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Como funciona um teste de QI?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Fevereiro de 2024 às 09h17

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Andrea Piacquadio/Pexels
Andrea Piacquadio/Pexels

Como funciona o teste de QI? E será que funciona mesmo? Essas avaliações padronizadas abordam várias áreas cognitivas, como habilidades verbais, matemáticas, visuais e de raciocínio lógico para identificar a capacidade cerebral de alguém.

Mas antes mesmo de saber como funciona o teste de QI, é preciso lembrar a necessidade de uma avaliação estruturada, pesquisada e clínica, com respaldo psicológico, ou seja: realizada por um profissional capacitado.

O que é QI?

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O QI significa quociente de inteligência, e é uma medida da capacidade de raciocínio de uma pessoa. O objetivo dos testes de QI é avaliar quão bem alguém pode usar informações e lógica para responder perguntas ou fazer previsões.

A maioria das pessoas tem capacidade de aprender independentemente da pontuação do seu quociente de inteligência. No entanto, alguns são simplesmente capazes de aprender mais rapidamente, ou com mais facilidade do que outros.

Como surgiram os testes de QI?

Os testes de QI surgiram na França, em 1905. O governo francês contratou os psicólogos Alfred Binet e Theodore Simon para o desenvolvimento de um método que pudesse identificar as crianças que precisavam de assistência extra em seus estudos.

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Em 1916, Lewis Terman, um psicólogo americano, adaptou e expandiu o teste, criando a Escala de Inteligência Stanford-Binet. Com isso, a versão do teste foi aprimorada e amplamente utilizada em vários países.

Ao longo das décadas seguintes, outros testes de inteligência foram desenvolvidos, incluindo o Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS) e o Wechsler Intelligence Scale for Children (WISC), ambos criados por David Wechsler.

Com o passar dos anos, os testes de QI se tornaram cada vez mais populares na sociedade, sendo utilizados em uma variedade de contextos, desde educação até seleção de funcionários. No entanto, eles também foram alvo de críticas.

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As polêmicas dos testes de QI

Esses testes não escapam das críticas e das polêmicas, e ainda contam com um passado bem controverso, já que em tempos de intolerância, em países como os EUA, serviram como base para afirmações racistas — de que negros, eram menos inteligentes, por exemplo.

Isso porque, na ocasião, não levavam em conta fatores ambientais ou que muitos dos participantes dos testes eram imigrantes e não falavam inglês como primeira língua. Foi uma ideia errônea que perdurou bastante pelo século XX.

Como funciona o teste de QI?

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O testes de QI é feito para medir a capacidade geral de resolver problemas e compreender conceitos, com base em diferentes habilidades, como:

  • Habilidade espacial (visualizar a manipulação de formas)
  • Habilidade matemática (solução de problemas com o uso da lógica)
  • Habilidade linguística (completar frases ou reconhecer palavras quando as letras foram reorganizadas)
  • Memória (recordar coisas apresentadas visualmente ou auditivamente)

Um psicólogo ou profissional treinado administra o teste, composto por várias subseções que medem essas habilidades cognitivas (mas isso varia de teste para teste, então pode haver mais ou menos subseções).

As perguntas e tarefas mudam de acordo com a proposta, mas pode ser que a pessoa precise completar analogias, responder a perguntas de compreensão de texto, resolver quebra-cabeças ou padrões visuais, etc. Após a conclusão do teste, as respostas são pontuadas.

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Como calcular o QI?

No início, o cálculo do QI era feito baseado na idade, conforme explica a Dra. Mariana de Mello Gusso Espinola — psicóloga, neuropsicóloga, doutora em Tecnologia em Saúde e professora do Curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). "Por exemplo: uma criança de dez anos que conseguisse resolver problemas que normalmente só crianças com 12 anos conseguiam, teria um QI de 120", afirma a especialista.

O cálculo era dado pegando a idade do desempenho, dividindo pela idade real e multiplicando por 100. Uma criança que, ao contrário, tivesse 10 anos e o funcionamento como de uma criança de seis, teria um QI de 60.

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"Hoje, chegamos ao número através de comparações com a população, distribuindo-a em uma curva chamada normal, onde a maioria das pessoas terá um QI dentro da média (entre 80 e 120) e uma pequena parte, o QI limítrofe para baixo ou para cima (70 a 79 ou 121 a 130) e uma minoria com deficiência intelectual (QI menor que 69) ou com superdotação (QI maior que 130)", esclarece a profissional.

Testes de QI realmente funcionam?

De acordo com um artigo publicado na revista Intelligence, as pessoas com QI mais elevado tendem a ter um melhor desempenho acadêmico, e estão suscetíveis a carreiras mais bem-sucedidas.

Mas mesmo que os resultados sejam precisos, o quociente de inteligência só mede o potencial de uma pessoa conforme determinado por aquele teste específico, naquele dia específico e naquele momento específico. 

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Um relatório promovido pela American Psychological Association relembra, no entanto, que muitas manifestações de capacidade cerebral podem não ser contabilizadas nesses testes, como criatividade ou inteligência emocional.

Segundo a Dra. Mariana, os testes de QI "são confiáveis, mas temos que lembrar que não podem ser taxativos. Uma criança bem estimulada, por exemplo, pode ter o QI melhorado, assim como uma pessoa com demência pode perder algumas capacidades".

A psicóloga relembra que "é uma medida indireta, não é como o peso, que podemos usar uma balança para saber. Nós só podemos medir as manifestações comportamentais da inteligência, então fatores ambientais, como frio ou sono, e pessoais, como motivação, podem interferir no resultado".

Por isso, mesmo agora que você sabe como funciona o teste de QI, se pretende investigar mais a fundo sua inteligência, o ideal é consultar um psicólogo. Esses testes da internet são imprecisos, e é necessário o acompanhamento de um profissional.

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Fonte: Intelligence, One Central Health, American Psychological Association