Você pode ser tão inteligente quanto um neurocirurgião ou cientista aeroespacial
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Sim, é isso mesmo: você pode ser tão inteligente quanto um neurocirurgião ou cientista aeroespacial. Pelo menos, essa é a afirmação de um estudo publicado na última segunda-feira (13) no periódico britânico The BMJ. Os pesquisadores examinaram dados de uma plataforma em que 329 cientistas aeroespaciais e 72 neurocirurgiões completaram uma série de tarefas que visavam examinar vários aspectos da cognição e da coordenação motora.
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O grupo comparou os resultados com tarefas realizadas por outras 18 mil pessoas que não faziam parte de nenhuma dessas profissões, e entendeu que os cientistas aeroespaciais e os neurocirurgiões não têm, necessariamente, uma capacidade cognitiva superior em relação à população ou a outros profissionais especializados em outras áreas. Vale acrescentar que o estudo não considera o escore de quociente intelectual, como nos testes clássicos de QI, justamente para conseguir mais abrangência.
Nos testes, os pesquisadores avaliaram:
- Cognição humana
- Planejamento razoável
- Memória de trabalho
- Atenção
- Inteligência emocional
O estudo ressalta um traço particular dos neurocirurgiões: a velocidade de resolução de problemas, algo que os próprios pesquisadores atribuem à natureza acelerada da neurocirurgia, que atrai aqueles com um talento pré-existente para o processamento rápido de informações. No entanto, esses profissionais mostraram uma memória mais lenta em comparação com a população em geral.
A equipe encontrou poucas diferenças entre as habilidades cognitivas de especialistas dessas duas áreas, incluindo aptidões emocionais e controle motor. No entanto, os cientistas aeroespaciais tiveram pontuações mais altas para atenção, enquanto os neurocirurgiões mostraram pontuações mais altas na resolução de problemas semânticos.
Comparativamente, o que isso quer dizer? A conclusão do estudo é que algumas pessoas são melhores em determinados assuntos, e é muito difícil ser melhor em tudo em todos os aspectos. Com isso, a pesquisa almeja mostrar que outros especialistas podem ser aclamados, também. Mais estudos ainda são necessários para entender, agora, qual profissão engloba os maiores desafios — em conjunto, ou seja, que necessite de mais pluralidade intelectual.
Fonte: The BMJ