece com a janela aberta, gerando dividendos para os criadores, que não são identificados na página do game. O processo de geração de ativos não é informado diretamente e, se realizado de forma constante e repetida, pode reduzir a vida útil do hardware.

Por outro lado, não existem riscos a dados ou à segurança dos utilizadores do jogo, enquanto, ainda assim, alguns softwares de segurança já indicam o olav.ooo como uma página perigosa. O Google Chrome, usado nos testes realizados pelo Canaltech, permite o acesso normalmente, sem exibir aviso nenhum, com a lentidão da máquina e o aumento na velocidade da ventoinha, indicando maior esforço para resfriar o processador, sendo os sinais de que algo está acontecendo.

A descoberta foi publicada no Twitter pelo usuário Eduardo Henrique, que divulgou o caso para informar outros utilizadores que estejam jogando. A sugestão para evitar essa e outras situações em que a mineração de criptomoedas acontece de forma indiscriminada é prestar atenção nestes sinais, interrompendo o acesso assim que a situação for identificada. Quem preferir também pode instalar extensões para navegadores como Chrome e Firefox que bloqueiam esse tipo de prática.

Fonte: Eduardo Henrique (Twitter)